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Pesquisadora surda apresenta dissertação usando língua de sinais na Unicamp

Mestranda em Pedagogia defendeu uso de Língua Brasileira de Sinais (Libras), que tem estatuto de língua nativa no Brasil

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h48 - Publicado em 11 jun 2010, 17h43

da redação*

Pela primeira vez, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) teve uma dissertação apresentada em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A pesquisadora Regiane Agrella, surda, defendeu no último mês o trabalho “Língua, subjetividade e opressão linguística – interrogações a uma pedagogia (AB)surda”.

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Por lei desde 2002, a Língua Brasileira de Sinais tem o estatuto de língua nativa, assim como o português. O trabalho de Regina criticou médicos, familiares, professores e fonoaudiólogos que pretendem “curar” a surdez e obrigam o surdo a “falar”.

“Por que a sociedade não aceita a língua de sinais? Eu devo me apropriar do português? Só eu? Por que não troca, não inverte o jogo? Eu também voto”, disse Regiane, formada em Pedagogia.

Ela conta que uma vez foi reprimida pela mãe enquanto conversava com
um colega usando língua de sinais. Para a mãe, ela correria o risco de “perder a fala”.  “É a minha língua, e percebi que ela era proibida”, disse.

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“Poderia aprender português como segunda língua. Mas comecei a perceber que as frases eram incompletas. Por exemplo: Eu gosto de você. Eu entendo: eu gosto você. ‘De’ para mim não significa nada. Na escrita eu omitia porque não entendia essas conjunções”, explicou a mestranda.

Durante a apresentação, Regiane narrou a sua época na escola, quando aprendeu a ler lábios para acompanhar as aulas. “Eu entendia as palavras, mas as frases não tinham sentido. Eu decorava e respondia para a prova. Falava até bem, mas minha escrita era muito diferente. As professoras sempre achavam algum erro, mas não sabiam explicar, do meu jeito, onde estava o erro”.

ADAPTAÇÃO
A pesquisadora foi também uma das primeiras aprovadas no mestrado com provas em português e em Libras. As aulas passaram a ser acompanhadas de tradutor Português – Libras e gravadas em DVD.

 

“É possível garantir a formação do pesquisador surdo mesmo que ele não tenha como primeira língua o português, e sim a língua de brasileira de sinais”, disse Regina de Souza, orientadora de Regiane.

Dados do MEC mostram que, em 2003, 56 mil surdos frequentavam o ensino fundamental e só 2 mil, o médio. O Brasil tem quase 5 milhões de pessoas com algum grau de surdez, segundo o IBGE.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Unicamp (Maria da Cruz); foto de Antonio Scarpinetti (Ascom / Unicamp)

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