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5 fatos sobre exploração sexual e tráfico de mulheres e crianças no Brasil

Dia 23 de setembro é lembrado na luta contra esse tipo de crime, que ainda é pouco discutido no Brasil

Por Juliana Morales
Atualizado em 23 set 2021, 14h57 - Publicado em 23 set 2020, 18h21

Dia 23 de setembro é lembrado o Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Criança. No Brasil, o tema ainda é um tabu. Muitas estatísticas e discussões sobre o tema acabam ficando escondidas ou sendo esquecidas pela maioria. Mas a realidade preocupante precisa estar em pauta – não só hoje.

Selecionamos cinco fatos para entender exploração sexual e tráfico de mulheres e criança no Brasil no cenário atual.

1- Números

Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o tráfico de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas, movimentando, aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano. A exploração sexual é a razão mais frequente para o tráfico de pessoas (79%). De acordo com a Childhood Pela Proteção da Infância, no Brasil, são 500.000 casos de exploração sexual por ano.

2- Posição do Brasil

O Brasil ocupa a 13ª posição no levantamento “Out of the Shadows Index” (Índice Fora das Sombras) criado pela revista The Economist, com o apoio da World Childhood Foundation e da Oak Foundation. O índice analisa como 60 países estão respondendo ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Reino Unido, seguido por Suécia, Austrália e Canadá lideram o ranking do combate. O estudo conclui que a violência sexual infantil ocorre em todos os lugares, independentemente do status econômico de um país.

O Brasil alcançou 62.9 pontos, ficando acima da média dos 60 países (50.2 pontos). Como explica a Childhood Brasil, o principal destaque do país está no tópico “engajamento da indústria, sociedade civil e mídia”, que analisa a propensão para avaliação de riscos das operações do setor privado e na comunidade e como prestar apoio às vítimas. No item, o país atinge 81.3 pontos e a média mundial é de 42.9 pontos. 

Apesar de estar em cima da média, o tópico “compromisso e capacidade do governo” merece atenção, segundo o estudo. Esse item analisa se os governos investem recursos para equipar instituições e pessoal para responder adequadamente, e coletar dados para entender o escopo do problema. 

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Veja o relatório completo aqui.

3- Turismo sexual

Em abril, uma discussão sobre turismo sexual começou após uma fala do presidente Jair Bolsonaro. Depois de criticar “turismo gay”, Bolsonaro disse que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher” pode ficar à vontade. Em respostas, regiões em que o turismo sexual é uma grande problema, como o Nordeste, reagiram com indignação. 

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Como mostra a reportagem do jornal O Globo, “o Ministério do Turismo chegou a fazer, entre 2011 e 2012, uma ação de identificação de sites associando o Brasil à pornografia e à prostituição, e conseguiu derrubar cerca de 2.100 páginas com esse conteúdo. Em 2015, um novo monitoramento apontava o surgimento de mais de 3,3 mil sites com o mesmo teor”.

Porém, as denúncias relacionando a exploração sexual ao turismo não são frequentes. Segundo levantamento do Ministério da Mulher, Direitos Humanos e Família, a pedido do jornal, foram feitas 33 denúncias em 2016, 25 em 2017 e oito em 2018.

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4- Mais perigo na pandemia

Como conta a revista Veja, o canal criado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para receber denúncias relacionadas ao coronavírus registrou, do dia 18 de março até 24 de abril, 7.563 queixas durante a quarentena; destas, 5.156 são de “violência contra pessoa socialmente vulnerável”, que pode incluir mulheres, crianças e idosos.

Instituições alertam para o aumento de violência – como a exploração sexual – contra grupos vulneráveis em todo o mundo, especialmente para mulheres e crianças, durante o isolamento social.

5- Investigação

Sugestão para quem quer se aprofundar no assunto. Em maio deste ano, foi lançado o documentário “Um Crime Entre Nós“, produzido pela Maria Farinha Filmes, dirigido por Adriana Yañez e idealizado pelo Instituto Liberta e pela Alana. Figuras conhecidas como Jout Jout, Luciano Huck, Dráuzio Varella e Gail Dines conversam com pessoas que atuam diariamente para tirar meninas e meninos do mercado de exploração. O filme mostra as causas dessa violência tão presente na sociedade brasileira.

* Disponível no GNT Play, Videocamp (gratuito), Canal Brasil e Philos. 

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