EUA e líderes europeus se encontram para negociar paz na Ucrânia
Nesta quinta-feira (5), a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, se encontraram com o líder ucraniano, Petro Poroshenko, para negociar ações diplomáticas a fim de encerrar a crise no leste da Ucrânia. Amanhã (6) será a vez de visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou para encontrar soluções para o problema. O secretário de Estado americano, John Kerry, também está na Ucrânia para mostrar apoio ao governo de Kiev. A violência na região se estende desde novembro de 2013, quando estourou a crise entre Ucrânia e Rússia.
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O avanço de rebeldes no leste do país durante as últimas semanas destruiu um cessar-fogo que foi acordado em setembro de 2014. Isso aumentou as preocupações dos governos europeus aliados do governo ucraniano, que decidiram mover esforços diplomáticos para retomar o acordo de paz. O presidente da França afirmou que a intenção das viagens é levar uma proposta feita a partir da “integridade territorial da Ucrânia”. Esta será a primeira visita de Merkel a Moscou desde que o conflito na Ucrânia teve início há aproximadamente um ano.
Os Estados Unidos culpam a Rússia pela crise (alguém aí se lembra da Guerra Fria?). O secretário de Estado, John Kerry, durante uma conferência de imprensa em Kiev nesta quinta (5), não mediu palavras para colocar a culpa pela retomada da violência no leste da Ucrânia na conta do Kremlin. Para ele, a Rússia é a grande ameaça no momento. A Rússia enviou tanques, foguetes e outras armas pesadas para os separatistas, além de cerca de 1.000 soldados de suas próprias tropas para ajudar os rebeldes com sua ofensiva, de acordo com estimativas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Dependendo do teor das conversas durante essa semana entre os líderes europeus e o governo da Ucrânia, poderá haver o envio de armas e tropas europeias para controlar a situação. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Barack Obama, já considera a possibilidade de enviar mísseis antitanque, radares para o campo de batalha, drones de reconhecimento e outras armas para ajudar as forças sitiadas da Ucrânia e evitar ataques dos separatistas. Por enquanto, essas informações não foram oficializadas e são usadas para pressionar Moscou para buscar uma solução política.
Entenda a situação
A rejeição do presidente ucraniano Viktor Yahukovich a um acordo comercial com a União Europeia em novembro de 2013 causou uma revolta de grandes proporções na capital Kiev. Mais de 80 manifestantes pró-Europa morreram em um dos piores episódios de violência no país. Pressionado, Yanukovich deixou o cargo em fevereiro de 2014. Após a queda do presidente, o Parlamento da Crimeia decidiu-se separar-se da Ucrânia para se unir à Rússia. Depois de um referendo que confirmou a decisão, Moscou tomou posse da Crimeia, causando um clima de tensão com os Estados Unidos e a União Europeia, que acusaram os russos de desestabilizar a Ucrânia para ampliar seu território. Por conta disso, sanções econômicas foram impostas à Rússia.
A crise na Ucrânia reflete profundas divisões demográficas no país. No oeste, a maioria da população tem ascendência ucraniana, fala ucraniano e apoia uma aproximação com a União Europeia. No leste do país, a maior parte dos habitantes é de origem russa, tem o dioma russo com primeira língua e defende a manutenção de laços com Moscou. O interesse mundial na região se dá principalmente pelo fato de o país, que é uma ex-república soviética, ser o local por onde passam gasodutos que levam o gás natural russo para a Europa.
*Com informações do jornal The New York Times e do GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES 2º SEMESTRE/2014