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Por Blog Informações sobre profissões e carreiras para te ajudar a escolher aquela que tem mais a ver com vocêExiste alguma graduação específica para trabalhar na ONU?
Por Malú Damázio
Prédio da ONU em Genebra, na Suíça. (Crédito: InnaFelker)
A dúvida deste texto foi enviada pela leitora Gabriela Cerqueira, que quer saber um pouco mais sobre o trabalho nas Nações Unidas e quais cursos superiores podem ajudá-la a fazer parte da ONU:
Meu sonho é trabalhar na ONU. Para isso seria melhor uma graduação em Relações Internacionais ou em Relações Públicas?
Ter um diploma de ensino superior, saber outras línguas e se interessar por áreas de desenvolvimento social são algumas competências desejáveis para o trabalho na ONU. A organização oferece processos seletivos para vagas internacionais (sim, as que o funcionário viaja o mundo todo!), nacionais e colaborativas, como as de trabalho voluntário.
O assessor de comunicação do centro de informações da ONU no Brasil (Unic Rio) Gustavo Barreto, conta para a gente um pouquinho da experiência dele e como é feita a seleção de candidatos. Ele é formado em Radialismo e, além de trabalhar como relações públicas do órgão, também faz reportagens para o site e está em contato direto com o Secretariado da ONU, em Nova Iorque.
“Oi, Gabriela! Na verdade, você não precisa fazer Relações Internacionais ou Relações Públicas para trabalhar na ONU, em geral, mas tem que decidir o que gostaria de fazer profissionalmente. É muito importante que você goste do que faça e acredite que isso vai trazer algum benefício para a nação. Se a carreira escolhida tangencia alguma área de desenvolvimento, eventualmente haverá vagas às quais você tenha perfil e possa se candidatar, como nos campos de acesso à educação e saúde, por exemplo.
Eu sou formado em Radialismo, que é uma área de Audiovisual, curso que eu fiz na UFRJ, mas também atuo como jornalista e web designer. No meu processo de seleção para a ONU eles pediam um funcionário de comunicação multitarefas para trabalhar no Unic Rio (Centro de Informação das Nações Unidas). Esta é uma vaga nacional e a seleção foi feita por um edital lançado online no site www.onu.org.br/vagas, em que apresentei meu currículo.
O Unic é um braço do Secretariado da ONU que tem escritórios de comunicação e de informação em cada país. Eles foram designados pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1946, como órgão de informação e conscientização do público sobre o trabalho da ONU. Como os centros de informação não têm muitas vagas, o funcionário é selecionado tendo essa expertise em pelo menos duas áreas da comunicação. Aqui a gente faz um pouco de tudo. Ao mesmo tempo em que sou assessor de imprensa e desempenho a função de relações públicas, também trabalho para o portal jornalístico, que é o www.onu.org.br. Ele tem um viés bastante jornalístico e não só com notícias em texto, mas também com vídeos feitos com imagens de todo o mundo e rádios conjuntas.
No meu processo seletivo foi obrigatório saber inglês, mas isso depende da região do mundo e dos cargos. Na ONU há três tipos fundamentais de carreira: internacional, nacional e consultores. A carreira internacional abrange as vagas do Secretariado, com ingresso pelo site www.carreers.un.org, ou as vagas diretamente nas agências, como as do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) etc, que podem ser também de missão de paz. Nas vagas internacionais, inglês é essencial e outras línguas são desejáveis.
Os cargos internacionais não são a maioria da organização porque em todo país há profissionais nacionais recrutados localmente. Eles mantêm as agências e órgãos da ONU regionalmente. Nesses casos, muitas vezes é necessário apenas o working english, que é o inglês apenas para você se comunicar no seu trabalho. O Secretariado tem também algumas categorias mistas em que a pessoa tem seu cargo vinculado ao secretariado, portanto, internacional, mas sua atuação é local naquele país. O meu trabalho é assim! Eu respondo diretamente ao órgão de Nova Iorque e sou pago por ele. Já no caso dos consultores, a pessoa é chamada para um projeto específico da ONU e recebe por produto.
Geralmente, as pessoas pensam que funcionários da ONU viajam o tempo todo, mas são alguns cargos específicos que desempenham função internacional. A maioria das funções é local, até nos próprios projetos. Claro que alguns trabalhadores são, de fato, internacionais. O vice-diretor executivo do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS no Brasil), em Genebra, Luiz Loures, é brasileiro, mas com cargo e agenda internacional. Existe uma variedade muito grande de profissionais na ONU – ela é o organismo internacional que detém 90% de todos os escritórios multilaterais no planeta. O organismo precisa de funcionários de acordo com as necessidades do país. Por exemplo, a OMS (Organização Mundial de Saúde) agora está fazendo apelo por profissionais médicos por causa da epidemia de ebola na África.”
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Ainda bem que dá para ser parte da ONU sem ter que se formar em alguma graduação específica. No site da organização eles atualizam as vagas oferecidas e ensinam passo a passo como se candidatar a qualquer uma delas, seja trabalho, estágio ou voluntariado. Você pode saber mais sobre o assunto acessando o https://www.onu.org.br/faca-parte-da-onu/ para cargos no Brasil ou o https://careers.un.org/lbw/Home.aspx para as oportunidades internacionais.
Tem alguma dúvida sobre profissão e não consegue encontrar informações? Faça como a Gabriela e nos envie um e-mail no consulte.ge@abril.com.br com o assunto “Dúvida sobre Profissão”. Podemos responder sua pergunta! =)
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