Vamos com calma aqui porque há duas orações na frase em questão e não queremos que você se confunda. Para começar, vamos notar que nem colocamos em questão a conjugação do primeiro verbo: é “fui eu” e pronto. Não existe a forma “foi eu”: o verbo precisa concordar com o sujeito (no caso, “eu”). Ninguém fala “eu foi”, né?
Em relação à segunda oração, temos duas opções igualmente corretas – desde que façamos a combinação adequada.
O pronome relativo que não tem força de sujeito nessa oração e, portanto, o verbo deve concordar com o pronome que vem antes dele (no caso, o pronome é “eu” e a concordância será “que fiz”).
O certo seria, então:
– Fui eu que fiz.
– Foste tu que fizeste.
– Foi ele que fez.
– Fomos nós que fizemos.
Já o “quem”, um pronome de terceira pessoa, tem um peso maior e o verbo deverá concordar com ele – independentemente de qual outro pronome aparecer antes. Portanto, o certo seria dizer:
– Fui eu quem fez.
– Foste tu quem fez.
– Fomos nós quem fez.
Segundo a norma culta, você pode escolher entre qualquer uma dessas opções, só não pode misturar as duas. Seria errado dizer, por exemplo, “fomos nós quem fizemos” ou “fomos nós que fez”.
MAS é importante deixar algo bem claro (e isso tem sido amplamente defendido pelo Enem e por outros vestibulares): essas regras obedecem, como dissemos, à norma culta. No dia a dia, causa estranhamento a forma “fomos nós quem fez”, enquanto é frequente e aceitável o uso de “fomos nós quem fizemos.” (“Fomos nós que fez” soa errado de qualquer jeito). A melhor fórmula é o bom senso.
– 1001 Dúvidas de Português
José de Nicola e Ernani Terra
Editora Saraiva
– Guia Prático do Português Correto – Sintaxe
Cláudio Moreno
Editora L&PM Pocket.
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