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Quais as áreas de atuação em Relações Internacionais?

Por Malú Damázio
Atualizado em 24 fev 2017, 15h20 - Publicado em 29 jun 2015, 12h02

(Imagem: Thinkstock)

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Na semana passada conversamos com um diplomata para saber como funciona o trabalho de um profissional responsável por representar o Brasil em outros países e em instâncias e organismos internacionais. Vimos, com isso, que não há necessidade de ser graduado em Relações Internacionais para seguir essa carreira. No entanto, o leitor Thairone Norberto ficou curioso para saber quais as áreas em que um internacionalista pode atuar e nos enviou esta dúvida:

“Olá, galera do Guia. Embora almeje muito a graduação em Relações Internacionais, fico sempre com um pé atrás em relação ao rumo que seguirei após o término do curso. Apesar de querer seguir em área diplomática, gostaria de saber em quais outras áreas e em quais locais de trabalho eu poderia optar por escolher depois do fim da graduação. Obrigado desde já!”

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O graduado em Relações Internacionais realiza a análise do cenário político e econômico internacional. Por isso, mesmo com a possibilidade de tornar-se um diplomata, a profissão não implica, necessariamente, em uma carreira fora do país. Órgãos governamentais, ONGs, e empresas são as principais áreas de trabalho que absorvem internacionalistas. No âmbito nacional, ele pode seguir carreira em governos estaduais, na presidência da República, como analista no Congresso Nacional, na prestação de assessoria econômica a órgãos públicos e privados e também em universidades públicas, com pesquisa e magistério.

Já para quem deseja lidar diretamente com a atuação no exterior, há vagas em embaixadas e consulados e em organismos multilaterais, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul). Os bancos internacionais, como Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o FMI (Fundo Monetário Internacional), também são possíveis empregadores.

Para conhecer melhor o trabalho de um internacionalista, o Guia do Estudante falou com Ana Clara Azevedo, graduada em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP). Ainda na faculdade, Ana atuou como voluntária das Nações Unidas, na Alemanha, em desenvolvimento sustentável, área que ela segue até hoje em sua carreira, agora em uma rede de representação e cooperação de estados de diversos países no âmbito de organismos multilaterais, como a própria ONU. Ela passou também por ONGs de direitos humanos e de educação na Suíça e na Inglaterra, e conta que, apesar de ter uma profissão que permite a atuação no exterior, nada impede que o graduado ingresse no setor corporativo. “Estagiei em outras três grandes empresas, nas áreas de vendas, marketing, projetos e finanças. Logo percebi que, no mercado de trabalho, principalmente no setor privado, o que conta é o seu perfil e a sua vontade de aprender”, destaca.

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Confira o depoimento completo!

(Imagem: Thinkstock)

Ana Clara Azevedo, internacionalista formada pela USP com atuação em desenvolvimento sustentável:

“Olá, Thairone! Sou formada em Relações Internacionais (RI) pela USP há dois anos e transitei por muitas áreas durante a graduação, então, vou tentar compartilhar essa experiência.

Em primeiro lugar, seguir carreira diplomática não está ligado a cursar RI. O concurso é aberto para pessoas de todas as áreas. E, na verdade, não conheço nenhum diplomata que tenha ingressado no Itamaraty sem se dedicar por pelo menos um ou dois anos para o concurso, e muitas vezes fazendo um cursinho específico para tal. Claro, RI te colocará em contato com as áreas de conhecimento avaliadas na prova e, provavelmente, te despertará o interesse pelas relações políticas, econômicas, culturais etc, entre países e outros atores globais; mas não é um requerimento. E, em segundo lugar, não é só RI que pode te dar uma carreira internacional. No atual mundo globalizado, basicamente qualquer área pode ter um enfoque internacional e te permitir explorar outros ares.

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Comecei minha trajetória profissional no segundo ano da faculdade, estagiando em uma grande empresa de pesquisa de mercado. Daí em diante, estagiei em outras três grandes corporações, nas áreas de vendas, marketing, projetos e finanças. Logo percebi que no mercado de trabalho, principalmente no setor privado, o que conta é o seu perfil e a sua vontade de aprender. Fazer RI não limitará o seu acesso à vida corporativa.

Depois de ter vivido diversas áreas do setor privado, quis desbravar algo realmente “RIano”. Minha meta passou a ser estagiar em alguma grande organização internacional, o que pode ser algo não muito simples de se alcançar. Cada instituição tem sua própria forma de recrutamento, seu portal online, seu formulário a ser preenchido. Enviei muitos e muitos currículos. Muitas vezes não recebia resposta, às vezes fazia entrevista, até finalmente ser aprovada para trabalhar por um semestre na United Nations Volunteers (agência de voluntários da ONU) em Bonn, na Alemanha, com a agenda pós-2015 e as Metas de Desenvolvimento Sustentável. Realmente é muito empolgante e enriquecedor trabalhar num ambiente tão diverso culturalmente, com colegas de trabalho do Burundi, Tadjiquistão, Samoa e outros países nos quais você nem pensava, com histórias de vida e trajetórias inspiradoras! E sim, muita gente ali realmente está focada em trazer um impacto positivo para a sociedade! Mas tudo tem os seus ‘poréns’. A ONU pode ser extremamente burocrática, há muitas situações de nepotismo, e ah!, os estágios são não-remunerados e há pouquíssima ajuda por parte deles no que diz respeito ao visto de permanência no país. Ainda assim, é uma fantástica chance para networking e para explorar essa possibilidade de carreira.

Você ainda pode trabalhar em ONGs, nacionais ou internacionais, focadas nos mais diversos temas. Passei por ONGs de direitos humanos e de educação pela Suíça e Inglaterra, por exemplo. Geralmente há uma luta constante por financiamento para os projetos e a remuneração não será o foco. O bacana é que normalmente as equipes são pequenas e se tem muito a fazer e a aprender! O setor público, em nível municipal, estadual e nacional, também é uma opção. Cada vez mais a administração publica tem funcionários, coordenadorias ou mesmo secretarias dedicadas exclusivamente a assuntos internacionais. E sua atuação ganha cada vez mais destaque e importância na arena internacional, já que na maioria das vezes são os estados e cidades os responsáveis por implementar as determinações de grandes convenções internacionais. Inclusive, essa é a minha área de atuação atual. Trabalho na rede nrg4SD, focada em desenvolvimento sustentável, que congrega estados e províncias de diversos países, promovendo colaboração entre eles e representando seus interesses em organizações internacionais como a ONU e a União Europeia.

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Espero ter ajudado e mostrado que a vida pós-RI é bem ampla e que tudo vai depender muito da sua busca por experiências e daquilo que mais te atrai!”

>> Saiba mais sobre a carreira em Relações Internacionais

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