Qual é o certo: “carapuça” ou “carapulsa”?
Só tem uma forma de grafar corretamente esse tipo de chapéu. Descubra!

Já ouviu a expressão “se a carapuça (ou carapulsa) serviu…” e ficou na dúvida sobre como se escreve essa palavra? Chegou a hora de esclarecer tudo! Por mais que a pronúncia às vezes nos leve para um outro caminho, o correto é “carapuça”. “Carapulsa” simplesmente não existe na Língua Portuguesa.
“A palavra tem origem no italiano ‘carapazza’, e, provavelmente, começou a ser falada em português em uma versão adaptada para o sotaque e a sonoridade da língua. Depois, foi grafada de acordo com a forma como era pronunciada”, explica Thiago Braga, autor de língua portuguesa do Sistema de Ensino pH.
“Carapuça era um objeto cônico, uma espécie de chapéu ou capuz colocado sobre a cabeça, especialmente de pessoas que iam ser condenadas pela Inquisição. Hoje, ela é usada na falcoaria, sendo colocada sobre os falcões para ajudá-los a voar e compor os seus elementos de voo”, conta o professor.
O sentido figurado é o mais usado
Sabe aquela expressão “vestir a carapuça”? Então, a palavra “carapuça” nem sempre é usada no sentido literal, como um chapéu ou o objeto que colocam na cabeça do falcão (conforme explicou o professor Thiago). Na realidade, ela é mais conhecida no sentido figurado, para falar sobre culpa. Quando alguém se sente ofendido ou acha que tem responsabilidade por algo, a pessoa “veste a carapuça”. Ou seja, é como se fosse uma forma de admitir a culpa sem dizer nada diretamente. Super comum ouvir esse ditado por aí.
Cinco exemplos de frases
Veja aqui como é possível usar essa palavra de forma literal e no sentido figurado:
- O falcão usa uma carapuça para manter a calma antes do voo.
- Ele se sentiu culpado e vestiu a carapuça.
- Durante a Inquisição, a carapuça era usada como parte do castigo público.
- Ao ouvir a crítica, ele se sentiu atingido, como se a carapuça lhe servisse.
- Quando a história foi contada, muitos se sentiram desconfortáveis, como se a carapuça tivesse caído sobre eles.
A carapuça do Saci-Pererê
Um dos personagens mais icônico do folclore brasileiro é o Saci-Pererê, que tem sua famosa carapuça vermelha. Monteiro Lobato, em seu livro “O Saci”, o descreve em detalhes:
“O saci é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte e atropelando quanta criatura existe. Traz sempre na boca um pito aceso, e na cabeça uma carapuça vermelha. A força dele está na carapuça, como a força de Sansão estava nos cabelos.”
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