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Cinco estrelas: conheça o curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFMG

Por Malú Damázio
Atualizado em 24 fev 2017, 15h19 - Publicado em 18 ago 2015, 15h45

Hoje vamos falar sobre o curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Quando você lê esse nome grandão, parece um pouco difícil de entender o que faz o profissional, mas acredite, a denominação é super explicativa.

Vou te ajudar:

Quem acessou a internet, ou mesmo viu televisão, em 2012, deve se lembrar do Jesus desfigurado do painel Ecce Homo, de Elías García Martínez, localizado no Santuário da Misericórdia, na cidade espanhola de Borja. A restauração desastrosa, feita por Cecília Gimenez, de 82 anos, ganhou as páginas dos jornais da época por ter modificado completamente a pintura inicial. O curioso é que a nova imagem, depois de divulgada na imprensa, atraiu milhares de visitantes à igreja da pequena cidade.

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Vale lembrar, porém, que esse é um exemplo de trabalho feito com pouco cuidado e estudo e sem o uso de técnicas adequadas de conservação e restauração. E é justamente para evitar que a obra perca suas características originais, e torne-se uma peça descontextualizada e degradada, que o conservador e restaurador atua. Ele pode trabalhar em ateliês, em obras públicas e de colecionadores particulares, em projetos de restauração e em museus e órgãos públicos e privados. Além disso, a restauração propriamente dita também é um dos campos que absorvem o profissional. Assim, ele também é capaz de gerenciar e escrever projetos de restauração, realizar fiscalização de obras e prestar consultoria para exposições.

Bom, sobre “Conservação e Restauração” já foi falado. A parte que se refere aos “Bens Culturais Móveis” indica que o profissional só pode atuar na manutenção e recuperação de objetos relevantes culturalmente, sejam eles pinturas, esculturas, fotografias, documentos, gravuras ou vídeos. Veja bem: objetos. Uma pessoa graduada na área não pode gerenciar, por exemplo, a restauração e a conservação de edifícios como igrejas ou casas tombadas. Cabe a arquitetos e engenheiros civis o trabalho com bens imóveis. Mas nada impede que o conservador e restaurador participe de uma equipe junto a esses profissionais para executar projetos maiores. Pelo contrário! É sempre bom que eles atuem em conjunto, porque têm funções complementares.

Agora que você já sabe do que se trata, vamos conhecer melhor a graduação da Federal de Minas Gerais. O curso é um dos poucos da área no país e foi avaliado em cinco estrelas pelo Guia do Estudante. Ao todo, 30 novos alunos ingressam na carreira anualmente e têm aulas durante a manhã e a tarde. A seleção é feita por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), via Sisu, e não requer prova de habilidades específicas.

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Estrutura do curso

A graduação tem como base quatro habilitações: obras sobre papel, pintura em cavalete, escultura policromada e conservação preventiva. Mas, para quem acha que as atividades de restauração já acontecem logo no primeiro período do curso, Marina Mayumi, do oitavo semestre, avisa: nos anos iniciais os estudantes cursam disciplinas mais gerais para formar uma base teórica. Então, matérias como História das Artes Visuais, História e Teoria da Restauração, Técnicas e Materiais de Bens Culturais, Fotografia e Análise Científica da Obra de Arte farão parte do cotidiano dos alunos até o quarto semestre. Após esse período, o estudante fica livre para escolher a área que deseja seguir e começa a participar de aulas práticas.

Outro ponto importante é que a grade curricular envolve algumas disciplinas de Química e Biologia (sim, você leu certo!). Afinal, para conservar e restaurar peças de outras épocas é necessário conhecimento de reações químicas e climáticas que podem alterar ou preservar o conteúdo dos objetos. Então, prepare-se para estudar Microbiologia Aplicada a Bens Culturais, Climatologia e Química para Restauradores. “Eu realmente não esperava que esta área fosse ampla o suficiente para envolver Física das Radiações, mas quem se interessa pelo campo dentro do curso, acaba se envolvendo com ele”, lembra Samara Asevedo, do sétimo semestre.

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(Imagem: Thinkstock)

Além disso, a literatura utilizada na graduação requer conhecimento de outros idiomas, principalmente o Inglês, alerta a estudante do quarto semestre Patrícia Lavall. Isso ocorre porque o campo ainda é pouco explorado no Brasil. A graduação da UFMG, por exemplo, foi criada em 2008. Até então ela era oferecida pela universidade como uma especialização, que teve início nos anos 1970. Isso tem muito a ver com o fato de que a profissão, apesar de ter mercado de trabalho crescente, ainda não é regulamentada. “Muitas vezes, profissionais não qualificados atuam nos bens culturais de forma inadequada e irresponsável, causando danos irreparáveis ao nosso patrimônio”, aponta Marina.

