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Luiz Rosan, fisioterapeuta do SPFC e da seleção brasileira, dá dicas sobre o curso e a carreira de Fisioterapia

Por Carolina Vellei
Atualizado em 24 fev 2017, 15h55 - Publicado em 18 jul 2012, 17h35

Talvez muitos de vocês não saibam quem ele é, mas Luiz Rosan é reconhecido como um dos maiores fisioterapeutas do mundo na área esportiva. É ele quem está por trás da recuperação de grandes atletas do futebol, como Rogério Ceni e Luiz Fabiano. Hoje, Rosan coordena o Centro de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica do São Paulo Futebol Clube (SPFC). Seu histórico profissional é marcado pela participação em três copas do mundo junto a seleção brasileira de futebol, inclusive em 2002 quando o Brasil foi pentacampeão.

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– Teste: Fisioterapia é uma boa ideia?

Em meio a sua rotina atribulada, ele recebeu o GUIA DO ESTUDANTE enquanto passava instruções de condicionamento físico para alguns jogadores do SPFC. Confira o que rolou no bate-papo sobre a profissão.

Luiz Fabiano recebe do fisioterapeuta uma eletroterapia endorfínica, que libera uma substância que reduz a dor (Foto: Carolina Vellei)

Luiz Fabiano recebe do fisioterapeuta uma eletroterapia endorfínica, que libera uma substância que diminui a sensação de dor (Foto: Carolina Vellei)

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A escolha da profissão

Natural de Potirendaba, no interior de São Paulo, Luiz Rosan, como a maioria dos meninos, tinha o sonho de ser jogador de futebol. Com o tempo, percebeu que não tinha talento para atuar dentro dos campos, mas não descartou a possibilidade de trabalhar bem perto dele. No cursinho pré-vestibular descobriu a carreira de Fisioterapia e percebeu que poderia direcionar a sua formação para atender jogadores de futebol.

A decisão, no entanto, não foi fácil. Rosan enfrentou relutância dentro de casa pela sua escolha. Como na década de 70 a carreira não era muito conhecida, seus pais queria que ele seguisse em áreas mais tradicionais, como Medicina ou Odontologia.

Apesar da resistência, o futuro fisioterapeuta não desistiu e, para levar o novo sonho adiante, mudou-se para a cidade de Piracicaba, onde cursou a universidade. Mas, sua primeira impressão do curso não foi nada boa. “Meu primeiro contato com a Fisioterapia foi decepcionante. Era tudo diferente do que eu tinha sonhado”, conta Luiz sobre o início da faculdade.

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Disposto a não desistir tão fácil da carreira, foi à procura do time de futebol da cidade para oferecer seus serviços. No começo foi difícil, como a profissão ainda não tinha muito reconhecimento dentro do meio futebolístico, houve bastante resistência do clube em aceitá-lo. Rosan conseguiu uma oportunidade depois de explicar a importância do acompanhamento e tratamento feitos pelo fisioterapeuta. “Fui mostrando às pessoas o que realmente é a Fisioterapia. Com o tempo, eles foram vendo a importância e a eficácia de um tratamento conduzido por um profissional que tem formação acadêmica”.

Já formado, em 1981, Rosan foi à busca de desafios maiores. Viajou para a cidade de São Paulo e, por um ano, procurou, sem resultados, uma chance em um time grande. “Foi uma época difícil, até que consegui um estágio no São Paulo e o agarrei com unhas e dentes”, explica. O estágio tinha duração de três meses, mas o clube não quis deixar Luiz ir embora. “Eles viram o meu trabalho e decidiram me contratar”, relembra.

Luiz Rosan e o jogador Rogério Ceni, no centro de reabilitação do São Paulo (Foto: Carolina Vellei)

Luiz Rosan e o jogador Rogério Ceni, no centro de reabilitação do São Paulo (Foto: Carolina Vellei)

O dia a dia de um fisioterapeuta

“A rotina é você lidar com a dor”, revela Rosan. O fisioterapeuta conta que faz parte do dia a dia do profissional do futebol lidar, principalmente, com lesões musculares, lesões articulares, reabilitações cirúrgicas e prevenção de lesões. “Você precisa executar os protocolos específicos e ser extremamente profissional para uma recuperação eficaz”, explica.

