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Trump tira EUA de acordo com países do Pacífico; entenda

Decisão representa inversão na tendência de décadas de política econômica internacional de reduzir barreiras comerciais e expandir comércio em todo o mundo

Por José Romildo, da Agência Brasil
Atualizado em 27 jan 2017, 15h22 - Publicado em 27 jan 2017, 13h30
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O presidente Donald Trump cancelou nesta semana (23/1), por meio de decreto, a participação dos Estados Unidos do Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP, na sigla em inglês), o mais importante acordo internacional assinado pelo ex-presidente Barack Obama. Destinado a estabelecer novas bases para as relações comerciais e econômicas de 12 países do Oceano Pacífico, reduzindo tarifas e estimulando o comércio para impulsionar o crescimento, o acordo iria englobar 40% da economia mundial e 800 milhões de pessoas.

Os países signatários são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Com a medida, Trump começa – já no primeiro dia útil de seu mandato, após tomar tomar posse sexta-feira (20) – a reconfigurar o papel dos Estados Unidos na economia global.

Essa é a segunda vez que o novo presidente – ou parlamentares do Partido Republicano – invalida uma herança deixada por Obama. A primeira foi o cancelamento do Obamacare, um programa de saúde aprovado pelo ex-presidente para estender atendimento médico a toda população americana. Esse legado deixado pelo ex-presidente começou a ser desmontado antes mesmo de Trump tomar posse, por iniciativa de congressistas republicanos.

Durante a campanha, o presidente Trump já havia anunciado que iria abandonar formalmente a Parceria Transpacífico, por considerar o acordo ruim para os trabalhadores americanos. A parceria ainda não tinha sido aprovada pelo Congresso americano e agora, com a saída dos Estados Unidos, o acordo praticamente se inviabiliza, já que a parceria tinha como pressuposto o mercado americano. O posicionamento dos Estados Unidos no mercado global vai obrigar os países que têm comércio forte com o mercado americano a reavaliar suas estratégias.

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A administração Obama negociou arduamente o pacto comercial do Pacífico durante oito anos. A parceria foi finalmente assinada pelos chefes de estado dos 12 países em 12 de outubro de 2015. Obama, porém, nunca levou a proposta ao Congresso americano, com receio de que o pacto fosse rejeitado. Na época, Obama entendeu que uma derrota no Congresso seria pior do que deixar o acordo estagnado sem aprovação.

Redirecionamento

A saída dos Estados Unidos da parceria com os países do Pacífico representa uma inversão na tendência de décadas de política econômica internacional – executadas tanto por governos democratas quanto por republicano – de reduzir as barreiras comerciais e expandir o comércio em todo o mundo. Embora os candidatos muitas vezes tenham criticado acordos comerciais na campanha, aqueles que chegaram à Casa Branca, incluindo o presidente Barack Obama, acabaram ampliando o alcance dessas relações.

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“Estamos falando sobre isso há muito tempo”, disse Trump, ao assinar o decreto formalizando a saída dos Estados Unidos do TPP. Para ele, a retirada do pacto comercial é “uma grande coisa para o trabalhador americano”.

Assessores de Trump afirmam que o novo presidente pretende avançar rapidamente na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que une comercialmente Canadá, Estados Unidos e México. A negociação do Nafta começou na gestão do presidente George Bush e o acordo foi levado ao Congresso pelo presidente Bill Clinton. O acordo tem sido um dos principais motores do comércio americano há quase duas décadas, mas há algum tempo tem sido questionado por, supostamente, diminuir a oferta de emprego e reduzir os salários do trabalhador norte-americano.

 

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