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Idade Contemporânea: Revolução Cubana

HIS - pag 77-01REVOLUÇÃO EM MARCHA Fidel Castro (em pé, no centro do veículo) é saudado na chegada a Havana

O comunismo desembarca nas Américas

A revolução liderada por Fidel Castro culminou na instalação de um governo baseado no modelo soviético a poucos quilômetros dos Estados Unidos

 

Apesar de ser oficialmente independente desde 1902, Cuba continuou sendo dominada pelos Estados Unidos (EUA) por várias décadas. A existência da Emenda Platt na Constituição da ilha garantia aos norte-americanos a prerrogativa de intervenção militar no país. E os EUA fizeram valer esse direito, ocupando Cuba em cinco ocasiões para preservar seus interesses estratégicos na região, entre 1906 e 1933.

Nesse período, Cuba sofria forte interferência econômica dos EUA. No fim dos anos 1950, 75% das terras, 90% dos serviços e 40% da produção de açúcar do país eram controlados por capitais norte-americanos. Além disso, cerca de 80% das importações vinham da potência americana.

A Revolução

Em 1952, os EUA apoiaram a instalação de uma ditadura militar pelo ex-sargento Fulgencio Batista. No ano seguinte, a repressão oficial levou rebeldes liderados pelo advogado Fidel Castro a atacar o quartel de La Moncada. Fidel foi preso e exilado no México. Em 1956, ele retornou clandestinamente ao país e, com a ajuda do argentino Che Guevara, montou uma base rebelde em Sierra Maestra, no leste da ilha. Em 1959, conquistou Havana e instaurou um governo revolucionário no país.

Fidel decretou a reforma agrária, fuzilou colaboradores de Batista e nacionalizou as empresas norte-americanas instaladas na ilha, desagradando os EUA. A tensão entre os dois países cresceu em abril de 1961, quando exilados cubanos treinados pela CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos, desembarcaram na Baía dos Porcos, numa tentativa malsucedida de derrubar o governo revolucionário.

Governo socialista

Após o episódio, Fidel anunciou a adesão ao marxismo-leninismo e aproximou-se da URSS, tornando-se o único país socialista da América. Os EUA reagiram, em 1962, com um bloqueio econômico e político a Cuba, que acabou sendo expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse mesmo ano, a União Soviética instalou, secretamente, mísseis na ilha, capazes de atingir o território norte-americano. Os EUA descobriram e impuseram um bloqueio naval a Cuba. A crise dos mísseis elevou a tensão, e o mundo esteve à beira de uma guerra nuclear, até que os soviéticos recuaram, retirando os mísseis da região.

As reformas implantadas pelo governo comunista de Fidel Castro garantiram várias melhorias sociais à população, especialmente em saúde e educação, mas a economia continuou precária e fortemente dependente da ajuda soviética. Descontentes, milhares de pessoas deixaram a ilha, criando uma grande comunidade de exilados na Flórida (EUA). Com o colapso da URSS, no início da década de 1990, a economia entrou em crise. Nos últimos anos, já sob a liderança de Raúl Castro, irmão de Fidel, que assumiu o poder oficialmente em 2008, o governo iniciou um programa de reformas liberalizantes. Entre as mudanças estão o direito à compra e venda de imóveis, o incentivo ao trabalho autônomo e cooperativo, o reconhecimento da existência de empresas privadas e o arrendamento de terras.

A história hoje

MORTE DE FIDEL ABRE PERÍODO DE INCERTEZAS

A morte de Fidel Castro, em novembro de 2016, intensificou os debates quanto aos rumos das transformações econômicas em Cuba. Sem a presença de Fidel, a expectativa é que o país avance mais nas reformas.

Outro fator que pode ser decisivo para o futuro de Cuba é a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA. Em dezembro de 2014, Cuba e EUA anunciaram a retomada das relações diplomáticas após quase 54 anos de rompimento. Desde então, os dois países vêm promovendo uma reaproximação gradual, tendo como ápice a reabertura das embaixadas, em julho de 2015. No entanto, Trump vem se mostrando abertamente contrário ao realinhamento com Cuba, o que aumenta os receios de retrocesso nos recentes avanços obtidos nas relações bilaterais.

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