Por que as pessoas escreviam “hum” com H nos cheques
Tradição antiga e pouco conhecida hoje tinha um motivo claro e ele está mais ligado à segurança do que à gramática

Para quem nunca preencheu um cheque na vida (ou só viu um em filmes antigos), pode parecer estranho: por que, antigamente, as pessoas escreviam o número 1 por extenso com “h”? É isso mesmo: hum!
Exemplo: R$ 1.000,00 = “Hum mil reais”.
Parece um erro ortográfico, mas não é. Na verdade, era uma estratégia de segurança usada por quem preenchia cheques e outros documentos bancários. E, sim, fazia todo o sentido. Entenda melhor.
“Hum” com H servia para evitar fraudes
O objetivo de escrever “hum” com H era impedir alterações no valor por extenso. Se a pessoa escrevesse apenas “um mil reais”, alguém mal-intencionado poderia tentar alterar o valor depois, acrescentando letras ou números antes da palavra “um”.
“Um mil reais”, por exemplo, poderia virar “cinquenta e um mil reais” com uma boa falsificação.
Ao escrever “hum mil reais”, isso ficava muito mais difícil. A palavra “hum”, com H no início, é menos “editável”. Ou seja, é uma forma de reforçar o número um e proteger o cheque de possíveis golpes.
Mas “hum” está certo?
Do ponto de vista da gramática, sim, “hum” existe e está no dicionário. “Hum” com H é uma forma arcaica ou formal de se referir ao número um, usada em contextos muito específicos, como documentos oficiais, textos jurídicos, editais e… cheques.
É diferente do “hum” que a gente fala como interjeição (aquele som de dúvida ou desconfiança), que também existe, mas com outro significado e função.
Então, escrever “hum mil reais” em um cheque era correto, seguro e tradicional, mesmo que hoje isso pareça estranho para quem nunca precisou fazer esse tipo de operação manualmente.
Cheques caíram em desuso, mas a curiosidade ficou
Com a popularização dos cartões, transferências bancárias, Pix e aplicativos, o uso de cheques caiu drasticamente. Hoje, a maioria dos jovens nunca sequer preencheu um. Mesmo assim, esse detalhe curioso da escrita de valores continua circulando como uma curiosidade linguística e histórica.
Em tempos em que tudo é digital, pensar nas estratégias antigas de segurança, como escrever “hum” com H, mostra como a língua também se adapta às necessidades da sociedade.
Então, se você se deparar com essa forma em algum documento antigo, agora já sabe: não era erro, era estratégia.
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