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Dicas de redação, propostas e análises de texto para mandar bem no Enem e nos vestibulares
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Análise da redação para a proposta sobre analfabetismo e exclusão (UPF)

Por Ana Prado
Atualizado em 24 fev 2017, 15h46 - Publicado em 25 abr 2014, 20h06

Com base na proposta de redação extraída do Processo Seletivo de Verão 2010 da Universidade de Passo Fundo (clique para ver), o estudante deveria escrever um texto dissertativo sobre o tema “analfabetismo e exclusão”.

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Leia o texto escolhido, com os comentários (em vermelho) da professora de redação da Oficina do Estudante, Ednir Barboza:

Educação Igualitária

A sociedade vive a era da tecnologia, da informação e da modernidade. Os países vêm se desenvolvendo cada vez mais e os governos aprimorando seus setores como o  da economia e o da saúde.  Outro fato [seria melhor usar “dado”] é que quanto mais desenvolvido o país, melhor é a sua situação em relação a [à] educação e, consequentemente, menores são as taxas de analfabetismo. O Brasil vem melhorando sua situação em relação a isso, porém o problema o número de pessoas que nunca tiveram acesso à educação ainda é muito grande e piores são os problemas enfrentados por elas. [Este período está pouco claro; é preciso reescrevê-lo. No meio do parágrafo, a passagem do geral (quanto mais desenvolvido o país) para o particular (O Brasil vem melhorando) não foi bem feita. Seria necessário relacionar as duas informações. Mesmo sendo início de texto, as informações são pouco precisas. Não há referências para análise.].

Por se tratar dos tempos da globalização e do desenvolvimento, possuir conhecimento e informação sobre o que ocorre no mundo, atualmente, é algo essencial. Porém, os analfabetos não têm acesso a isso, portanto eles sofrem muito com a exclusão social. Como por exemplo, podemos ver que [use um ou outro: “como podemos ver” ou “Por exemplo, podemos ver que”] as empresas procuram e necessitam de mão de obra qualificada e especializada, por isso quem não possuiu uma determinada formação acadêmica já enfrenta problemas ao arrumar um emprego. Para alguém quem nunca estudou, essa situação é ainda pior e o desemprego é algo muito frequente entre essas pessoas. [Neste segundo parágrafo, falta ligação com o parágrafo anterior- é importante fazer a coesão. Exemplo: “O nível de alfabetização é algo essencial”; além disso, ao fornecer os motivos da exclusão, não se fez uma análise crítica da situação dos analfabetos no quadro geral do país. O texto é pouco objetivo, impreciso, não conclusivo.].

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Para realizarmos algumas atividades básicas diárias necessitamos do conhecimento da leitura e da escrita. Ao comprarmos um produto, por exemplo, devemos conhecer a quantidade de dinheiro que deve ser dada ao vendedor. Para nos locomovermos de ônibus precisamos ler e interpretar as informações sobre os locais. Então muitas das atividades que realizamos em nosso dia a dia não podem ser realizadas por um analfabeto, que acaba ficando excluído da sociedade. [Neste parágrafo, o aluno inicia o uso da primeira pessoa do plural (nós) o que deve ser evitado em dissertações, principalmente no meio do texto; as atividades relacionadas acima não são as mais importantes que excluem os analfabetos – aliás, estes andam de ônibus e fazem compras; entretanto, têm dificuldade com uma conta bancária, especialmente hoje, quando tudo é digital; podem ser fraudados em contratos de trabalho; não conseguem um bom atendimento médico; e, como foi dito, precisam realizar as tarefas mais simples e menos remuneradas do mercado.]

Portanto, os problemas de exclusão social enfrentados por quem não é alfabetizado só podem ser resolvidos de uma maneira: levando educação de qualidade a todos. A maioria dos analfabetos não possuíram acesso à escola, [informação óbvia, portanto, desnecessária] por isso não foi uma escolha deles não estudar, como muitos pensam. [O aluno poderia analisar aqui por que eles não estudaram, o que os impediu.] Por isso, somente assim poderemos alcançar a posição de um país rico, desenvolvido e igualitário. [Neste último parágrafo, procurou-se dar solução para o problema, mas como viabilizar educação de qualidade para todos? De que maneiras isso poderia ser feito? Por quem? Com que verbas? A frase final parece um “final feliz”, mas não houve argumentos que justifiquem tal posição.]

Comentários da professora sobre a redação:

O texto perde pela estrutura formal da dissertação e pelo conteúdo:

1. Não há uma tese bem definida, por isso, a argumentação não acontece nos parágrafos e nem há uma conclusão que remete às ideias comentadas.

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2. A argumentação, ponto forte da dissertação, praticamente inexiste no texto. O aluno faz algumas referências vagas ao tema, mas não defende nenhum ponto de vista , sequer traz qualquer informação ou análise relevantes para contribuir com o tema. O aluno não usou nem os dados constantes da coletânea, que poderiam ter ajudado na argumentação.

3. O título nada tem a ver com o texto; em nenhum momento, o aluno defendeu uma educação igualitária.

4. Alguns trechos são confusos e mal redigidos, conforme foi anotada acima.

5. De zero a dez, receberia 5 ou 6 pontos.

 

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