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Cinco estrelas: conheça o curso de Audiovisual da USP

Por Malú Damázio
Atualizado em 24 fev 2017, 15h36 - Publicado em 19 mar 2015, 10h12

(Imagem: Thinkstock)

Assistir a filmes é uma das principais formas de entretenimento de grande parte das pessoas. Além de proporcionarem momentos de diversão, os filmes também podem contar ótimas histórias – reais ou fictícias – e nos ajudar na compreensão de um fato passado. Vamos lá, quem nunca comemorou quando o professor resolveu passar um filme que tratasse de um assunto discutido em sala de aula?  E quando aquela trama que você esperou o ano inteiro finalmente foi lançada nas telonas? A sétima arte também não está restrita ao mercado dos blockbusters hollywoodianos e dos filmes que concorrem ao Oscar. Muitas pessoas acompanham também a cena independente, que se afasta do eixo norte-americano e tem produções de diversos países, inclusive brasileiras. Então, caro leitor, vamos falar de cinema? Ou melhor: vamos falar de quem é responsável por tornar um filme possível?

Se você já teve a oportunidade de ir a um set de filmagens, assistiu algo sobre ou já se imaginou em algum, deve saber que há muita gente por trás das câmeras envolvida na produção de uma trama. Desde a concepção da história, passando pelas gravações e pela montagem, roteiristas, diretores gerais, diretores de arte, produtores, diretores de som, editores, diretores de fotografia, figurinistas, cenógrafos e mais um montão de outros profissionais – incluindo os atores! – trabalham para levar um filme até você. Uma das formas de ingressar na indústria cinematográfica é através de um curso superior. Por isso, hoje vamos conhecer melhor a graduação em Audiovisual da Universidade de São Paulo (USP), avaliada em cinco estrelas pelo Guia do Estudante.

Nós conversamos com dois estudantes de Audiovisual que nos contaram um pouquinho como funciona o curso da USP, que tem enfoque na produção de cinema, mas também oferece matérias de som, fotografia e televisão para quem se interessa por Rádio e Televisão, por exemplo. “Eu sempre soube que queria trabalhar com algum tipo de produção audiovisual e tinha muita vontade de seguir carreira em design de jogos”, lembra Diego Lombo Machado, aluno do sétimo período. No entanto, ao longo da graduação, o plano de ser um designer de games foi colocado em espera, já que, a USP é, de fato, voltada para a produção de cinema, e Diego começou a gostar das áreas de Roteiro e Montagem. “Elas nos ajudam a enxergar ‘por trás dos panos’, por isso são legais”, explica. Ele ainda ressalta que o estudo e a produção de games e mídias alternativas estão começando a fazer parte da grade curricular a partir de iniciativa de alguns professores do departamento.

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Já Arão da Silva, que ingressou em Audiovisual no início de 2014, conta que escolheu a graduação após cursar dois anos de Arquitetura e Urbanismo, também na USP. “Vi que queria fazer algo que extravasasse uma necessidade minha de lidar com criatividade, sensibilidade e emoção”, explica. Satisfeito com a nova opção, o estudante diz que as disciplinas que envolvem Direção de Atores e Roteiro são as que mais chamaram sua atenção. Além disso, Arão também destaca que o estudante de cinema passa a se atentar para algumas questões essenciais da produção de peças audiovisuais que grande parte das pessoas não nota ao ver um filme. “Eu não esperava estudar o som como recurso narrativo do cinema e o curso trata disso e espera sensibilizar o aluno para esses pontos”, acrescenta.

(Imagem: Thinkstock)

Integral, o curso da USP é ministrado na capital paulista e recebe anualmente 35 novos alunos. A entrada na graduação se dá por meio do processo seletivo da própria universidade, a Fuvest, e os candidatos a essa carreira também passam por uma avaliação de habilidades específicas que envolve a interpretação de narrativas audiovisuais e analisa a capacidade de cada estudante de trabalhar com imagens e sons através de composições. Para auxiliar quem pretende prestar Audiovisual, um grupo de veteranos oferece um curso gratuito – o Prepara – sobre as provas específicas da segunda etapa do vestibular. “O objetivo de ações como essas é, entre outras coisas, tornar o acesso à graduação da USP mais democrático”, esclarece Arão.

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Prática

Ainda que o diploma em Audiovisual seja o mesmo para todos os alunos do curso, os estudantes se especializam em áreas diversas da produção cinematográfica a partir da escolha de disciplinas que mais os interessem. Roteiro, Direção, Montagem, Som, Produção, Teoria e Crítica e História do Audiovisual são as principais vertentes abordadas pela graduação de cinema da universidade paulista. Os semestres de aulas são divididos em duas modalidades: práticos e teóricos. Primeiro os estudantes entram em contato com as diversas teorias e produções já feitas de cada conteúdo e, no período seguinte, colocam em prática o que aprenderam. Arão conta que, durante o período prático, as disciplinas são interligadas e, geralmente, têm como atividade final a produção de um curta metragem. “Até agora minha sala produziu, em equipe e rodízio de funções, 17 curtas de cerca de 5 minutos cada, isso sem contar outras atividades filmadas em equipe ou individualmente”, explica.

