Em 29 de janeiro é celebrado o Dia da Visibilidade Trans no Brasil. A data é uma homenagem direta ao dia que ficou reconhecido como o primeiro grande ato em Brasília realizado inteiramente por homens e mulheres transexuais e travestis que reivindicavam seus direitos. A campanha chamada “Travesti e Respeito” chegou no Congresso Nacional neste dia em 2004 e, desde então, tem sido celebrada com comemorações, passeatas e movimentos.
A situação atual do país, porém, não é de se celebrar. Os dados mais recentes da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que o número de casos de violência contra pessoas trans aumentou 17% em 2020 no estado de São Paulo. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), 175 pessoas transexuais foram assassinadas no país ano passado, um número que equivale a uma morte a cada dois dias.
O começo da cura para o preconceito na sociedade é a informação. Ao aprender sobre a vivência, a história e as experiências que pessoas trans passam todos os dias, se permite a visibilidade e o reconhecimento dessa camada da população.
Uma maneira de se fazer isso é por meio das obras de ficção. Entre personagens na novela das 21h e filmes que abordem o tema com a naturalidade que merece, a pauta trans é cada dia mais presente na cultura popular. Para conhecer mais, o GUIA trouxe 7 séries que possuem tramas relacionadas à luta trans e que merecem uma conferida.
1 – Euphoria (2019-)
Uma das séries mais comentadas da atualidade, Euphoria é definida pelos críticos como uma produção “necessária”. O seriado do canal HBO retrata um grupo de adolescentes nos anos de ensino médio passando pelas descobertas iniciais da transição para a vida adulta. Uma das protagonistas é Jules Vaughn, uma jovem transexual que está aprendendo a lidar com seus relacionamentos enquanto se muda para uma cidade nova. A personagem é interpretada pela atriz e modelo Hunter Schafer que, inclusive, dirigiu um episódio especial do seriado.
Sinopse: No enredo, Rue tem 17 anos e acaba de sair da clínica de reabilitação após ter uma overdose. Tentando voltar a uma vida “normal”, ela volta para a escola. Lá, o telespectador conhece outros alunos que, assim como ela, têm que lidar com seus próprios traumas. Sexualidade, abusos, drogas, conflitos familiares… A lista é muito diversa. A série rendeu um Emmy de Melhor Atriz para Zendaya em 2020, por sua atuação como Rue, a principal.
Onde assistir: HBO GO e NET Now.
2 – Supergirl (2015-2021)
Essa adaptação para a televisão das história em quadrinhos da Supergirl (ou Kara Zor-El), a prima do Superman, é uma das produções heróicas do canal The Cw. A história faz parte do universo compartilhado de super heróis que o canal contempla, incorporando outras séries como The Flash, Arrow, Legendes of Tomorrow, Black Lightning, Batwoman e Superman & Lois. Na quarta temporada da adaptação, conhecemos Nia Nal (Nicole Maines), uma jovem transexual que trabalha na mesma redação que Kara Danvers. Ao lado de Supergirl, a jornalista descobre poderes sobrenaturais e se torna a primeira super heroína trans da história.
Sinopse: A série é baseada na personagem Kara Zor-El, da DC Comics. Quando seu planeta de origem, Krypton, está prestes a ser destruído, ela é enviada para a Terra, para viver com seu primo, o Super-Homem. Após viver por anos como uma pessoa normal, alguns acontecimentos a levam a se revelar para o mundo, adotando o alter-ego “Supergirl”.
Onde assistir: Netflix.
3 – POSE (2018-)
O seriado POSE é basicamente uma aula de história da cultura queer nos Estados Unidos. A série se passa no momento de transição entre os anos 80 e 90. Além disso, a série do canal HBO foi criada pelo diretor Ryan Murphy, famoso por outras produções com temas LGBTQIA+, como “Ratched”, “Hollywood”, “The Normal Heart” e “Os rapazes da banda”.
A série tem o maior elenco trans da história da televisão e já ganhou inúmeros prêmios, como o Globo de Ouro. Em POSE, acompanhamos a história de um grupo de transexuais e travestis não-brancos das regiões periféricas de Nova York; suas lutas diárias pela vida, pela igualdade, pelo respeito e pelo amor.
