Conheça a origem do Estado Islâmico
O Estado Islâmico – a mais poderosa organização extremista islâmica da atualidade –, foi criado em 2003, com o nome Al Qaeda no Iraque (AQI). O grupo agia contra as tropas dos EUA, que estavam presentes desde 2003 no território iraquiano, com o pretexto de combater o terrorismo, e os xiitas locais. Mas, após a morte de seu comandante, Abu Musab al Zarqawi, em 2006, o AQI foi praticamente aniquilado. No mesmo ano, foi rebatizado como Estado Islâmico do Iraque (EII).
Anos depois, em 2010, o grupo ressurge com um novo líder, Abu Bakr al-Baghdadi e passa a ser conhecido Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS). O EIIS ganha mais força entre 2011 e 2013, quando se intensifica a luta dos rebeldes contra o regime sírio.
Em 2013, ao expandir o seu poder para a Síria, o grupo muda novamente de nome, passando a se autodenominar Estado Islâmico do Iraque e do Levante, também conhecido por sua sigla em árabe, Daesh. Ao dominar territórios no Iraque e na Síria, em junho de 2014, anunciaram a criação de um califado na região, e finalmente passaram a se chamar Estado Islâmico (EI). Na ocasião, Abu Bakr al-Baghdadi é proclamado califa.
Nas áreas que conquista, o EI rapidamente se organiza para assumir os controles das bases militares, bancos, hidrelétricas e campos de petróleo. Eles também instauram governo próprio, com ministérios, cortes islâmicos e aparato de segurança. Inclusive, é com a cobrança de taxa e impostos, junto com a venda ilegal de petróleo, os sequestros e as extorsões, que o EI garante a sua renda diária, estimada em 2 milhões de dólares.
O que é um califado?
O califado é uma referência aos antigos impérios islâmicos surgidos após a morte do profeta Maomé. Eles seguem rigorosamente a lei islâmica – a sharia – e são governados por um califa, que é considerado sucessor de Maomé, seja geneticamente (como pregam os xiitas) ou escolhido pelo povo (a ideia dos sunitas). O califa é é a autoridade máxima (política e religiosa).
Os califados também possuem um caráter expansionista e não reconhecem fronteiras políticas. O Estado Islâmico, por exemplo, vem realizando ataques sucessivos a diversas cidades sírias e iraquianas, aumentando sua extensão territorial. O califado mais conhecido é o Império Árabe.