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Curso de Oceanologia da FURG se divide em áreas biológica, física, geológica e química

Por Malú Damázio
Atualizado em 24 fev 2017, 15h34 - Publicado em 8 Maio 2015, 22h01

(Imagem: Creative Commons)

O oceano sempre foi objeto da curiosidade humana. Cercadas de mistério, as desconhecidas águas salgadas guardam inúmeras formas de vida, tanto na superfície quanto em seus rincões mais profundos. E o homem procura, desde então, adentrar esse ambiente para entender melhor seu funcionamento. O oceanógrafo é o profissional responsável por pesquisar o sistema que relaciona oceano, terra e atmosfera. Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre o primeiro curso voltado ao estudo das ciências do mar no Brasil: a graduação em Oceanologia oferecida pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), no Rio Grande do Sul, avaliada em cinco estrelas pelo Guia do Estudante. Criado em 1971, o curso da federal gaúcha ainda mantém o nome de quando foi fundado por tradição, já que a maior parte das graduações da área é denominada Oceanografia.

O curso da FURG é voltado para o estudo de ambientes costeiros e a grade curricular (que pode ser vista aqui) divide a Oceanologia em quatro níveis: física, geológica, química e biológica. Assim, a instituição possibilita um entendimento completo do oceano e há muitas disciplinas da área de exatas, o que surpreende boa parte dos estudantes. Cálculo, álgebra, probabilidade, física e estatística estão distribuídas pelo currículo. A graduação é integral, direcionada à pesquisa, com chamada anual de 40 vagas e ministrada no campus de Rio Grande. A entrada na universidade se dá por meio do Enem, via Sisu. Há ainda outros dois braços do curso na cidade: o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, junto ao Museu Oceanográfico, e a Estação Marinha de Aquacultura. Além disso, no Instituto Oceanográfico, onde é sediada a graduação há também as áreas de Gerenciamento Costeiro, Recursos Renováveis e o Núcleo de Aquacultura e Biotecnologia, que orientam a formação dos estudantes.

Saídas para o mar

Como a FURG fica na cidade com a maior praia em extensão do mundo, a Praia do Cassino, saídas para o mar fazem parte da rotina dos estudantes. Ao longo do curso, eles precisam cumprir 120h embarcados e, para isso, a universidade tem seus próprios navio e lancha (!). As saídas de campo são umas das atividades mais esperadas da graduação, já que o aluno pode ver pessoalmente como funciona o ecossistema e os assuntos estudados em sala de aula. Nas expedições, os estudantes podem visualizar de perto estruturas geológicas, coletar amostras rochosas ou até mapear feições de fundo oceânico com o auxílio dos professores. Durante os embarques cada aluno se ocupa de uma função, executada principalmente quando o barco para em algum ponto pré-determinado, chamados de estação. “Tem uma galera que lança instrumentos na água para pegar dados de temperatura, salinidade, velocidade de corrente etc, tem gente que coleta fitoplâncton, outras pessoas observam e identificam animais marinhos”, explica Raphael Mena, do nono semestre.

Uma das saídas mais divertidas do curso é a viagem para o litoral do Uruguai, como lembra Luiz Henrique Oliveira, estudante do sétimo semestre. “São três dias em que estudamos feições de praia, formações geológicas e atividades de erosão costeira. Claro, durante algumas horas né, porque não dá para ir para o Uruguai e ficar só olhando sem curtir todo aquele lugar. Temos muito tempo para aproveitar e curtir também!”, conta.

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Além das iniciativas previstas na grade curricular, existem projetos de pesquisa e laboratórios dentro da própria instituição que também promovem embarques e levam consigo os estagiários (e mestrandos e doutorandos). Milena Bacaneli, do quinto período, estagia no Laboratório de Crustáceos e Decápodes da FURG e conta que todo mês a equipe faz saídas de lancha para coleta de materiais na Lagoa dos Patos, no extremo sul do país. “Quando vamos até a entrada do estuário podemos ver leões marinhos tomando sol nas pedras dos molhes (estrutura hidráulica marítima para proteger a entrada e saída de navios no porto) e também golfinhos e botos nadando próximo ao barco. A vista é incrível pra quem gosta de mar e animais marinhos. Temos todos os equipamentos necessários para o trabalho de campo e uma equipe maravilhosa. Além disso, as condições na lancha são ótimas, tem cama, comida boa, televisão e até ar condicionado!”, explica a estudante.

