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Entenda as razões econômicas da crise na Venezuela

País enfrenta cenário de recessão e aumento da pobreza, com inflação galopante e falta de produtos básicos nos supermercados

Por Fabio Sasaki
Atualizado em 5 Maio 2017, 12h47 - Publicado em 4 Maio 2017, 15h31

A Venezuela vem enfrentando uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro que deixou pelo menos 32 mortos nos últimos dias. As manifestações ganharam força após a decisão da Suprema Corte do país de assumir as funções da Assembleia Nacional, em 30 de março. O tribunal considerou que o Congresso agia em desacato por manter três deputados suspensos por suspeita de fraude eleitoral. A medida foi revogada dias depois, mas o episódio serviu de combustível para inflamar as manifestações da oposição contra o governo de Maduro.

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No dia 3 de maio, Maduro entregou ao Conselho Nacional Eleitoral o decreto de convocação de uma nova Assembleia Constituinte. O objetivo do presidente é alterar a Constituição do país, promulgada em 1999. A oposição acusa Maduro de manobrar para formar uma Assembleia repleta de representantes de seu grupo de apoio.

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Além do do quadro de polarização política, os protestos têm origem na grave crise econômica enfrentada pelo país. A Venezuela enfrenta um cenário de recessão e aumento da pobreza. A taxa de inflação está acima de 800% ao ano e faltam itens básicos nos supermercados, como alimentos, produtos de higiene e remédios.

Confira a seguir as quatro principais causas da crise econômica na Venezuela:

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1. Dependência do petróleo

O petróleo responde sozinho por 96% das exportações da Venezuela. Durante a presidência de Hugo Chávez, entre 1999 e 2013, o governo conseguiu financiar diversos programas sociais que reduziram a pobreza e a desigualdade no país graças à bonança do petróleo, cujo valor atingira preços recordes no período.

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No entanto, a queda recente no valor do barril de petróleo, que caiu de 120 dólares em 2008 para menos de 50 dólares a partir de 2014, afetou em cheio a economia venezuelana. Sem essa fonte de recursos, o governo perdeu a capacidade de importar muitos itens de necessidade básica e reduziu os investimentos sociais. Em uma economia mais diversificada, o país não ficaria tão vulnerável à flutuação do preço do petróleo.

2. O controle de preços

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Uma outra ação tomada ainda durante o período do governo Chávez impediu o desenvolvimento de um setor empresarial mais dinâmico: o controle de preços. Adotado inicialmente como medida paliativa para conter a inflação e garantir que a população mais pobre tivesse acesso a produtos essenciais, o congelamento se prolongou por muitos anos sem resolver o problema.

Pior: a medida acabou desestimulando os investimentos da iniciativa privada, uma vez que, em muitas situações, os itens acabavam sendo vendidos a preços inferiores aos custos de produção. Consequentemente, os produtos sumiram das prateleiras, gerando a atual crise de abastecimento.

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3. O controle sobre o câmbio

O controle do Estado sobre o câmbio, adotado desde 2003 com o objetivo inicial de impedir a fuga de dólares do país e controlar a inflação, também desestruturou a economia. Esse complexo sistema funciona assim: o governo mantém duas taxas de câmbio, uma delas com a cotação do dólar mais barata para ser utilizada apenas na importação de insumos de primeira necessidade.

O problema é que boa parte desses dólares é desviada ilegalmente por militares e membros do governo, que os revendem no mercado paralelo, cuja cotação chega a ser 100 vezes maior que o câmbio oficial. Essa medida não apenas alimenta a corrupção, como provoca uma escassez de moeda estrangeira que deveria ser utilizada para os investimentos no setor produtivo, agravando o problema de abastecimento.

>> Veja também: O Mercosul enfrenta sua pior crise

4. A tensão política

A polarização política no país também produz seus efeitos na economia. A tensão entre governo e oposição praticamente paralisa o país e impede adoção de medidas necessárias para superar a crise. Enquanto o governo prioriza a manutenção do poder em vez de privilegiar ações de estímulo econômico, a oposição se faz valer da crise para obter ganhos políticos. Maduro acusa os líderes oposicionistas de cooptar empresários para reter os seus produtos e agravar o desabastecimento dos supermercados.

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