Em um dos primeiros atos como presidente da Argentina, Javier Milei, eleito com 55,7% dos votos, revogou uma lei definida pelo ex-presidente Mauricio Macri em 2018. O decreto impedia a nomeação de parentes em cargos da administração pública. Milei revogou a lei para nomear sua irmã, Karina Milei, ao posto de secretária-geral do governo – decisão que foi apontada como nepotismo. Mas afinal, o que é nepotismo?
Por definição, é exatamente o que o ex-presidente da Argentina, Macri, tentou impedir: atribuir a membros da própria família, cargos políticos ou de funções públicas – ou, estendendo um pouco mais, promover vantagens e benefícios a familiares usando dinheiro público.
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A título de comparação, o cargo de Karina Milei no Brasil é ocupado por Márcio Costa Macêdo (PT), ministro nomeado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). Macêdo não tem nenhum vínculo de parentesco com o presidente da República.
Por aqui, a prática de nepostimo é vedada pela própria Constituição Federal, que impede a nomeação de parentes a cargos públicos por contrariar os princípios da “impessoalidade, moralidade e igualdade”. Mas calma, o seu primo que trabalha na padaria do seu tio não é um exemplo de nepotismo.
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O termo é exclusivo para cargos que envolvam a administração pública. Ao colocar os próprios parentes em funções de governo, o governante em si está tirando a chance de um representante qualquer da população ocupar o cargo. Além, claro, da falta de imparcialidade: um parente é mais propenso a ter uma atitude condescendente do que um estranho.
Origem do termo: os sobrinhos da papa
O termo “nepotismo” pode te lembrar outra expressão que está bem em alta ultimamente: “nepo baby”. O título em inglês diz respeito aos atalhos que ser o filho de uma pessoa influente pode oferecer. Para um filho de um ator de Hollywood, por exemplo, é muito mais fácil conseguir um papel no cinema do que para um anônimo. Este filho, assim, seria considerado um nepo baby.
O “nepo”, de “nepo baby”, vem mesmo do termo “nepotismo” – que por sua vez originou-se de “nepote“, que significa “sobrinho” em latim. Mas por que sobrinho? O termo passou a ser usado a partir do século XV para descrever a contratação de familiares a cargos próximos do papa – frequentemente, sobrinhos. Um dos casos mais famosos é o do papa Alexandre VI (1431-1503) que teria favorecido seu filho César Bórgia durante todo o seu papado.
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