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Andor Stern: a história do único sobrevivente brasileiro do Holocausto

Em 1944, Stern foi enviado junto com seus familiares para Auschwitz. O paulista faleceu em maio de 2022, aos 94 anos

Por Juliana Morales
Atualizado em 27 jan 2023, 10h24 - Publicado em 7 abr 2022, 19h33

Andor Stern, único sobrevivente brasileiro do Holocausto, faleceu em maio de 2022, aos 94 anos. Filho de imigrantes judeus húngaros, ele nasceu em 1928 em São Paulo, mas ainda criança ele se mudou com a família para a Hungria. Em 1942, o então presidente Getúlio Vargas declara apoio aos aliados contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Como a Hungria, onde Stern vivia, estava ao lado de Hitler no conflito, o garoto judeu e sua família foram considerados inimigos estrangeiro pelas autoridades húngaras, como mostra o documentário sobre o Holocausto da BBC Brasil.

Stern conseguiu fugir e se esconder por um tempo, mas somente até a Hungria ser ocupada pelos nazistas. Em 1944, ele e a família foram deportados para Auschwitz. No campo de concentração, onde ficou meses, o jovem vivenciou a dor de ver sua mãe e outros familiares serem levados para a câmara de gás. Ele próprio enfrentou o trabalho escravo, desnutrição e outras condições desumanas.

Com a derrota na guerra, os nazistas iniciaram as evacuações de Auschwitz e forçaram os prisioneiros a caminharem pelo inverno rigoroso europeu – episódio que ficou conhecido como Marcha da Morte. Stern, pesando apenas 28 quilos, foi um dos sobreviventes. Após o fim da guerra, em 1945, retornou à Hungria e, em 1948, conseguiu voltar para a sua cidade natal, São Paulo, onde viveu até seus últimos dias.

 

Na nota de falecimento, a família ressalta que “Andor dedicou grande parte de seu tempo às suas palestras sobre o Holocausto, ensinando os horrores do período para que não se neguem nem se repitam, e motivando as pessoas a valorizarem e agradecerem a vida e a liberdade”.

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Contexto histórico: Segunda Guerra Mundial e Holocausto

A Segunda Guerra Mundial envolveu nações de todos os continentes, estendeu-se de 1939 a 1945 e deixou cerca de 50 milhões de mortos. Foi uma nova tentativa de equacionar os conflitos deixados pela Primeira Guerra – a Itália e a Alemanha não aceitavam a derrota e, juntamente com o Japão, exigiam uma redivisão dos mercados mundiais para a expansão de seus parques industriais.

Antecedentes

Como o nazismo bloqueava o avanço do socialismo, as potências europeias não se opuseram ao crescimento do regime na Alemanha. Nem mesmo quando Hitler remilitarizou o país e anexou territórios. Em 1936, ele reocupou a Renânia, região na fronteira entre a França e a Bélgica. Em ofensiva diplomática, ofereceu ajuda econômica à Itália fascista e apoiou o general Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola. Com o Japão, assinou o Pacto Anti-Komintern, para frear a expansão da União Soviética (URSS) na Ásia.

Em 1938, Hitler anexou a Áustria, no episódio conhecido como Anschluss. No mesmo ano, anexou uma região da Tchecoslováquia habitada por alemães (Sudetos). Em seguida, dominou o país inteiro. Em 1939, assinou com a rival URSS o Pacto Germânico-Soviético, um acordo de não agressão. Abriu-se, assim, o caminho a leste para ocupar uma área que permitia acesso ao mar pela Polônia e mantinha a província alemã da Prússia Oriental isolada do resto do território.

Avanço nazista

As tropas nazistas invadiram a Polônia em 1º de setembro de 1939, inaugurando a blitzkrieg (guerra-relâmpago), um fulminante ataque por terra e ar. Logo depois, Reino Unido e França declararam guerra aos alemães. Hitler ocupou a Dinamarca, a Noruega, a Holanda e a Bélgica.

Em junho de 1940, dominou a metade norte do território da França – no sul foi instalado um governo colaboracionista. Em setembro de 1940 foi formalizado o Eixo – pacto entre Alemanha, Itália e Japão que estabelecia o apoio mútuo em caso de ataque por potência ainda não envolvida na guerra – por exemplo, os Estados Unidos. No mesmo mês, Hitler bombardeou Londres, mas foi repelido pela Real Força Aérea (RAF).

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Em junho de 1941, a Alemanha invadiu a URSS. As tropas nazistas foram barradas pelo rigoroso inverno e pelo contra-ataque soviético. Agora, os alemães precisavam lutar em duas frentes: contra os ingleses a oeste e contra os russos a leste.

Paralelamente aos combates, Hitler perseguia os judeus, que inicialmente foram confinados em guetos. A partir de 1942, foi implantada a “solução final”, que previa a deportação e a execução em massa em campos de trabalho, concentração e extermínio na Alemanha e na Polônia. No fim do conflito, cerca de 6 milhões de judeus haviam sido mortos, num dos maiores crimes da história, o holocausto.

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