>> Leia mais sobre a carreira de Oceanografia

Então, se viajar em alto mar te parece uma boa ideia, o curso de Oceanologia te permitirá conciliar estudos e diversão. Outra atividade comum no dia-a-dia dos estudantes é sair para mergulhos – eles não são obrigatórios para a graduação, mas se tornaram uma prática constante na vida dos alunos, como explica a aluna do terceiro período Júlia Mansur. “Isso vem com o território, quase todo mundo que faz Oceanologia tem vontade de mergulhar e de dirigir barcos. É uma das poucas profissões em que você pode fazer uma atividade de lazer como o mergulho e ter um currículo diferenciado como consequência”. Os roteiros dos embarques também são bem diversos e podem incluir desde uma saída de curta duração na costa do estado, ou até um trabalho de campo de cerca de um mês na base brasileira na Antártica! É claro que em alto mar nem tudo são flores. Existem condições adversas e é importante lembrar que náuseas, mal estar, isolamento e claustrofobia também fazem parte da rotina de um oceanógrafo.

Áreas de atuação

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Muitos oceanógrafos trabalham com a pesquisa de ambientes aquáticos nas quatro vertentes – física, biológica, geológica e química –, mas também há mercado profissional nos setores público e privado e também em ONGs. Sua atuação envolve desde mergulhos técnicos, mapeamento do assoalho oceânico e estudo de massas d’água profundas até o desenvolvimento de projetos de gestão ambiental e tratamento de efluentes. Outras áreas de atuação crescente são a aquacultura, que envolve a produção de organismos aquáticos para uso humano, e o gerenciamento costeiro. “Elas permitem que você saia do meio acadêmico, e parta para o setor privado ou o setor público através de concursos como os do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ou do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)”, explica Luiz Henrique.

Para entrar em contato com a profissão ainda na faculdade, o Instituto Oceanográfico oferece diversas possibilidades de estágio em laboratórios – que os alunos dizem ser muito bem equipados –, atividades de extensão e também na empresa júnior do curso, a Ecoservice, que presta consultoria oceanográfica a empresas privadas e faz trabalhos de educação ambiental em escolas da região. Júlia estagia no Laboratório de Estudos dos Oceanos e Clima e lembra que está aprendendo sobre modelagens, circulação oceânica e interações da interface atmosfera-agua. Raphael também já fez parte da equipe do laboratório e trabalhou com a validação de um modelo oceanográfico francês para algumas áreas do Oceano Atlântico-sul e o Mar de Weddell na Antártica. Já Lucas Sonoda, do quinto período, está no Laboratório de Hidroquímica e analisa metais e carbono em sedimento superficial, para verificar a presença de traçadores de derivados de petróleo.

Por se localizar no extremo sul do Brasil, o curso de Oceanologia recebe muitos alunos que não são da região e vão para lá para estudar. Então, se ir para a FURG está em seus planos, se prepare para conhecer gente de todos os lugares! A recepção dos calouros é feita pela Ecoservice e pelos veteranos do segundo ano. “Nós somos como uma família”, destaca Luiz Henrique. E completa: “Desde que entrei na graduação eu só tenho me apaixonado mais. Dizer que atingiu as expectativas é pouco, ele superou muito o que eu imaginava ser. Não é qualquer curso que vai te permitir descobrir se é possível cultivar microalgas para produzir biodiesel, ou como o possível derretimento de geleiras pode alterar toda a circulação das correntes oceânicas. É um curso que vai te fazer olhar diferente para como tudo funciona!”

 

 

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