Veja o resumo do GUIA para você não perder o que rolou de importante nesta semana.

Dilma cancela viagem aos EUA após denúncias de espionagem

Imagem: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

A presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar sua viagem oficial aos Estados Unidos, marcada para o dia 23 de outubro. A informação no Palácio do Planalto era a de que não havia clima após as suspeitas de espionagem envolvendo o governo americano. A Casa Branca afirmou depois que a decisão foi tomada em um acordo entre os dois presidentes, que teriam preferido adiar a viagem para que não fosse “ofuscada por uma única questão bilateral” (a espionagem, no caso).  Agora, o governo brasileiro vai fazer do combate à espionagem entre governos uma de suas bandeiras diplomáticas nos próximos meses e pretende levar a ideia de algum tipo de controle para fóruns internacionais, como a União das Nações Sul-americanas (Unasul), a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos e os Brics (grupo composto, além do Brasil, por Rússia, Índia, China e África do Sul) na busca de apoio para uma proposta formal.

>> Entenda o que isso pode significar para a relação dos dois países neste artigo: Como amantes infelizes, Brasil e EUA se frustram de novo (Exame.com)

Síria: EUA agora dizem que crise pode ser resolvida com acordo

O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou na segunda-feira (16) a utilização de gás sarin no ataque de 21 de agosto na periferia de Damasco, na Síria. Não se chegou a uma conclusão sobre quem foi o responsável, mas sabe-se que o uso de armas químicas ocorreu em uma escala relativamente grande. Nesta sexta (20), o secretário de Estado americano, John Kerry, diz que o relatório “reforça os argumentos” contra o governo de Bashar Assad e “solidifica nossa determinação”, mas prometeu que seu país não repetirá a experiência da guerra no Iraque, lançada em 2003, se decidir por uma ação militar contra a Síria. Kerry também disse acreditar que é possível chegar a uma solução por meio de um acordo pelas Nações Unidas, mediado pela Rússia.

EUA fecham espaço aéreo para presidente venezuelano em viagem à China, mas recuam

O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, anunciou nesta quinta-feira que os Estados Unidos fecharam o espaço aéreo para o avião do presidente Nicolás Maduro durante a viagem que fará neste final de semana à China, decisão que o diplomata chamou de “agressão”. O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu “uma reunião de emergência” da Celac para abordar a decisão. Em julho, o próprio Morales foi alvo de uma decisão semelhante quando Espanha, Portugal, França e Itália negaram ao presidente boliviano a passagem por seu espaço aéreo, em sua volta da Rússia, devido às suspeitas de que ele levava o ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden, acusado de espionagem e considerado foragido por Washington. Mas os Estados Unidos aprovaram depois, de última hora, um plano de voo para as autoridades venezuelanas. Washington disse à Venezuela, na quinta-feira à noite, que a permissão foi concedida apesar de um pedido formal não ter sido devidamente apresentado. Os EUA não reconheceram oficialmente a vitória de Maduro sobre o líder da oposição, Henrique Capriles, na eleição de 15 de abril quando o chavista ganhou por 1,4 ponto percentual.

Fazendeiro é condenado a 30 anos de prisão pela morte da missionária Dorothy Stang

Mais de 8 anos após o assassinato da missionária americana Dorothy Stang, no Pará, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi condenado a 30 anos de prisão por ter mandado o crime. A morte da missionária, que pertencia à ordem Notre Dame e trabalhava junto a comunidades pobres da aldeia amazônica de Anapu, a oeste do Pará, teve muita repercussão fora do país. O caso chamou atenção para uma questão importante do país. A matéria “Onde o crime venceu”, de uma edição especial da revista Superinteressante lançada em novembro de 2010 (leia aqui), explicava:

“O Pará está envolvido há décadas em uma guerra não oficial. O confronto entre madeireiros que tomaram posse ilegal de milhões de hectares e movimentos sociais e organizações não governamentais que defendem a reforma agrária e o fim do desmate ilegal quase sempre termina em morte. Em 2005, o assassinato da missionária americana Dorothy Stang projetou o conflito internacionalmente, mostrando como pistoleiros a mando dos donos da terra ameaçam e matam líderes sindicais e religiosos ou famílias que se recusam a abandonar suas propriedades. Dados da Comissão Pastoral da Terra, entidade da qual Dorothy fazia parte, ilustram que a missionária é uma entre tantas vítimas da violência: de 1971 a 2004, foram assassinados 772 camponeses, e, só em 2009, o Pará foi responsável por um quinto dos conflitos de terra em todo o Brasil. A violência de posseiros e fazendeiros, aliada à corrupção e à baixa atuação do governo, fazem do Pará o líder em desmatamento na região: em agosto deste ano, 68% do desmatamento na floresta aconteceu no estado, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia.”

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