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“O Enem é uma prova de resistência”

Nosso estagiário encarou a prova quatro anos depois de se formar no ensino médio; veja o que ele achou

Por Lucas Muniz Baptista
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h42 - Publicado em 10 nov 2014, 19h45

No início deste ano, quando comecei a estagiar no site da Superinteressante, que fica ao lado do pessoal do Guia do Estudante, decidi fazer o exame do ENEM. Só para me testar, mesmo. Como todo ano alguém de lá tem de realizar a prova, eu me ofereci como cobaia.

Quando eu estava terminando o ensino médio, há uns quatro anos, era tanta tensão e tanta pressão para passar na faculdade que, em novembro daquele ano, eu mal conseguia mexer o pescoço – ele simplesmente havia travado. E foi exatamente o que vi no final de semana do Enem: os pescoços de muita gente na escola em que fiz a prova não viravam.

No primeiro dia, eu estava bem tranquilo, pois sabia que não era obrigado a me sair bem. Apresentei meu documento na porta da escola, desliguei e lacrei meu celular e sentei na carteira. Nela estavam escritos xingamentos à presidente Dilma Rousseff e ao senador mineiro Aécio Neves. Escola de estudantes politizados, aparentemente. Compartilhei com o colega ao lado (mais um daqueles que não mexiam o pescoço). Ambos rimos. Em seguida, a fiscal de prova teve a brilhante ideia de entregar o gabarito chamando a cada um pelo nome. Detalhe: a sala inteira se chamava Lucas.

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Após nove minutos de muitos Lucas citados pela aplicadora, comecei a realizar a minha prova no caderno de questões azul às 13h09. As perguntas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza não me surpreenderam, já que abordaram muita coisa que vejo no meu dia a dia. Mas, no momento em que comecei a ler as provas de biologia e química, vi que não sabia quase nada, pois há “séculos” não estudo essas matérias. Foi um alívio ler, mais tarde, reportagens com professores de cursinho afirmando que a prova estava ao nível dos grandes vestibulares.


Lucas com seu cartão de confirmação do Enem (Foto: arquivo pessoal)

No dia seguinte, mostrei ao meu pai o vídeo de um garoto que, correndo atrasado a um minuto do fechamento do portão no ENEM 2013, tropeça e desmaia. O povo se desespera e pede ao segurança que o coloque dentro da escola, pois assim, quando ele acordasse, conseguiria fazer a prova. Virou um meme e foi um dos vídeos mais postados na época.

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Descansei e me alimentei bem para o segundo dia de prova. Eu estava bem desligado do mundo e não prestei atenção ao horário. Foi por isso que meu pai, de cinco em cinco minutos, falava: “Lucas, tá quase na hora, corre para não desmaiar no portão”. Após tanta zueira do velho, consegui chegar 10 minutos antes da prova.

Foi tudo no mesmo esquema: entrega documento, senta na carteira da Dilma e do Aécio e começa a prova – no caderno azul de novo. Como trabalho com jornalismo e interpretação de textos, achei a prova de português tão fácil quanto a redação. O problema é que sou um fiasco com números e, decidi fazer a redação antes das questões de matemática e suas tecnologias. Perdi muito tempo passando o rascunho para a folha oficial. Olhei para a lousa: só restava o adesivo dos últimos 15 minutos e eu ainda tinha 30 questões para resolver. Lembrei de uma notícia sobre um garoto que terminou o primeiro dia de prova em duas horas: “Chutei no vácuo, tipo o Valdívia”, disse o estudante. Foi exatamente o que eu fiz – não dava mais tempo, só consegui responder aquelas que não exigiam contas.

O fato é que o Enem é uma prova de resistência e exige muito preparo. Resolver simulados e saber interpretar questões são coisas fundamentais para um exame como esse. Penso que há necessidade até de preparo físico, para não travar o pescoço – ou desmaiar.

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