Durante a produção dos curtas, os estudantes se dividem para ocupar diferentes funções em cada um deles. Se você foi o diretor deste filme, no próximo você ocupará outro cargo, como, por exemplo, o de produtor, e assim por diante, até que todos os alunos tenham experimentado um pouco de cada área para facilitar, posteriormente, a decisão das ênfases da graduação de cada um. Esse exercício condensa uma característica essencial da carreira em cinema: se você pensa em cursar Audiovisual, tenha em mente que terá de trabalhar em equipe. Não se faz um filme sozinho. Mas não pense você que o trabalho em conjunto só tem perrengues: os estudantes garantem que a experiência de produzir algo em grupo pode ser bem divertida.

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>> Saiba mais sobre a carreira de Cinema e Produção Audiovisual

Além de conhecer novos lugares e revisitar locais conhecidos da cidade nas gravações, os alunos também têm autonomia para construir a história a seu modo e, sem o glamour das superproduções hollywoodianas, precisam por a mão na massa e manusear os equipamentos de filmagem para fazer a cena acontecer: câmeras, luzes, refletores, microfones, cenário… Tudo é construído e operado pelos próprios futuros cineastas! Até mesmo os alunos novatos já participam de gravações externas e em estúdio de projetos de seus veteranos. “Nós costumamos chamar os calouros para fazer assistência em algumas funções nas filmagens dos nossos exercícios, para que eles já comecem a ter experiência desde cedo”, conta Diego.

Na produção de um curta experimental que refletisse uma poesia visual através do contraste de sons e silêncios no centro de São Paulo, Diego lembra que o grupo foi surpreendido por uma diferente face da cidade. “Nós fomos para vários lugares que eu nunca teria ido se não fosse essa filmagem, como o interior do Mosteiro de São Bento e as salas de aula da Praça das Artes, e exploramos tudo que fosse possível extrair visualmente do lugar, sem termos um personagem específico”, conta. “Depois, passamos meses nas ilhas de montagem, tentando juntar todas aquelas horas de vídeo para que elas funcionassem como um curta de alguns minutos. Isso nos tomou quase o ano inteiro e foi uma experiência incrível”, completa.

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Infraestrutura

Para que os alunos consigam por em prática tanto projetos de disciplinas da graduação quanto iniciativas pessoais, o departamento de Cinema, Rádio e Televisão – onde funciona o curso da USP – disponibiliza uma boa infraestrutura, com três estúdios para captação de imagem, dois estúdios de gravação de som e equipamentos de vídeo e áudio necessários para se fazer uma peça audiovisual – câmeras de vídeo, microfones, ilhas de montagem, ilhas de gravação, edição e mixagem de som, e dublagem. Assim, boa parte dos altos custos com a produção cinematográfica é eliminada. “Os únicos custos que me lembro são o de alimentação das equipes e atores, e a compra de itens extras para cenografia quando precisamos montar um set de filmagem no estúdio”, explica Diego. Mas, para quem quer se aventurar mais em projetos pessoais ao longo do curso, os estudantes recomendam a compra de uma câmera semiprofissional e de um HD externo para guardar os arquivos produzidos.

Áreas de atuação

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O mercado audiovisual tem se expandido bastante nos últimos tempos, principalmente depois da aprovação de uma lei que exige uma cota mínima de produções nacionais em canais por assinatura e de outras medidas de incentivo. Além da carreira na indústria de cinema, há trabalho em pequenas produtoras, nas grandes emissoras de televisão, na área de filmagem publicitária e também no campo de peças para a internet. Apesar de os grandes centros, principalmente do sudeste, ainda serem os maiores polos de atração de profissionais, o mercado de outras regiões, como de Recife (PE) e Porto Alegre (RS) também cresce a cada ano. “Bons exemplos disso são O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, filmado em Recife, e tido como um dos melhores longas nacionais dos últimos anos ou Cine Holliúdy, de Halder Gomes, uma comédia produzida inteiramente no Ceará”, destaca Diego.

Palavra de Estudante

Arão da Silva: “Uma das filmagens diárias mais difíceis foi em um apartamento de um colega de classe que estava super quente e lotado, com cerca de 20 pessoas. Nessas condições, tínhamos que filmar uma cena em que a mãe do garoto, após sair do quarto do filho morto, ia até a janela do apartamento e chorava, junto com o namorado do filho, a sua morte.

Estava cuidando da fotografia e, quando nos arrumávamos para fazer mais um take, notei que a atriz não parecia bem e cutuquei a minha colega que era diretora para conversar com ela. A diretora só perguntou se estava tudo ok e isso foi o necessário para a atriz começar a chorar copiosamente. Foi impressionante para todo mundo! A atriz não era mais ela mesma, mas sim aquela mulher que havia perdido o filho, que antes era só um conjunto de palavras no roteiro. Silenciosamente alguém cutucou minha colega que estava na câmera e ela começou a filmar, enquanto eu segurava o refletor para o rosto da atriz ficar bem iluminado.

Eu olhava diretamente para aquela mulher e não pude evitar me emocionar com o que acontecia. A tristeza da mãe era extremamente verdadeira, eu estava na frente de uma mulher que tinha perdido o filho por suas próprias atitudes homofóbicas e não pude deixar de sentir por ela e de ficar encantado com o poder que o cinema tinha e com a magia que acontece entre um ator e uma câmera que fazia todo o desconforto da diária valer a pena.”

 

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