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Dá para estudar Biomedicina mesmo tendo medo de sangue?

Por Carolina Vellei
Atualizado em 24 fev 2017, 15h47 - Publicado em 24 mar 2014, 18h05

GUANGZHOU, CHINA - JUNE 13: (CHINA OUT; PHOTOCOME OUT) An inspection worker tests blood samples from volunteer donors at the Guangzhou Blood Centre on June 13, 2005 in Guangzhou of Guangdong Province, China. Early this year, China's Ministry of Health announced that the clinical use of bought blood will cease and be replaced by donated blood by 2008. Blood donated by volunteer's accounts for 91.3 per cent of the total clinical blood consumption in 2004 in China. According to official Xinhua News Agency, the number of reported HIV cases reached 840,000 last year, most of which are thought to have been acquired through illegal blood transactions in the 1990s. (Photo by China Photos/Getty Images) (/)

Um dos principais dilemas de quem quer cursar a área de Saúde é ter de enfrentar cenas que envolvam sangue ou cadáveres. Você sente agonia e não sabe se vai conseguir lidar com isso durante a profissão? A leitora Jaqueline de Alcântara nos enviou a seguinte pergunta:

“Eu sonho em cursar Farmácia ou Biomedicina para ajudar as pessoas que enfrentam problemas médicos, mas tenho ‘aflição’ de sangue e de algumas imagens fortes de pessoas machucadas. Quero desenvolver novos tratamentos, novos remédios etc. Pretendo trabalhar em laboratórios e não ter contato direto com pacientes, mas esses cursos, principalmente Biomedicina, possuem disciplinas como Anatomia e tenho muito receio sobre essas aulas. Tenho futuro nessa área?”

Para saber se é possível seguir na área mesmo tendo medo de sangue e cadáveres, conversamos com a biomédica Patrícia Rodrigues. Ela trabalha há quase 25 anos na área e atualmente é responsável por ministrar treinamentos na indústria farmacêutica Roche Brasil. Confira o depoimento dela:

“Meu interesse pela Biomedicina começou quando eu estava no Ensino Médio. Sempre quis trabalhar na área de biológicas, já que a área de exatas nunca foi meu forte. A principio pensei em Medicina, mas meu professor de biologia era biomédico e me apresentou o amplo campo de atuação que a profissão possibilitava. Comecei a pesquisar sobre isso e decidi seguir a área de análises clínicas (laboratorial).

Confesso que comecei o curso com um pouco de receio das aulas de Anatomia, pois estudar cadáveres ou peças anatômicas me deixavam um pouco apreensiva, mas depois da primeira aula – que foi super tranquila e nada assustadora – tomei gosto pela matéria. A única coisa que me incomodava era o cheiro do formol.

Outro item que costuma assustar as pessoas é o contato com sangue. Durante o curso, na matéria de Hematologia, tive que tirar sangue de uma amiga e ela tirou o meu. Confesso que não me dei muito bem na hora de realizar a coleta, mas a experiência foi importante e única, pois depois só tínhamos contato com os tubos com pequeno volume de material biológico (nesse caso, sangue). Para ser sincera, as aulas de Parasitologia, na qual tínhamos que ter contato com fezes, me incomodavam muito mais.

Quem tem vontade de trabalhar com análises clínicas, como eu, não necessariamente terá de trabalhar com sangue. Durante o curso fiz um estágio curricular em um laboratório de análises clínicas e passei pelo setor de hematologia, onde o material biológico é o sangue. Lá, me encantei pela Imunologia, área em que trabalhamos com o plasma/soro – a parte líquida do sangue. A Biomedicina é uma profissão gratificante, adoro o que faço e me sinto realizada principalmente trabalhando na linha de Imunologia, que é fascinante.

O Sistema Imune é encantador, mas a profissão é ampla e tenho amigos que hoje trabalham com pesquisa, acupuntura, imagem… Enfim, são várias as opções para quem não quer lidar diretamente com sangue ou cadáveres.”

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Viu? Nem tudo está perdido: se quer mesmo seguir essa área, vá em frente! E se você tem outra dúvida sobre profissões, mande para nós! Escreva para consulte.ge@abril.com.br e coloque no assunto da mensagem “Dúvida sobre profissão”. Ela poderá ser respondida aqui no blog!

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