No domingo, 15 de abril, o Afeganistão sofreu o maior ataque coordenado à sua capital, Cabul, em dez anos de guerra – desde que os talibãs foram expulsos do poder em uma invasão liderada pelos Estados Unidos, no fim de 2001, em retaliação aos ataques de 11 de setembro.
A autoria foi reivindicada por terroristas ligados à rede Haqqani, um ramo extremista do grupo talibã conhecido por ter ligações estreitas com a Al-Qaeda. O Talibã é um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo, no Afeganistão, a partir de 1994.
O ataque serve como mote para falarmos sobre a situação daquela região, mas pode ficar tranquilo: dificilmente os vestibulares cobrarão detalhes ou informações sobre ataques específicos como esse. O professor de geopolítica Décio Cavalheiro, do Cursinho da Poli, acredita que, se aparecer no vestibular, a questão será abordada de uma forma mais superficial, sem exigir grandes detalhes.
Para ele, é importante que o vestibulando saiba de três aspectos da situação do país: a dificuldade de ser ocupado por países estrangeiros, sua localização estratégica e seu entorno.
Inconquistabilidade
O Afeganistão é um país do interior, sem saída para o mar, com um clima árido e um território difícil, cheio de montanhas e cavernas, que tornam a manutenção das ocupações estrangeiras do seu território algo sempre muito difícil para quem não conhece bem a região. A Inglaterra tentou fazer isso no século 19, a União Soviética, no século 20, e os Estados Unidos tentaram no século 21, todos sem sucesso.
Localização estratégica
O Afeganistão não tem recursos minerais nem saída para o mar. Qual é o interesse dos países que tentaram ocupá-lo? Basicamente, sua localização privilegiada – o país fica entre Irã, China, Paquistão e a extinta União Soviética.
Esse foi um fator chave ao longo de suas ocupações – e, como lembra o professor Décio, já foi tema de questão da primeira fase da Fuvest.
No século 19, o interesse da Inglaterra no Afeganistão se devia à tentativa de proteger seu império na Índia. A União Soviética cobiçava o território porque significava um caminho para o acesso ao Oceano Índico, mas foi expulsa com a ajuda dos Estados Unidos e de seus aliados ocasionais, como Osama Bin Laden. Com a saída dos russos, Bin Laden tomou conta do pedaço.
Para os EUA, o Afeganistão está em uma posição estratégica para a sua guerra ao terror, sendo esconderijo de muitos fugitivos de guerra ou casa de muitos terroristas. É aí que entra outro ponto importante…
Entorno
“As tensões entre os países localizados no entorno do Afeganistão representam uma verdadeira ameaça à paz mundial”, explica o professor Décio. O vizinho Paquistão é uma potência nuclear e está muito próximo militar e geograficamente da China e ainda disputa a região da Caxemira com a Índia, outro país que detém a tecnologia nuclear.
O Irã, outro vizinho, possui uma enorme reserva de petróleo e é conhecida pela oposição ferrenha ao ocidente. E o Iraque também possui enorme reserva de petróleo e desperta a cobiça mundial – especialmente a dos EUA.
Leia mais sobre o tema:
– Estude a Guerra do Afeganistão com dois filmes e uma HQ
– Entenda os atentados terroristas de 2001 e a Guerra do Afeganistão
– Questões sobre Bin Laden e Guerra do Afeganistão podem cair no vestibular
Teste: