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Estudo

IMMANUEL KANT

Com a Revolução Copernicana da Filosofia, Kant solucionou o debate entre racionalistas e empiristas

por Guia do Estudante Atualizado em 18 ago 2017, 16h11 - Publicado em
16 ago 2017
12h45

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Immanuel Kant

ORIGEM

Königsberg (Prússia Oriental – atual Kaliningrado, Rússia) (1724-1804)

CORRENTE FILOSÓFICA

Iluminismo/Criticismo

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PRINCIPAIS OBRAS

Crítica da Razão Pura; Crítica da Razão Prática; O que É Esclarecimento?; Metafísica dos Costumes

FRASE-SÍNTESE

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“O céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim enchem minha mente de admiração e assombro sempre novos e crescentes, quanto mais e mais constantemente refletimos sobre eles.”


BIOGRAFIA

Kant nasceu em 22 de abril de 1724, em Königsberg, na Prússia Oriental – atual Kaliningrado, parte de Rússia. Aos 16 anos, ingressou no curso de teologia da Universidade de Königsberg. Escreveu os primeiros ensaios em 1755, influenciado pelos tratados de física de Newton e pelo racionalismo do filósofo Leibniz. A partir de 1760 se distanciou dessa corrente e passou a seguir a moral filosófica de Rousseau. Em 1770 se tornou professor de lógica da Universidade de Königsberg e enfrentou dificuldades para expor suas ideias em razão da oposição do luteranismo ortodoxo. Morreu em 1804, em Königsberg, cidade de onde nunca saiu.

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“Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.”

A FILOSOFIA DE KANT

Retrato de Immanuel Kant
Retrato de Immanuel Kant (Reprodução/Reprodução)

O ponto fundamental do criticismo kantiano é a solução aplicada ao debate entre racionalistas e empiristas, a chamada Revolução Copernicana da Filosofia. Por um lado, os racionalistas cartesianos acreditavam que todo o conhecimento seguro provinha da razão, que trabalhava com categorias inatas, a priori (antes da experiência). Por outro lado, os empiristas baconianos acreditavam que todo conhecimento provinha das sensações, de modo que o homem nasce como uma tábula rasa.

A crítica kantiana deriva do seguinte fato: o filósofo alemão colocou a própria razão e as possibilidades reais de conhecimento em questão. Isto é, em vez de questionar como eu conheço os objetos, perguntou se o próprio conhecimento é possível. Isso é a chamada filosofia transcendental, aquela que põe a razão no próprio tribunal da razão. Se os iluministas criticaram, com as armas da razão, a economia, a política e a religião, Kant leva o pensamento ilustrado ao seu zênite: nele, a razão critica a si mesma.

Em Kant, o sujeito, através de seus a prioris, de seu aparato subjetivo, determina o objeto de seu conhecimento. Como assim? Em Kant, é como se todos nós estivéssemos com “óculos”, responsáveis pela nossa capacidade de conhecer. Eles encaixam todos os objetos em intuições (como o tempo e o espaço) e em categorias diversas (unidade, pluralidade, causalidade, entre outras). Não é possível ao homem pensar sem esses “óculos”. Kant oferece um mapa de nossas possibilidades de pensar, mostrando os conceitos e os princípios que tornam possível o pensamento. Ele critica, assim, a “ideologia da razão”.

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Qual seria a consequência desse pensamento? Não temos condições de conhecer a realidade pura, “a coisa em si”, como ela realmente é. O mundo real, que Kant chama de o mundo dos númenos (coisa em si), é inalcançável para nós, impossível de ser plenamente conhecido pela nossa sensibilidade ou pelo nosso entendimento. Tudo o que conhecemos não é a realidade, mas o que Kant chama de fenômeno, isto é, o objeto na medida em que ele é apresentado, organizado e entendido pelo pensamento. A realidade em si não está condicionada ao sujeito – por isso, é impossível conhecê-la.

O filósofo prussiano, com isso, mostra-nos os limites da razão. Para Kant, os antigos metafísicos (Descartes, Aquino ou Pascal) foram além dos limites da razão para provar a existência da alma, de Deus ou do começo do mundo. Como esses elementos não se encaixam em nossas categorias, não é possível produzir conhecimento sobre eles. O recuo da razão diante de si mesma acaba com a pretensão da metafísica clássica de conhecer “a coisa em si” – tal pretensão é chamada por Kant de dogmática.

Kant, portanto, solucionou o debate entre racionalistas e empiristas mostrando que os dados da experiência (empirismo) são “encaixados” em categorias e intuições a priori (racionalistas). Os elementos a priori e a posteriori do conhecimento são devidamente conciliados.

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Kant hoje

Quais os limites da razão e do conhecimento? O pensamento de Kant, de que haveria uma realidade distinta dos sentidos, que é inacessível (ou de difícil acesso) para nós, tem vários pontos em comum com pensamentos de outras tradições filosóficas, como o pensamento budista.  Por exemplo, Eihei Dogen Zenji  (1200-1253), fundador do Soto Zen japonês, diz: “Aprender o caminho de Buda é aprender sobre si mesmo. Aprender sobre si mesmo é esquecer-se de si mesmo, é estar iluminado por tudo, no mundo. Estar iluminado por tudo é deixar cair o próprio corpo e a própria mente”. Atualmente, num quadro de crescimento dos diagnósticos médicos de ansiedade, muitos têm procurado práticas como o yoga e a meditação, que bebem nas tradições filosóficas orientais. No fundo, tal procura reflete uma busca por conhecer melhor a si mesmo e ao mundo. Interessante notar, nesse sentido, a validade da filosofia nessa procura.

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