Como se escreve zero em algarismo romano? Entenda o mistério
O número zero teria surgido na região da Índia no século V

Apesar de não ser nosso principal modo de representação dos números, os algarismos romanos ainda estão presentes na nossa vida para falar de séculos, nomes de reis, imperadores, guerras e até papas. Alguns exemplos são “século XXI”, “II Guerra Mundial” e “Rei Luís XIV”.
Mas você já reparou que os números começam no I (1)? Como fica o zero nessa história? A verdade é que o número zero não existe em algarismos romanos.
Roberta Teixeira, professora de Matemática do Colégio e Curso AZ e mestre em História da Matemática, explicou ao Guia do Estudante que os algarismos romanos surgiram por volta do século VII a.C. e que, naquela época, o zero ainda não era necessário, pois a população usava outra solução.
“Se você pegar documentos antigos da Era Romana, documentos de administração, por exemplo, verá cálculos como: se eu tenho 10 sacos de arroz e vendi 10, com quantos eu fiquei? A resposta era ‘nulla’, que significa ‘nada’”.
Já a matemática teórica nasceu na Grécia Antiga um pouco depois, por volta do século VI ou V a.C. “A matemática nesse princípio se chamava geometria, ‘geo’ vem de ‘terra’, ‘metria’ vem de ‘medida’. Então é a medida da terra. Ou seja, quando a matemática surge é para trabalhar com coisas concretas. Nesse sentido, não tinha lugar para o zero, porque não temos no nosso dia a dia coisas que podemos medir e que vai dar zero”, disse.
Mas então… Quando nasceu o zero?
Acredita-se que o número tenha surgido na região da Índia, no século V, cerca de 12 séculos após o nascimento dos algarismos romanos, contou Teixeira. “Depois, o número só chega na Europa no século XII com Leonardo Fibonacci” – sim, o mesmo da sequência de Fibonacci.
O matemático teve contato com o sistema numérico indo-arábico – o que usamos atualmente – em uma viagem para a região da Arábia com o pai comerciante. “Ele ficou apaixonado e o levou para a Europa”, segundo a professora. Foi assim que o sistema (e o zero) se disseminou no mundo ocidental.
Agora você já sabe por que nunca viu o zero em algarismo romano: ele não existe. Mas, se quiser brincar, pode usar a palavra “nulla” como os romanos.
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