Quais são os países do BRICS, e por que eles podem ser mais taxados pelos EUA
Presidente Donald Trump ameaçou uma taxação extra de 10% para os países que se alinharem às políticas do bloco sul-global

O texto não mencionava diretamente os Estados Unidos, mas o presidente americano Donald Trump respondeu à “Declaração do Rio de Janeiro“ divulgada neste domingo pelos países-membro do BRICS. A carta final elaborada pelo bloco, reunido em Cúpula, defendeu o multilateralismo, expressando “sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio”.
Horas depois, Trump foi às redes sociais anunciar uma taxação extra de 10% a qualquer país que se “alinhar às políticas antiamericanas do BRICS”.

O presidente dos Estados Unidos não declarou abertamente quais serão os países taxados.
Hoje, fazem parte dos BRICS as seguintes nações:
- África do Sul;
- Arábia Saudita;
- Brasil;
- China;
- Egito;
- Emirados Árabes Unidos;
- Etiópia;
- Indonésia;
- Índia;
- Irã;
- Rússia
Juntos, os 11 países do BRICS representam quase metade da população mundial.
Além dos membros, desde 2024 o grupo também conta com nações parceiras, autorizadas a participar da Cúpula de Chanceleres e de Líderes do BRICS.
São elas:
- Belarus;
- Bolívia;
- Cuba;
- Cazaquistão;
- Malásia;
- Tailândia;
- Uganda;
- Uzbequistão.
Em teoria, todos estes países poderiam ser alvo da taxação de Trump, já que são alinhados às políticas dos BRICS. Conheça, abaixo, a história da formação do grupo sul-global.
Como surgiu o BRICS
BRICS é o acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os países-membros do grupo. Por volta dos anos 2000, algumas nações começaram a entrar em ciclos de crescimento econômico com trajetórias ascendentes: eram os chamados países emergentes.
A ideia de agrupamento destes países excluindo, a princípio, a África do Sul, surgiu com o economista britânico Jim O’Neil ainda em 2001. Ele os agrupou – no campo da teoria, é claro – e criou a sigla como uma forma de categorizar e analisar os aspectos econômicos, sociais, comunicacionais e empresariais semelhantes de cada um dos países.
Cinco anos mais tarde, em 2006, os países tiraram essa ideia do papel e se juntaram efetivamente, incorporando a união às suas políticas internacionais.
“Eles se reorganizaram ou continuaram uma trajetória que já vinham apresentando de tentar expandir os seus negócios pelo mundo, de se tornarem atores em termos diplomáticos”, explica Pedro Brites, professor do curso de Relações Internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta outra entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE. “Posicionando-se como novos atores, esses países teriam condições de se tornarem protagonistas do cenário econômico global”, conclui.
Por não adotar uma moeda única ou seguir um tratado, o BRICS não pode ser classificado como um bloco econômico. A ideia, desde sua criação, é a adoção de estratégias políticas para impulsionar as economias dos países-membro, tornando-os cada vez mais relevantes no cenário global.
+ Entenda como o BRICS mudou ao longo dos anos – e quais as perspectivas para o futuro
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