
Se tem algo que faz parte da vida de qualquer brasileiro é a chuva — seja aquele toró de verão ou os pequenos pingos vindos do céu em um fim de tarde. Mas você já parou para pensar qual é o diminutivo de chuva?
Pois saiba que a resposta é “chuvisco”. “É uma palavra formada por meio do processo de derivação sufixal, ou seja, pela adição de um sufixo a uma palavra primitiva. Nesse caso, ‘chuva’ recebe o sufixo diminutivo ‘-isco’, resultando em ‘chuvisco’. Esse sufixo, embora menos comum que ‘-inho(a)’ ou ‘-zinho(a)’ — presentes em palavras como ‘casinha’ e ‘bonzinho’ — também é usado para indicar diminutivo”, explica Ana Flávia dos Reis, professora de Língua Portuguesa de Start Anglo Bilingual School.
Só que a Língua Portuguesa adora abrir exceções. E, no dia a dia, muita gente prefere falar “chuvinha”. Essa forma está tão difundida que já aparece registrada no Dicionário da Língua Portuguesa (DLP) e no Aulete como um termo coloquial para designar uma chuva branda. Ou seja, “chuvisco” é o diminutivo clássico, mas “chuvinha” também é aceita e amplamente usada.
De onde vem a palavra “chuva”?
Segundo a professora Ana, a palavra chuva vem do latim “pluvial”, que significa “chuva” ou “água da chuva”. Daí também surgiu o termo “pluvial”, usado até hoje em expressões como escoamento pluvial, que remete justamente às águas da chuva. É um daqueles exemplos claros da herança latina no português que aparecem em várias disciplinas, da gramática à geografia.
Exemplos práticos em frases
Olha só como tanto chuvisco quanto chuvinha aparecem naturalmente no dia a dia:
- Mesmo com o chuvisco, as crianças continuaram brincando no parquinho.
- A previsão era de sol, mas, de repente, o céu fechou e começou a cair uma chuvinha mansa.
- O cheiro de terra molhada anunciava que o chuvisco de outono tinha começado.
- Depois daquela chuvinha, as plantas ficaram com as folhas mais brilhantes e viçosas.
- O dia amanheceu com um chuvisco leve, o que deixou o dia perfeito para ficar em casa.
Chovendo na literatura
E não é só na gramática ou no vocabulário do dia a dia que encontramos essas variações. Clarice Lispector, em “Felicidade Clandestina”, também se deixou inspirar pelo fenômeno. Veja um trecho:
“Fui para a janela. Depois veio a calma, e um chuvisco fino e leve. A água corria na rua com uma cor cinzenta. E então a chuva recomeçou.”
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