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Feministas de topless: o movimento Femen pode cair no vestibular?

Por Ana Prado
Atualizado em 24 fev 2017, 16h01 - Publicado em 19 out 2012, 16h21


Protesto do Femen Brazil durante desfile no Dia da Independência. Foto: Femen.org

Pode ser que o nome “Femen” não lhe seja tão familiar, mas você provavelmente se lembra de ter visto, em portais de notícias, fotos de mulheres protestando com os seios de fora nas ruas da Europa e do Brasil.

O movimento nasceu em 2008 na Ucrânia, ex-república soviética, e ficou famoso no mundo todo. Em seu site oficial, as ativistas dizem que “defendem com seus seios a igualdade sexual e social no mundo” e definem o Femen como “uma nova onda de feminismo do terceiro milênio”.

Suas críticas mais recorrentes são contra a prostituição e o sexismo, mas o grupo também se manifesta em prol de outras causas, como pelo “fim da conspiração” no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, pela queda de Silvio Berlusconi na Itália, contra o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Khan, na França, e contra a  realização da Copa da Uefa na Ucrânia (o que, segundo elas, iria estimular o turismo sexual).

Dificilmente os vestibulares e Enem perguntarão dados específicos sobre o movimento, mas é importante entender o contexto em que ele surgiu e por que os protestos são feitos sempre por mulheres com os seios de fora.


Ativistas do Femen preparando-se para um protesto. Foto: Femen.org

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“A estratégia de despir-se em ambientes públicos de grande visibilidade é a principal ferramenta de protesto das Femen. Despindo-se, estas mulheres mostram à sociedade que seus corpos não são objetos passíveis de comercialização pela indústria da pornografia, turismo sexual ou prostituição”, explica Daniel Simões, professor de Geografia da Oficina do Estudante de Campinas. “A nudez surge como uma manifestação autêntica e espontânea da liberdade sexual e principalmente de domínio sobre o corpo. Ao tirarem a roupa, elas procuram dar ao mundo a lição de que são livres e donas de seus corpos, orgulhosamente exibidos para alertar sobre o forte caráter conservador e patriarcal da maioria das sociedades”, completa.

Em uma entrevista para o The Guardian (vale ler, até para treinar o seu inglês), uma representante ucraniana do Femen ainda explicou: “Nós estamos tirando nossas roupas para que as pessoas possam ver que não temos armas, exceto nossos corpos. É uma forma poderosa de se lutar em um mundo de homens. Vivemos com a dominação dos homens e esta é a única maneira de provocá-los, a única maneira de chamar a atenção.”

Além da Ucrânia, o movimento encontra-se também em expansão internacional – chegando, inclusive, ao Brasil. “Aqui, ele chama a atenção ao modo machista de se olhar a mulher exclusivamente como objeto de desejo ou de satisfação das necessidades do homem”, explica o professor de Geografia do Cursinho do XI, Alexandre Eneias Gobbis.

“Nesse sentido, as denúncias quanto ao tráfico de mulheres e à escravidão sexual são pertinentes. O Brasil, a Ucrânia e a Tailândia são os principais ‘fornecedores’ de mulheres para serem colocadas em tal situação”, completa Alexandre. “Também o nosso país é um dos campeões mundiais de agressões a mulheres, com aumento nas mortes por essa razão, nos últimos anos. Aqui vale lembrar a Lei Maria da Penha, hoje já em vigor, por essa razão.” A lei determina, entre outras coisas, o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.

Mas o Femen não é o único movimento a ganhar destaque no noticiário do Brasil. Outros, como a “Marcha das Vadias”, também buscam ampliar a autonomia feminina contra os fortes traços machistas presentes na maioria dos países. No entanto, muitos – incluindo a Marcha – já afirmaram em cartas abertas que não apoiam o Femen Brazil.

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Críticas

O Femen, tanto no Brasil quanto na Europa, suscita debates por diversos motivos, que incluem seu financiamento por empresários e políticos, o estranho processo seletivo pelo qual devem passar as mulheres que desejam participar do movimento (que inclui postar fotos em topless nas redes sociais e fazer um protesto solitário na rua) e as ideias defendidas (ou a falta delas). As ucranianas já foram acusadas de xenofobia e o braço brasileiro não tem uma filosofia clara.

O Femen Brazil também foi criticado por se empenhar em protestos em frente ao consulado da Rússia, em São Paulo, pela liberdade de três integrantes da banda russa Pussy Riot. Elas foram detidas em fevereiro, após cantar em uma igreja uma “oração punk” intitulada “Virgem Maria, libertai-nos de Putin” contra o então primeiro-ministro e hoje presidente da Rússia. Segundo os críticos, o Brasil já tem seus próprios problemas e este não deveria estar em pauta. Além disso, argumenta-se que mostrar os seios no Brasil, o país do carnaval, não causa tanto impacto quanto na Ucrânia, país conservador onde predomina o cristianismo ortodoxo oriental.

Site oficial: https://femen.org/en/about

 

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