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Atualidades no Vestibular

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Entenda como o Estado Islâmico pode ser cobrado nos vestibulares e no Enem

Por Fabio Sasaki
Atualizado em 24 fev 2017, 15h01 - Publicado em 27 out 2016, 14h55
Islamic State of Iraq and the Levant flag on the concrete texture (/)
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Com os vestibulares chegando, é hora de ficar atento a alguns temas de atualidades que podem ser cobrados. O Estado Islâmico é um dos assuntos que foi bastante exigido nos exames do último ano e tem grande chance de continuar aparecendo nas próximas provas.

Nós analisamos a forma como alguns dos mais importantes vestibulares abordaram o tema nas provas passadas. É interessante notar como o avanço do grupo terrorista também está ligado a outros temas com bastante incidência nos vestibulares, como imigração e a extrema direita na Europa. A seguir, relacionamos os principais tópicos exigidos sobre o Estado Islâmico:

1. AS MOTIVAÇÕES DO ESTADO ISLÂMICO

Entenda como o Estado Islâmico pode ser cobrado nos vestibulares e no Enem

Bandeira do Estado Islâmico (imagem: iStock)

A base do radicalismo imposto pelo EI diz respeito a uma interpretação rigorosa e literal do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. A mais polêmica diz respeito à jihad, que, literalmente, significa “esforço ou empenho em favor de Deus”. Pode referir-se à disciplina da transformação interior, contra os próprios erros ou os da comunidade, mas o EI entende a jihad como uma “guerra santa” para a conversão de infiéis, dando uma conotação mais militar ao termo.

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A partir desses preceitos, o EI visa a impor seu radicalismo religioso, atemorizando todos aqueles que o grupo classifica como infiéis (minorias étnicas e religiosas e ocidentais) ou apóstatas (muçulmanos que teriam renegado a religião). Seus ataques atingem muitos muçulmanos, em particular os xiitas.

Mas a organização não é movida apenas pelo ódio religioso. O grupo pretende criar uma nova ordem política no Oriente Médio e, a partir da conquista de novos territórios, um Estado genuinamente islâmico e uma sociedade livre dos costumes ocidentais. Para isso, anunciou em 2014 a instituição de um autodenominado califado – uma referência aos antigos impérios islâmicos surgidos após a morte do profeta Maomé.

No entanto o EI não é um Estado, nem é islâmico. Apesar de ter uma gestão com governo próprio, em porções na Síria e no Iraque, este suposto califado carece de legitimidade mesmo dentro do mundo árabe-muçulmano. Todas as organizações islâmicas e nações muçulmanas condenam o EI – a maioria das vítimas das atrocidades do grupo são os próprios muçulmanos. Mesmo que seus membros se considerem islâmicos sunitas, eles são incapazes de representar toda a diversidade da comunidade islâmica, formada por 1,7 bilhão de adeptos.

2. AS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO ISLÂMICO

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O australiano Mohammed Junaid Thorne chega à corte de Melbourne: ele é acusado de tentar fugir do país para ingressar no Estado Islâmico (foto: Scott Barbour/Getty Images)

A força do EI vem principalmente de sua capacidade de recrutamento militar. No Iraque, o EI absorveu membros do antigo Exército de Saddam Hussein, desmantelado após a deposição do ditador, em 2003. Além disso, a população sunita do norte passou a ser cada vez mais discriminada pelo governo pró-xiita, o que levou muitos a aderir ao grupo fundamentalista.

O EI também atrai voluntários de todas as partes do mundo, inclusive do Ocidente. Muçulmanos que vivem em países da Europa, desiludidos com a segregação e a falta de oportunidades, aceitam engrossar as fileiras do EI com a promessa de salvação. Utilizando tecnologias de comunicação, como vídeos no YouTube, e com grande presença nas redes sociais, o grupo manipula o discurso religioso para incitar o ódio e atingir seus objetivos políticos.

Como estratégia de guerra, o EI promove execuções, amputações e açoitamentos em massa, às vezes contra comunidades inteiras, e mortes coletivas, por crucificação, decapitação e enforcamento. Dessa forma, busca submeter a população das áreas dominadas pela tática do terror.

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Nesses domínios, o grupo assumiu o controle de bases militares, bancos, hidrelétricas, campos de petróleo e galpões de alimentos, além de instaurar um governo próprio, com ministérios, cortes islâmicas e aparato de segurança.

