As notícias internacionais mais importantes da semana de 27 de novembro
Veja os destaques do noticiário internacional para quem vai prestar vestibular.
Morre o ex-presidente e líder da revolução cubana, Fidel Castro
O ex-presidente e líder da revolução cubana, Fidel Castro, morreu anos 90 anos de idade na noite de sexta (25). Em julho de 2006, os problemas de saúde provocados pelo avanço da idade o fizeram delegar temporariamente o poder a seu irmão Raúl Castro. Em fevereiro de 2008, Fidel renunciou oficialmente ao cargo de presidente cubano e, desde então, era o principal conselheiro do Partido Comunista e do novo governo. A era Fidel Castro vem se dissolvendo pouco a pouco, enquanto uma nova Cuba surge devido a uma série de reformas econômicas e da retomada das relações bilaterais com os Estados Unidos, rompidas há mais de meio século.
Leia também: Líderes da América Latina comentam morte de Fidel Castro
Entra em vigor novo acordo de paz entre governo colombiano e as Farc
O acordo de paz, que acaba com meio século de enfrentamentos entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país, começou a ser implementado nesta quinta-feira (1º). Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farc) têm 150 dias para entregar todas as suas armas às Nações Unidas. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para negociar o desarmamento do grupo guerrilheiro mais antigo da América Latina. Foi um processo que durou quatro anos e quase termina em fracasso. O primeiro pacto foi rejeitado em um plebiscito em outubro. Novas negociações resultaram numa segunda versão, menos tolerante com os rebeldes – como pediam os que votaram contra na consulta popular.
O segundo acordo manteve a promessa feita aos guerrilheiros, de que poderiam formar um partido político, disputar eleições e ocupar cargos públicos. A oposição, liderada pelo ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe, queria que o documento fosse submetido a um novo plebiscito. Mas Santos decidiu submetê-lo à aprovação do Congresso, onde o governo tem maioria. Além do desarmamento das Farc, o acordo prevê a erradicação dos cultivos de drogas ilegais (que financiavam as atividades guerrilheiras, depois da queda do comunismo no Leste Europeu) e programas sociais para integrar mais de 6 mil mil rebeldes à sociedade civil. Opositores ao acordo argumentavam que a Colômbia iria gastar uma fortuna em um momento de desaquecimento da economia. O tema fará parte dos debates nas eleições do próximo ano.
Em meio a tensões, Venezuela é suspensa do Mercosul
Os quatro países fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – enviaram uma “comunicação” à Venezuela nesta quinta-feira (1º), indicando que os direitos do país no bloco “estão suspensos”. A decisão do bloco ainda não foi oficialmente anunciada porque Caracas ainda não recebeu a notificação. A decisão está relacionada ao vencimento do último prazo acordado em setembro para que Caracas cumprisse suas obrigações de adesão ao Mercosul. A marginalização da Venezuela se desenhava desde que os demais sócios bloquearam, em julho passado, o acesso do país à presidência semestral do bloco. Em setembro, os quatro países fundadores decidiram ocupar o posto de forma colegiada e intimaram o governo do presidente Nicolás Maduro a adotar até 1º de dezembro todos os compromissos de adesão. Entre eles, a livre circulação de mercadorias entre os países do Mercosul e a cláusula democrática.
O Mercado Comum do Sul foi fundado em 1991 e aceitou a Venezuela como membro em 2012. As tensões entre o governo Maduro e seus sócios aumentaram desde a chegada ao poder de governos liberais na Argentina e no Brasil. O bloco atravessa uma de suas piores crise, equiparável apenas àquela gerada pela suspensão do Paraguai em 2012, depois de um processo parlamentar que destituiu o presidente de esquerda Fernando Lugo. Foi nesse período que Argentina, Brasil e Uruguai aprovaram o ingresso da Venezuela, ao qual se opunha o Paraguai.
ONU aprova sanções contra Coreia do Norte após quinto teste nuclear
Sul-coreanos monitoram abalos sísmicos provocados pelo teste de uma bomba de hidrogênio realizado pela Coreia do Norte em janeiro deste ano (Foto: Getty Images)
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na quarta-feira (30), por unanimidade, uma resolução reforçando as sanções contra a Coreia do Norte, em resposta ao quinto teste nuclear do país. Na nova resolução, o conselho decidiu que o país não deve fornecer, vender ou transferir carvão, ferro e minério de ferro do seu território, exceto para fins de subsistência. As informações são da agência chinesa Xinhua. O conselho fixa um limite máximo para a exportação de carvão pela Coreia do Norte [oficialmente República Popular Democrática da Coreia – RPDC], que não pode ultrapassar US$ 400,9 milhões ou 7,5 milhões de toneladas métricas do produto por ano, o que for menor, a partir de 1º de janeiro de 2017. Além disso, o órgão proíbe a venda de cobre, níquel, prata, zinco e estátuas da RPDC.
Em 9 de setembro, a RPDC realizou mais um teste de explosão de ogivas nucleares. Foi o quinto teste nuclear de Pyongyang, realizado oito meses após o anterior. “O governo chinês se opõe firmemente a tal ato,” disse o embaixador chinês na ONU, Liu Jieyi. Até agora, o Conselho de Segurança aprovou seis resoluções para conter os programas nucleares e de mísseis da RPDC. O país também realizou testes nucleares subterrâneos em 2006, 2009 e 2013.
El Niño e redução de geleiras provocam seca na Bolívia
A Bolívia enfrenta, há duas semanas, sua pior seca desde a década de 1980. Chove apenas 10% do que é normal nesta época do ano. O governo do país declarou situação de emergência nacional, pois falta água potável em várias cidades, principalmente na capital, La Paz. O ecologista equatoriano Patricio Cabrera, da Fundação Futuro Latino-Americano, explica o que está por trás da forte estiagem. “As causas naturais estão relacionadas aos fenômenos climáticos, ao aumento da temperatura, ao desmatamento, à falta de cuidado com as fontes de água. Normalmente, essa é uma zona que sofre o impacto da conversão do uso do solo para a agricultura. Sabemos também que é uma zona que sofre muitos impactos com a diminuição das geleiras. Cada um desses fatores é parte dessa complexa situação natural de falta de precipitação” disse.
O fenômeno El Niño, que altera a temperatura da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima, também está entre os fatores que provocaram a grande seca na Bolívia. “Sabíamos desde o início do ano que o fenômeno do El Niño provocaria impactos sérios em 2016. O que os nossos técnicos nos disseram é que em algumas zonas haveria o aumento das precipitações, como na parte norte do Pacífico. Por exemplo, eram esperadas inundações no Equador. Mas, em outras zonas, como na Bolívia e em algumas regiões do Chile, ia acontecer o contrário, a possibilidade de seca e falta de chuva”, afirmou Patricio Cabrera.