O trabalho de um fisioterapeuta dentro de um clube de futebol está estritamente relacionado ao nível de rendimento do atleta durante a temporada. Rosan revela o processo: “Todo jogador tem um programa a ser seguido. É feita uma avaliação no início da temporada, em que a equipe mede alguns dados musculares, articulares e fisiológicos do atleta. Nós procuramos durante esse período fazer com que o desempenho seja mantido e até melhorado, inclusive com os níveis de força, de potência e de resistência muscular”. Com auxílio de recursos fisioterapêuticos, é possível avaliar a capacidade física do jogador e verificar itens no banco de dados que possam auxiliar na descoberta de algum detalhe que esteja contribuindo para causar alguma lesão.

O convite para a seleção

Rosan começou no São Paulo, mas passou por outros clubes até receber o convite para a Seleção Brasileira de futebol. Depois de quatro anos no Bragantino, recebeu uma ligação de um ex-jogador que tinha virado técnico de um time no Japão. Rosan conta como foi: “Não o via há exatamente dez anos e ele me disse que reconhecia meu trabalho como fisioterapeuta e me queria lá”.

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Depois da temporada do outro lado do mundo, passou pelo time do Santos e voltou para o São Paulo, em 2003. Para o profissional,  as oportunidades sempre surgem quando existe dedicação. “Os treinadores que passam pelos clubes observam o nosso trabalho”, diz.

Foi exatamente isso que aconteceu com a seleção brasileira. Em 1998, o então técnico do time canarinho, Wanderley Luxemburgo, ligou para Rosan convidando-o a integrar a equipe. “Isso foi sem mais nem menos, uma surpresa. Não fiz nada para que a convocação acontecesse. Confesso que somente me dediquei muito ao meu trabalho”, conta.

O trabalho na seleção é puxado. Na Copa do Mundo de 2010, por exemplo, foram convocados 23 jogadores, de 17 times diferente, vindos de nove países pelo mundo. “Tínhamos os cinco continentes representados, eram atletas de climas e métodos de trabalho diferentes e o futebol é conjunto. Harmonizar isso é muito complicado”, diz.

Os atletas têm apenas  15 dias para se preparar, antes do início da competição. Por isso é necessário otimizar o trabalho fisioterapêutico. “Não paramos nunca. Várias vezes fiquei com jogadores até de madrugada com o objetivo de recuperá-lo rapidamente e ele conseguir jogar em três dias”. Para garantir a eficiência do trabalho, até as viagens de avião são aproveitadas. Rosan conta que hoje existem equipamentos que permitem o trabalho de reabilitação na própria aeronave.

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Oportunidades no mercado de trabalho

O caminho para quem quer seguir na área esportiva é muito competitivo, por isso é preciso muita dedicação e esforço para se destacar. “Todos pensam em trabalhar em um time grande, mas existe um número limitado de clubes”, aponta o fisioterapeuta.

No entanto, a fisioterapia esportiva tem um vasto campo para atuação além do futebol. Existem outras modalidades, como ginástica olímpica, vôlei… A Fisioterapia também é fundamental para a gama de academias que surgiram nos últimos anos. Para Luiz, existem muitos exercícios sendo executados erroneamente e a supervisão de um fisioterapeuta é a garantia de que o rendimento será melhor. “Estou cansado de receber pacientes que se lesionaram durante algum tratamento nas academias”, revela.

Fora o esporte, existem outras áreas de atuação. Além da traumatologia, o profissional pode se dedicar a ajudar pacientes nas áreas de pneumologia, fisioterapia aplicada à cardiologia ou à neurologia, entre outras.

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Independente da área que quiser seguir, o recado que Rosan dá para quem quer seguir a profissão é: “Realmente gostar. Eu amo a minha carreira. Consegui conhecer o mundo com ela”, conta. Para Luiz, a satisfação surge quando ele vê que seu trabalho valeu a pena. “Você convive com um atleta por cinco meses, fazendo um trabalho intenso. Quando ele volta a exercer a profissão e vem te agradecer, é uma alegria enorme”, diz.

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