“Não há de quê” ou “não tem de quê”: qual é o certo?
Descubra qual é o jeito certo de responder a um agradecimento por aqui

Você manda um “valeu!” e a pessoa responde: “não tem de quê!”. Só que às vezes vem com uma ligeira variação: “não há de quê.” Afinal, qual é o certo? Pode usar o “tem” ou “há” de acordo com o gosto? Spoiler: é mais ou menos por aí. Quem esclarece tudo é o professor Felipe da Costa Rico, auxiliar pedagógico da plataforma Redação Nota 1000.
Segundo o educador, as duas expressões são válidas, mas cada uma com um contexto diferente: “A norma culta da Língua Portuguesa considera correta a expressão ‘não há de quê’. Já ‘não tem de que’ é uma forma mais coloquial e comum em contextos informais”, explica.
“Gramaticalmente, ‘não há de que’ possui o verbo impessoal ‘haver’, o qual deve sempre ser conjugado na terceira pessoa do singular. Essa impessoalidade se mantém na expressão ‘não tem de que’, já que ela é uma variação da expressão formal, logo, o verbo ‘ter’ sempre deve ser conjugado na terceira pessoa do singular também”, complementa o professor.
Ah! Vale lembrar que o uso circunflexo na palavra “quê” só acontece quando estiver no final da frase, antes do ponto final, como: “Não tem de quê”.
Mas afinal, o que significa?
Simples: é uma forma educada e gentil de responder a um agradecimento. Equivale a dizer “por nada”, “imagina”, “de nada”, “disponha”, ou até mesmo um simpático “eu que agradeço”.
+ “Eu que agradeço” ou “eu quem agradeço”?
Embora a origem exata seja incerta, a expressão pode ter surgido como uma versão reduzida de frases maiores, como “não há de que me agradecer”.
Exemplos de uso na vida real
- Não há de que, fico feliz em poder ajudar.
- Não há de que, estou sempre à disposição.
- Não há de quê! Sempre que precisar, estarei por aqui.
- Não tem de quê! É um prazer atendê-la.
- Não tem de que, é o mínimo que posso fazer por você.
- Não tem de quê. Pode contar comigo sempre!
Em samba de raiz
A prova de que essas duas expressões estão no coração da cultura brasileira é que elas já foram parar até em letras de samba raiz! Um exemplo é a música “Não há de que”, conhecida na voz do cantor Carlos Galhardo:
“O amor
Não se compra em armazém
É dado por alguém de coração
Que não pede em pagamento
Nem um níquel de tostão
Você pediu desculpas a mim
Não há de que
Não há de que
Pois eu também me vinguei
A desforra tirei da sua ingratidão
Me esquecendo de você”
Quer mais um exemplo? Edu Lobo usa a expressão “não tem de que”, na canção “Eu agradeço”. Veja o trechinho abaixo:
Eu agradeço
Eu agradeço a você
Muito obrigado
Por toda a beleza que você nos deu
Sua presença, eu reconheço
Foi a melhor recompensa
Que a vida nos ofereceu
Foi muito lindo
Você ter vindo
Sempre ajudando, sorrindo, dizendo
Que não tem de quê”.
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