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Idade Contemporânea: Guerra Fria

HIS - pag 74-01MURO DA DISCÓRDIA Militares da Alemanha Oriental erguem, junto ao Portão de Brandemburgo, parte da barreira que dividiu Berlim ao meio por 27 anos

 

A Guerra Fria marca um dos períodos mais tensos da história: por décadas, o mundo viveu sob a tutela de duas superpotências rivais e o temor de um apocalíptico conflito atômico

Guerra Fria foi o confronto ideológico, político, econômico e militar entre os dois blocos internacionais formados no fim da II Guerra Mundial: o capitalista – liderado pelos Estados Unidos (EUA) – e o socialista – encabeçado pela União Soviética (URSS). O enfrentamento durou até a queda do Muro de Berlim, em 1989, que simbolizou o fim do bloco socialista.

Divisão

A polarização do mundo entre os dois maiores vencedores da II Guerra Mundial começou logo após o fim do conflito. Os EUA garantiram sua hegemonia sobre o oeste da Europa por meio do Plano Marshall, de 1948. A URSS projetou-se sobre o Leste Europeu, estimulando a instalação do socialismo nos países que havia libertado do jugo nazista. Na visão ocidental, ao estabelecerem tais regimes autoritários e isolados, os soviéticos penduraram no meio do continente uma cortina de ferro – expressão utilizada desde o século XIX e resgatada pelo ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, em 1946.

Em nenhum lugar da Europa a divisão foi tão visível quanto na Alemanha. Em 1949, o país foi dividido em dois: as zonas de ocupação francesa, britânica e norte-americana integraram a República Federal da Alemanha (RFA ou Alemanha Ocidental), capitalista; já a zona soviética originou a República Democrática Alemã (RDA ou Alemanha Oriental), socialista. A capital, Berlim, que ficava na RDA, seguiu dividida nas quatro áreas de ocupação. Em 1961, para tentar impedir o fluxo de refugiados para a parte capitalista da cidade, o governo socialista ergueu o Muro de Berlim, isolando o lado oeste da capital.

O alinhamento internacional ficou evidente pela formação de duas alianças militares. EUA e Europa Ocidental uniram-se em 1949 na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Seis anos depois, URSS e o Leste Europeu constituíram o Pacto de Varsóvia (veja o mapa na pág. ao lado). Os demais países alinharam-se a uma ou outra tendência ou integraram o Movimento Não Alinhado – que nunca atingiria coesão nem atuação significativas. A China, que se tornou socialista em 1949, com a Revolução Chinesa, permaneceu autônoma em relação à URSS a partir de 1960.

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Enfrentamento

Em 1949, a URSS explodiu sua primeira bomba atômica, num teste controlado. Agora, as duas potências tinham a poderosa arma, e um conflito entre elas poderia destruir o mundo. Foi essa condição que deu origem à expressão Guerra Fria. Afinal, norte-americanos e soviéticos viviam em clima beligerante, mas não existia um confronto direto.

Indiretos, porém, houve vários. No Terceiro Mundo – como eram chamados na época os países em desenvolvimento –, as forças locais adversárias envolvidas em guerras civis e em movimentos anticoloniais acabavam se alinhando às superpotências, em busca de apoio, e aí a Guerra Fria esquentava. O primeiro grande confronto desse tipo foi a Guerra da Coreia (1950-1953), iniciada por causa da invasão da Coreia do Sul, capitalista, pela Coreia do Norte, socialista. Outros importantes conflitos que opuseram os dois blocos foram a Guerra do Vietnã, a Revolução Cubana, a guerra civil em Angola (1961-2002) e a Revolução Sandinista, na Nicarágua (1979).

A Guerra Fria também foi caracterizada pelas intervenções das potências em suas áreas de influência. A URSS reprimiu violentamente rebeliões na Hungria (1956) e na Tchecoslováquia (1968) e invadiu o Afeganistão (1979-1989). Os EUA, temendo o avanço socialista na América Latina, apoiaram sangrentas ditaduras militares em países da região, incluindo o Brasil.

Após a morte do líder soviético Josef Stálin, em 1953, e a ascensão de Nikita Kruschev, a URSS tentou reduzir a corrida armamentista implementando a política de Coexistência Pacífica. Seus efeitos, entretanto, foram limitados.

O momento mais tenso da Guerra Fria foi a crise dos mísseis. Em 1962, a URSS instalou secretamente ogivas nucleares em Cuba. Os EUA descobriram, e o presidente John Kennedy ordenou um bloqueio naval à ilha. Moscou enviou uma frota para um confronto, mas o líder soviético Nikita Kruschev cedeu e retirou os mísseis.

Screenshot_10MUNDO DA LUA O astronauta norte-americano Buzz Aldrin passeia pela superfície do satélite

Afora as tensões bélicas, a disputa entre EUA e URSS estendia-se para várias outras esferas, como a esportiva, a cultural e a científica. Um importante capítulo da contenda foi a corrida espacial, uma acirrada competição tecnológica que culminou com a chegada do primeiro homem à Lua – o norte-americano Neil Armstrong –, em 1969.

A Guerra Fria foi amenizada em 1973, quando as superpotências concordaram em desacelerar a corrida armamentista, por meio da Política da Détente. Porém, o acordo duraria apenas até a invasão soviética no Afeganistão, em 1979. O conflito global só esmoreceu, de fato, a partir de 1985, com a subida ao poder do líder soviético Mikhail Gorbatchov.

Para ir além
O filme Treze Dias que Abalaram o Mundo, de Roger Donaldson, retrata a crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962, um dos episódios em que o mundo mais se aproximou de um conflito total durante a Guerra Fria. Outra boa pedida sobre o tema é o filme Doutor Fantástico, de Stanley Kubrick, que satiriza as tensões e o medo de destruição do planeta no período.

A história hoje

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A Ucrânia tornou-se alvo de uma tensa disputa entre a Rússia e o Ocidente – representado pelos Estados Unidos (EUA) e pela União Europeia (UE). A crise teve início quando o governo ucraniano rejeitou um acordo comercial com a UE para manter-se economicamente ligado à esfera de influência da Rússia. Inconformada com a decisão, parte da população ucraniana aderiu a protestos que resultaram na queda do presidente Viktor Yanucovich, em fevereiro de 2014. A deposição de seu aliado gerou forte insatisfação do governo russo, que respondeu com a anexação da Crimeia, uma república autônoma da Ucrânia, em março. O fato abriu a mais grave crise envolvendo as grandes potências desde o fim da Guerra Fria. Em retaliação, EUA e UE aplicaram sanções econômicas à Rússia, enquanto o leste da Ucrânia passou a conviver com violentos distúrbios separatistas.

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