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Unicamp une estudos sobre massacre do Carandiru e Racionais MC’s

GUIA relembra o contexto histórico de 'Sobrevivendo do Inferno' e indica série de vídeos

Por Luccas Diaz
Atualizado em 8 mar 2021, 19h46 - Publicado em 2 out 2020, 15h39
Mano Brown está atrás das grades no clipe 'Diário de um Detento' denunciando a máquina de morte que o presídio se configura  (YouTube/Reprodução)
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Em 2018, a escolha de um álbum dos Racionais MC’s para a lista de obras obrigatórias no vestibular 2020 da Unicamp teve o objetivo de aproximar estudantes da “leitura de mundo”, segundo o coordenador executivo da comissão organizadora do exame (Comvest), José Alves de Freitas Neto, em depoimento para o G1. Para ele, as músicas de “Sobrevivendo no inferno” permitem uma abordagem da literatura que dialoga com o processo de inclusão e transformações da universidade.

No entanto, o clássico álbum é complexo e permite elaborar estudos sobre muitos temas: racismo, drogas, religiosidade, criminalidade, ação do poder público, oportunidades na educação e cotidiano da periferia.

Para ajudar no estudo da obra, o GUIA relembra o Massacre do Carandiru, fato histórico importante retratado pelos Racionais MC´s, e indica a série de vídeos do canal Chavoso da USP, que utilizou a análise de Acauam Silvério de Oliveria, professor de Literatura Brasileira da Universidade de Pernambuco (UPE), no livro homônimo”Sobrevivendo no Inferno

Massacre do Carandiru

Em 2 de outubro de 1992, uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo foi brutalmente interrompida por uma intervenção da Polícia Militar que matou 111 detentos. A chacina é conhecida como Massacre do Carandiru e se tornou um símbolo da precariedade do sistema prisional do Brasil.

++Entenda a crise no sistema penitenciário brasileiro

Sobrevivendo no Inferno e clipe Diário de um Detento

Em 1997, cinco anos depois do massacre, o grupo de rap Racionais MC’s, composto pelos integrantes Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay, lançou o álbum “Sobrevivendo no Inferno”. As 12 canções que compõem o disco são uma resposta à violenta repressão policial que estava ocorrendo nas periferias do país, em um contexto de crescente desigualdade social e jovens negros assassinados em casos com repercussão internacional como as chacinas da Candelária e de Vigário Geral. O disco vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e é considerado um marco para a música nacional, sobretudo por dar voz a artistas da periferia.

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Em Diário de um Detento, Brown transforma os relatos do ex-presidiário Jocenir em uma música que mostra o dia a dia na Casa de Detenção; o clipe feito para a canção foi gravado dentro do Pavilhão Oito, com outros detentos.

Vestibular Unicamp

Em 2018, as letras do álbum foram editadas em formato de poemas no livro homônimo Sobrevivendo no Inferno“.  A obra integrou a lista obrigatória do vestibular da Unicamp.

Criado por Thiago Torres,  o canal do YouTube Chavoso da USP apresenta uma série de quatro vídeos que analisa a obra (livro e álbum) e discute o contexto brasileiro.

Parte 1 – Contexto social

Parte 2 – Mudança de abordagem e referência religiosa

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Parte 3 – Humanização – Diário de um detento

Parte 4 – Esperança

Editado por Alexandre de Melo

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