A venda de petróleo extraído dos territórios que ocupa é uma das principais fontes de financiamento da organização. Outras formas de obter recursos são: a doação de indivíduos e instituições, principalmente da Arábia Saudita e do Catar, recompensas por estrangeiros sequestrados, o tráfico de milhares de objetos arqueológicos e antiguidades históricas, a exploração de outros recursos naturais, como o fosfato, e a cobrança de impostos e taxas das populações submetidas a seu domínio.

3. O ESTADO ISLÂMICO E O TERRORISMO INTERNACIONAL

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Homenagens às vítimas do atentado terrorista na casa de shows Bataclan, em Paris (França), em novembro de 2015 (foto: Jeff J Mitchell/Getty Images)

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Desde que surgiu, o EI buscava aglutinar combatentes num território que conquistou, no Oriente Médio, e chamar os islâmicos de todo o mundo a jurar obediência a seu califado. Mas a partir dos atentados realizados em novembro de 2015 em Paris, o EI estabeleceu uma importante mudança estratégica. Ao organizar ou apoiar ações no Egito, no Líbano, na França e nos EUA, o grupo passou a também projetar-se para fora da Síria e do Iraque, tendo como alvo alguns dos principais países que desenvolvem ações contra si.

Os atentados recentes na Europa indicam que vários desses jihadistas do EI foram recrutados em seus próprios países para organizar ações terroristas. Como uma organização supranacional, o EI ainda consegue angariar fieis que juram lealdade ao grupo à distância e realizam atos terroristas por conta própria, atuando como “lobo solitários” – ações sem intervenção direta da cadeia de comando do EI.

4. A CRISE DOS REFUGIADOS

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Campo de refugiados em Erbil, no norte do Iraque, recebe milhares de curdos que fugiram das atrocidades do Estado Islâmico (foto: Matt Cardy/Getty Images)

Além dos atentados terroristas, as ações do Estado Islâmico têm repercutido diretamente na Europa devido aos refugiados que chegam a vários países do continente. Fugindo das atrocidades do Estado Islâmico e da guerra civil, milhões sírios se arriscam em perigosas travessias para encontrar um lugar seguro para recomeçar a vida.

A principal porta de entrada para a Europa é a Grécia ou a Itália e, para chegar lá, muitos migrantes desafiam os mares revoltos do Mediterrâneo em perigosas travessias, que frequentemente provocam vítimas fatais. Após chegar à Grécia ou à Itália, os destinos finais desses migrantes costumam ser os países menos afetados pela crise econômica que há anos ronda o Velho Continente, como Alemanha, Suécia e Áustria.

Mas vale ressaltar que, apesar de a onda migratória para a Europa estar gerando uma grave crise humanitária, o maior fluxo de refugiados da Síria se dá para nações vizinhas do Oriente Médio, como Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.

5. OAVAN

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Simpatizantes da extrema-direita protestam contra as políticas migratórias do governo alemão em Berlim, em março de 2016 (foto: Carsten Koall/Getty Images)

Como reação direta aos recentes atentados e à onda migratória vinda do Oriente Médio, os partidos de ultra-direita têm ganhado cada vez mais espaço na Europa. Com uma plataforma nacionalista, anti-imigração e islamofóbico, a extrema direita têm obtido vitórias em eleições regionais e nacionais em vários países europeus.

Explorando o discurso do ódio e do medo, essas agremiações buscam angariar apoio de uma parcela da população acossada pelo aumento do desemprego e da perda de direitos sociais decorrentes da crise econômica. E seu alvo são justamente os imigrantes. O discurso xenófobo da ultra-direita faz uso político de uma questão humanitária e aponta os refugiados como concorrentes no mercado de trabalho e potenciais terroristas. Manifestações da extrema direita são cada vez mais frequentes em países como França, Áustria e Alemanha.

Na Hungria, o governo aprovou um conjunto de leis que pune com até três anos de prisão quem tentar entrar ilegalmente no país. O governo do primeiro-ministro Viktor Orbán é contra a determinação da União Europeia que estabelece um sistema de cotas pelo qual cada país-membro teria de receber um número determinado de refugiados. Ele ainda justifica as medidas que adotou para restringir a entrada de refugiados como necessárias para defender a “identidade cultural e religiosa da Europa” – é a cultura do medo manifestando-se como xenofobia e política de Estado.

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