As migrações internas são um importante fenômeno para entender a dinâmica dos movimentos populacionais no Brasil. Para quem está em ano de vestibular, a atenção ao tema deve ser redobrada, já que ele costuma ser abordado nos exames.
Só em 2016, as provas do Enem, Unesp e Unicamp cobraram o entendimento de conceitos relacionados as migrações dentro do País.
No Brasil, o ápice da migração se deu entre os anos 1960 e 1980, quando muitas pessoas se deslocaram do campo para as cidades. Apesar de nas últimas décadas isso ter diminuído bastante, o Nordeste ainda perde habitantes em busca de melhores condições de vida, principalmente, para a região Sudeste.
Em 46 minutos, o documentário Migrantes (2007), fruto de parceria entre as Universidades Federais de São Carlos, Rio de Janeiro, Piauí e Maranhão, reflete justamente sobre o dia a dia de nordestinos que deixam sua terra natal para trabalhar em canaviais de usinas paulistas. A obra está disponível no Youtube.
Por meio de relatos, são conhecidos os motivos que levam os trabalhadores nordestinos a virem para São Paulo e se submeterem ao trabalho árduo e arriscado no corte de cana-de-açúcar. Nos canaviais, para permanecerem empregados, suas capacidades físicas são colocadas no limite. Para se ter uma noção, eles são obrigados a cortar, no mínimo, nove mil toneladas de cana por dia. Expostos a essa condição degradante, muitos homens não aguentam e morrem.
A distância da família também é outra consequência retratada. Nas cidades de origem, ficam apenas as mulheres, crianças e aposentados, que precisam viver com a saudade dos pais, maridos e irmãos e a tristeza pela falta de notícias.
O estímulo ao debate para reverter essa situação é o maior desafio colocado em cena pelo documentário.