Sinopse: A protagonista Blanca, uma mulher trans, decide abrir sua própria casa, a Casa Evangelista, para abrigar jovens homossexuais e transexuais que não tem onde morar, além dos concursos organizados em bailes LGBT. A série também acompanha a trajetória de personagens com HIV.
Onde assistir: Netflix.
4 – The OA (2016-2019)
Os fãs dessa enigmática série lamentam o seu precoce cancelamento até hoje. Com apenas duas temporadas, The OA conquistou uma legião de espectadores ao contar a história de um grupo de jovens que tentam ascender a dimensões paralelas. A trama é uma mistura entre a busca do grupo para entender como alcançar as dimensões e os seus dramas e dilemas pessoais. Entre eles, o personagem Buck Vu (Ian Alexander), que ainda está entendendo seu corpo e é obrigado a recorrer ao vendedor de drogas locais para conseguir hormônios.
Sinopse: The OA mistura ficção científica, drama, suspense e fantasia. A protagonista Prairie Johnson, cega desde pequena, e é colocada para viver por sete anos num porão, junto de outras quatro pessoas. Eles são parte de um experimento do Dr. ‘Hap’ Percy, que acredita ser possível ‘saltar’ para outras dimensões quando se passa por alguma experiência de quase-morte.
Onde assistir: Netflix.
5 – Sense8 (2015-2018)
Outra série com uma grande legião de fãs decepcionados pelo cancelamento é Sense8. A série foi um sucesso de crítica e audiência, além de ser uma das pioneiras ao abordar os dilemas reais de uma personagem transexual.
A produção é dirigida pelas irmãs Wachowski, duas mulheres trans que dirigiram, entre outros sucessos, a trilogia Matrix. Na história de Sense8, o público conhece um grupo de indivíduos ao redor do mundo que, por algum motivo, conseguem se conectar pela mente. Um deles é Nomi Marks (Jamie Clayton), uma hacker ativista que mora com sua namorada em São Francisco, nos EUA.
Sinopse: A série conta a história de oito desconhecidos, cada um de uma cultura e país diferente. Um dia, todos eles têm uma visão da morte violenta de uma mulher chamada Angelica. Assim, eles descobrem que estão mentalmente e emocionalmente ligados um ao outro, o que dá a eles o nome de Sensates. Cada episódio conta o ponto de vista de cada personagem, mergulhando em seus passados.
Onde assistir: Netflix.
6 – O Mundo Sombrio de Sabrina (2018-2020)
Essa série sombria da Netflix é uma adaptação dos dias de hoje para as histórias em quadrinhos da personagem Sabrina Spellman, protagonista do seriado de comédia dos anos 90, “Sabrina, Aprendiz de Feiticeira“. Entre os amigos da bruxinha, está Theo Putnam (Lachlan Watson). O personagem lidou durante toda a primeira temporada com sua identidade e, a partir do segundo ano da produção, se afirma como um homem trans. A narrativa acompanha o processo de aceitação de Theo, e também de seus familiares e amigos – e, claro, tudo com muita magia e feitiçaria.
Sinopse: Prestes a completar dezesseis anos, a jovem Sabrina Spellman (Kiernan Shipka) é obrigada a tomar uma decisão crucial que mudará sua vida para sempre. Ela deve escolher entre o mundo das bruxas e o mundo dos mortais, enquanto luta para proteger a família e os amigos de forças sombrias que os ameaçam.
Onde assistir: Netflix.
7 – Vida (2018-2020)
Vida acompanha a história de uma comunidade gay latina vivendo em Los Angeles, nos EUA. Tudo começa quando duas irmãs são obrigadas a conviver juntar em sua cidade natal. A narrativa aborda tanto a questão da comunidade LGBTQIA+ quanto a comunidade latinx no solo americano. O senso de comunidade que permeia todo o seriado é também representado em seus bastidores: toda a produção criativa é composta por roteiristas latinx da comunidade LGBTQIA+.
Sinopse: Emma (Mishel Prada) e Lyn (Melissa Barrera) são duas irmãs com vidas completamente diferentes e separadas uma da outra. No entanto, uma inesperada notícia as fazem se encontrar na vizinhança de sua infância, onde iniciam uma jornada de amadurecimento ao enfrentar fantasmas do passado e descobrir um importante segredo de família.
Onde assistir: Starzplay.
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