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O julgamento do atirador norueguês e a xenofobia: como isso pode aparecer no vestibular

Por Ana Prado
Atualizado em 24 fev 2017, 16h05 - Publicado em 27 abr 2012, 19h28

*Atualizado em 6/9/12


Homenagem a vítimas do atirador norueguês Anders Breivik

O julgamento de Anders Behring Breivik, radical norueguês de ultradireita que admitiu ter assassinado 77 pessoas em Oslo e na ilha de Utoya em julho de 2011, começou em abril de 2012 e terminou no fim de agosto. O atirador, que se declarou um “militante nacionalista” tentando “defender” seu povo, sua cultura e seu país do multiculturalismo, foi condenado à pena máxima da Noruega: 21 anos de prisão. Durante os primeiros 10 anos, ele não poderá solicitar a liberdade condicional. Cumpridos os 21 anos, a justiça ainda pode prolongar a pena indefinidamente caso o considere um perigo para a sociedade.

Breivik explicou que os atentados visavam mudar a política de imigração do governo do Partido Trabalhista e evitar “uma guerra civil no futuro”. O caso é extremo, mas ilustra uma questão importante e com boas chances de cair no vestibular: a xenofobia em países desenvolvidos.

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As raízes da xenofobia

Segundo Paulo Cesar Neves, professor de Geografia do Cursinho do XI, a xenofobia ou aversão ao estrangeiro é resultado de um processo iniciado há décadas. “Depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma melhora das condições de vida em países europeus e nos Estados Unidos. O crescimento econômico capitalista, casado com a queda da taxa de natalidade e a diminuição da população, trouxe a necessidade de um incentivo do governo à migração de trabalhadores de outros países”, explica.


Pessoas protestam em frente a agência de imigração na Alemanha contra o endurecimento das políticas de migração na Europa. Foto: Carsten Koall/Getty Images

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Esses imigrantes, vindos principalmente dos países pobres da Europa oriental, Oriente Médio e do norte da África, chegaram para ocupar posições de baixa qualificação, especialmente em fábricas, e trabalhavam sob condições muitas vezes insalubres. Sua vinda era incentivada pelo governo e sua presença era tolerada mesmo quando chegavam de forma ilegal.

Mas isso mudou com a crise econômica global que explodiu em 2008 e provocou grande instabilidade nos mercados, piora das condições de vida da população e muito desemprego, especialmente nos Estados Unidos e Europa.

Os governos dos países desenvolvidos reagiram com cortes nos gastos públicos e passaram não só a tentar impedir a entrada de novos imigrantes, mas também a se livrar dos que já estavam lá. Com isso, a população nativa dos países receptores começou também a culpar a presença de estrangeiros que usufruem dos benefícios de saúde, educação e lazer (o “Welfare State” ou “Estado de Bem-Estar Social”) que os países haviam conquistado nos anos 50.

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Com a escassez de empregos, a mão-de-obra barata estrangeira deixou de ser solução para o crescimento da produção capitalista para virar praga e eles passaram a ser acusados de “roubar” trabalho da população nativa.

“Os governantes, por sua vez, se aproveitam disso – é muito fácil culpar imigrantes, principalmente quando se usa também o argumento do terrorismo”, explica o professor Paulo. Agora, a União Europeia quer não apenas conter a entrada de ilegais, mas também se livrar dos milhões de imigrantes que ainda circulam no continente. Tudo isso promove o preconceito e o estigma dos estrangeiros e dos seus filhos, levando à xenofobia e alimentando movimentos nacionalistas de extrema direita.

O que é preciso saber

Segundo o professor, é preciso que o aluno entenda a xenofobia no contexto da crise econômica, relacionando isso com a lógica de produção capitalista. “O modelo capitalista baseado no rebaixamento dos salários e nas novas tecnologias para aumentar a produção e os lucros e diminuir os custos tem tido problemas para se sustentar”, explica o professor Paulo.

Um dos mais graves sintomas da crise do capitalismo é o desemprego, que tem atingido principalmente a camada mais jovem da população: o mercado não tem conseguido absorver quem está se formando agora e, sem experiência profissional, eles sofrem ainda mais para conseguir um trabalho. Isso tem contribuído para revoltas como as que ocorreram na França em 2005 ou em Londres, no ano passado.

É interessante notar, também, que as consequências da crise não afetam apenas os países desenvolvidos. “Preconceitos contra migrantes também podem ser vistos em relação aos bolivianos que vivem no Brasil, por exemplo. Ou aos nordestinos que vêm trabalhar na região Sudeste”, aponta o professor.

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A edição GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES VESTIBULAR + ENEM 2012 traz um dossiê bem completo sobre a crise econômica na Europa e já está nas bancas e no site da Loja Abril. Fica a dica!

 

Leia também:

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