Dúvidas de português
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“Espécie” ou “espécime”: qual é o certo?
Duas palavras parecidas, mas com sentidos diferentes
Você está lendo um texto sobre animais e se depara com esta frase: “O tigre é uma espécie ameaçada”. Depois, vê outra: “Este espécime de tigre vive em cativeiro”. É normal bater a dúvida sobre qual é o certo: “espécie” ou “espécime”!
Segundo os dicionários de Língua Portuguesa, os dois termos estão corretos, mas não são sinônimos!
“Espécie” é um substantivo feminino usado para falar de conjunto. Na biologia, é a categoria que agrupa seres vivos com características semelhantes que podem se reproduzir entre si. Por exemplo: o ser humano é da espécie Homo sapiens.
Já, “espécime” é um substantivo masculino que indica um indivíduo, um exemplar isolado de uma espécie. Ou seja: enquanto espécie fala do grupo, espécime fala de um ser específico dentro daquele grupo.
De onde surgiram essas palavras?
O termo “espécie” vem do latim species, que significa “aparência, forma, categoria”. Seu uso foi ampliado na biologia para classificar grupos de organismos com características comuns. Já “espécime” vem do latim specimen, que significa “exemplo, modelo, amostra”. Era usado para indicar algo que serve como referência ou demonstração.
Frases com os dois termos
Como usar “espécie”:
- Cientistas descobriram uma nova espécie de planta na Amazônia.
- Muitas espécies correm risco de extinção por causa do desmatamento.
- Essa espécie de orquídea floresce apenas uma vez por ano.
Como usar “espécime”:
- O zoológico recebeu um espécime albino de jaguatirica.
- O museu tem um espécime original de um fóssil pré-histórico.
- O espécime coletado pelo cientista revelou traços genéticos nunca antes documentados.
Em reportagens de ciência
A “Folha de S. Paulo” já usou diversas vezes os dois termos, especialmente em matérias sobre ciências. Um exemplo é uma reportagem sobre dinossauros, em que foram usadas as duas palavras. Veja os trechos aqui:
“Denominado Khankhuuluu mongoliensis, ele viveu há aproximadamente 86 milhões de anos durante o Período Cretáceo. Ele antecedeu o T. rex em cerca de 20 milhões de anos. Tinha aproximadamente quatro metros de comprimento —o maior espécime conhecido de T. rex atingiu 12,3 metros de comprimento—, pesava cerca de 750 kg, andava sobre duas pernas e possuía um focinho alongado com uma boca cheia de dentes afiados.”
“Os pesquisadores descobriram a anatomia da espécie com base em fósseis de dois indivíduos Khankhuuluu desenterrados na década de 1970, porém só agora completamente estudados. Havia partes de seu crânio, braços, pernas, cauda e ossos das costas.”
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