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A maior parte das aulas práticas ocorre nos laboratórios de escultura, pintura e papel da Escola de Belas Artes da universidade, especialmente no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais. Para Rafael La Cruz, aluno do segundo período, a infraestrutura atende às necessidades imediatas dos estudantes porque apresenta um “bom acervo bibliográfico e laboratórios bem equipados”. Samara lembra, entretanto, que as salas são pequenas e é comum que as turmas sejam divididas para que consigam realizar as atividades propostas. “As aulas de Química Experimental são no prédio da Química, o que também não é algo ideal, já que seria muito interessante ter um laboratório nosso”, explica. Quanto aos materiais de restauração, a maioria das salas oferece instrumentos que podem ser utilizados com a supervisão de professores. “Ao entrarmos na graduação recebemos uma lista de materiais e dividimos com a turma os que são em comum”, destaca a aluna.

Mão na massa!

Uma das principais formas de conhecer o campo em que se vai trabalhar e ver como é o dia-a-dia da profissão é através das visitas técnicas. O curso da UFMG tem uma disciplina exclusivamente com essa finalidade, chamada Visitas Orientadas. Nela, os estudantes vão a igrejas, museus e locais que contenham obras de restauração e acompanham os trabalhos que foram ou que estão sendo realizados. “Somos sempre incentivados a fazer esse tipo de campo, seja por iniciativa própria do aluno ou por intermédio da graduação, em que somos orientados previamente com roteiros, artigos e demandas pertinentes a disciplina”, relata Rafael. Patrícia revela ainda que muitos dos trabalhos de campo envolvem visitas a outras cidades de Minas Gerais. “São oportunidades muito proveitosas, pois podemos ver de perto técnicas, cores e outros vários aspectos que aprendemos utilizados pelos restauradores”.

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O estágio fora da universidade também é uma boa opção para quem quer conhecer melhor o mercado de trabalho. Marina é estagiária do Museu de Arte da Pampulha, que conta com obras de arte moderna e contemporânea. Além disso, a aluna já trabalhou na conservação de acervo arqueológico, na restauração de pinturas de uma escola centenária e também de peças de uma igreja do século XVIII. “Pude ver de perto as dificuldades enfrentadas e as soluções elaboradas pelas equipes em situações não ideais e em que não dispomos de toda a infraestrutura que a universidade oferece”, relata. Já Patrícia seguiu o caminho acadêmico: a aluna pesquisa uma nova técnica de fotografia científica para investigação e documentação de obras em um projeto de extensão do próprio curso.

Mercado de trabalho

Grande parte do mercado de trabalho está nos grandes centros, já que neles estão concentrados os principais museus de arte, ciência e arqueologia e também residem os principais colecionadores. Além disso, a atuação mais evidente é em cidades antigas, em que há projetos de restauração e conservação de peças históricas. Ainda assim, há acervos importantes no país ainda sem manutenção. “Nossos acervos merecem ser estudados e explorados, temos muito que aprender com o que mofa nas estantes das reservas técnicas das instituições. São muitos museus e peças em deterioração, que, se receberem verbas e profissionais da área, podem se tornar fontes de pesquisa riquíssimas e fortes alvos turísticos”, observa Samara.

Mas não pense que é só na restauração e na conservação de peças bastante antigas – consideradas tradicionais – que esse profissional pode atuar. Um dos grandes mercados que absorve conservadores e restauradores é a manutenção de obras de arte contemporânea. Aliás, trabalhos feitos em obras de épocas tão distintas, como em um documento do século XVII e em uma escultura dos anos 1970, também envolvem o estudo e o emprego de técnicas diferentes em cada uma delas.

Seja na restauração de peças antigas ou de obras de artes contemporâneas, o crescente número de profissionais com formação acadêmica no mercado de trabalho, nos últimos anos, contribuiu para que empresas e órgãos públicos se atentassem para a importância de conservar e restaurar bens culturais e de contratar mão de obra qualificada para esse tipo de trabalho. “Com isso, houve aumento da demanda e também da exigência pela atuação de profissionais com qualificações específicas na manutenção de acervos, de forma geral”, argumenta Marina. Então, se você se interessou pelo curso e pela carreira, vá em frente! 😉

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