Idade Média: Reino franco (Carlos Magno)
CARLOS MAGNO – Sob a sua liderança, o Reino Franco expandiu territórios, promoveu a cultura e a educação e resgatou a tradição do Império Romano
Magnos bárbaros
Entre a derrocada de Roma e a instalação definitiva do feudalismo, os francos ergueram um sólido império
Com o fim do Império Romano, surgiram inúmeros reinos bárbaros em sua antiga parte europeia. Um dos mais importantes foi o Reino Franco, que se formou no século V, ocupando a antiga província romana da Gália, atual França.
Dinastia Merovíngia
Em 482, Clóvis, líder de uma das várias tribos francas, unificou os grupos e se tornou o primeiro rei, fundando a dinastia Merovíngia (cujo nome deriva de seu avô, Meroveu). Clóvis empenhou-se em conquistar territórios e converteu-se ao cristianismo, formalizando uma aliança com a Igreja Católica.
Depois de sua morte, seus quatro filhos dividiram o reino entre si, enfraquecendo-o. Na época, a Europa vivia um processo de ruralização e descentralização do poder, com a formação do feudalismo (veja na pág. 31). Os monarcas que sucederam a dinastia Merovíngia ficaram conhecidos como reis indolentes, por demonstrar pouca habilidade política. O poder de fato passou a ser exercido por altos funcionários da corte, os prefeitos do palácio, denominados majordomus.
O majordomus Carlos Martel ganhou prestígio com a vitória contra os muçulmanos na Batalha de Poitiers, em 732, que impediu o avanço islâmico sobre a Europa Ocidental. Depois de sua morte, seu filho, Pepino, o Breve, depôs o último monarca merovíngio, Childerico III, e, com o apoio da nobreza e do papa, tornou-se rei, iniciando a dinastia Carolíngia.
Império Carolíngio
O auge da dinastia ocorreu com o filho de Pepino, Carlos Magno. Ele adotou uma série de medidas visando a resgatar a tradição do Império Romano.
Carlos Magno expandiu os territórios do reino e buscou reforçar a autoridade do poder central. Dividiu o império em unidades administrativas (condados e ducados), que delegava a vassalos, numa cerimônia de juramento de fidelidade. Adotou a prática de enviar emissários para fiscalizar seus domínios, criou leis escritas (capitulares) e buscou o reconhecimento da Igreja – em 800, ele foi coroado, pelo papa, imperador do Sacro Império Romano. Além de patrocinar o cristianismo e expandir o reino, Magno promoveu a cultura e a educação, impulsionando o Renascimento Carolíngio.
Após sua morte, seus descendentes não conseguiram manter a unidade do império. As disputas entre eles acabaram resultando num acordo, o Tratado de Verdun, de 843, no qual o império fora dividido. No decorrer do século X, os últimos reis carolíngios foram depostos, e a dinastia, extinta. Entre todas as realizações de Carlos Magno, a que se revelou mais perene foi a relação de vassalagem. Com o fim da suserania do imperador, inúmeros senhores de terras passaram a replicar a relação suserano-vassalo, originando vários centros de autoridade e fragmentando o poder político na Europa. Essa foi uma das bases sobre a qual o feudalismo se constituiu.
Rolando (2005) é uma versão em quadrinhos do mais famoso poema épico francês, A Canção de Rolando, escrito por Shane Amaya e ilustrado pelos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá. A história narra o fim trágico e heroico de Rolando, sobrinho de Carlos Magno e comandante do Exército. A obra está fora de catálogo, mas é possível encontrá-la em sebos e sites especializados.