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Epidemia de dengue ameaça o Brasil – e Aedes pode transmitir mais doenças

Sete estados e o Distrito Federal já declararam emergência na área de saúde, e o cenário em todo o país está piorando

Por Paulo Zocchi
5 mar 2024, 15h00

Passada a catástrofe da Covid-19, uma nova epidemia atinge o Brasil: a doença da vez é a dengue, velha conhecida nossa. Em apenas dois meses deste ano, janeiro e fevereiro, o número de casos suspeitos da doença já passou de um milhão, com 214 mortes confirmadas e outras 687 em análise. Em 2023 inteiro, houve 1,7 milhão de casos de dengue em todo o país.

A dengue é uma doença infecciosa, cujo vírus é transmitido pela picada do pernilongo Aedes aegypti. Ele se contamina ao picar alguém doente, e transmite a doença ao picar uma pessoa sã. A forma mais efetiva de combater a dengue é agir para eliminar o mosquito transmissor, que se reproduz em água parada (mesmo em pequenas poças, como na base de um vaso de plantas). A atual onda de calor, somada às chuvas comuns no verão, fazem deste período o ideal para a eclosão dos ovos que a fêmea do mosquito deixa nas poças.

Os principais sintomas da dengue são uma febre alta repentina, dores musculares pelo corpo, cansaço e dor de cabeça (em particular, atrás dos olhos). Na ocorrência dos sintomas, é importante ir a um atendimento médico o quanto antes. Os casos totalizados são “suspeitos” porque, mesmo quando há os sintomas, a doença só é comprovada por exame de sangue, cujo resultado pode demorar alguns dias.

A dengue pode matar porque, em casos graves, provoca hemorragia interna (com queda da pressão arterial e insuficiência circulatória aguda). Pode também reduzir as defesas do organismo, deixando-o vulnerável a infecções fatais.

Circulam no Brasil quatro tipos (cepas) de vírus da dengue, identificados pelos números 1, 2, 3 e 4. Quem já se contaminou com um dos tipos, fica imune para aquele tipo, mas não para os demais. A cepa predominante na atual onda é a 3, para o qual grande parte das pessoas não tem defesa – o que indica uma forte possibilidade de agravamento da epidemia.

Estados em Emergência.

Neste início de março, decretaram emergência por causa da dengue sete Estados e o Distrito Federal, e chama a atenção o fato de que a doença está espalhada pelo país. Estão em estado de emergência:

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  • Acre (região Norte);
  • Distrito Federal e Goiás (região Centro-Oeste);
  • Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (região Sudeste);
  • E Santa Catarina (região Sul).

O maior número de ocorrências acontece em Minas Gerais, com 352 mil casos suspeitos neste ano (35% do total nacional). A maior incidência da doença, porém, ocorre no Distrito Federal, com 3.612 casos a cada 100 mil habitantes – para a Organização Mundial da Saúde, há epidemia quando se ultrapassa a incidência de 300 casos por 100 mil habitantes.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que tanto a rede pública de saúde quanto a rede privada haviam entrado em colapso, pois a demanda superou a capacidade de atendimento. Quando decreta estado de emergência sanitária, o governo pode concentrar verbas e adotar ações extraordinárias de combate à doença, como montar centros de atendimento emergenciais e organizar mutirões de combate aos criadouros do mosquito.

Zika e Chikungunya

A disseminação atual do Aedes aegypti é ainda mais alarmante pois o mosquito transmite – ou seja, atua como vetor – outras doenças muito graves além da dengue: a zika e a chikungunya.

Causada por um vírus, a zika é assintomática na maior parte dos casos, mas pode ter sintomas semelhantes aos da dengue. O que mais preocupa, porém, são as contaminações de zika em grávidas. O vírus pode provocar a morte do feto e o aborto, a microcefalia do bebê (malformação em que o cérebro do feto não se desenvolve adequadamente na gestação) ou outras complicações neurológicas. Após uma epidemia entre 2015 e 2017, os registros de zika diminuíram no país: em 2023, ficaram um pouco abaixo de 8 mil casos.

O vírus da chikungunya foi isolado pela primeira vez nos anos 1950, na África. Há quatro cepas de vírus do gênero Alphavirus, transmitido pelo mosquito Aedes albopictus, além do Aedes aerypti. A doença provoca febre alta, dor intensa nos músculos e nas articulações, dor de cabeça, manchas vermelhas na pele e conjuntivite. É raro a chikungunya levar à morte, mas os infectados podem ter inflamação e dor nas articulações durante meses ou até mesmo para sempre. A chikungunya chegou ao Brasil em 2014. Em 2023, foram registrados 145 mil casos.

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Prevenção ao mosquito da dengue

O combate ao mosquito transmissor da dengue exige, principalmente, políticas públicas para eliminar os grandes criadouros do pernilongo, ou seja, os locais com água parada, numerosos nas cidades, como nos terrenos baldios, nas obras e nos locais que acumulam lixo. Além disso, é preciso realizar campanhas que conscientizem a população para eliminar os criadouros nas residências e empresas, tampando caixas d’água, eliminando poças em vasos ou nas bandejas de geladeiras, higienizando os potes de água dos animais domésticos.

Outras medidas importantes em casa são colocar telas nas janelas, tampar as latas de lixo e verificar as calhas. Dentro de casa, pode-se usar mosquiteiros nas camas e berços e inseticida em spray ou na tomada para matar os mosquitos.

A principal medida de proteção pessoal é passar repelentes para evitar a picada do mosquito. É preciso ficar atento para a duração de seu efeito, de modo a manter o repelente ativo enquanto estiver em ambientes expostos ao mosquito.

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