
Você já se deparou com a palavra “capitão” e ficou em dúvida sobre como formar o plural? Seria “capitães”, “capitãos” ou existe outra forma?
A resposta correta é “capitães” – e, embora pareça estranho à primeira vista, há explicações históricas e linguísticas para essa escolha.
De acordo com André Vieira, professor de língua portuguesa do Elite Rede de Ensino: “A regra gramatical para a formação desse plural até existe, mas não é classificatória. Trata-se de fenômeno baseado em origem etimológica e uso tradicional. Não é uma regra de aplicação lógica e universal, por isso exige memorização.”
Ou seja, neste caso, tem que decorar mesmo.
De onde veio essa palavra?
A palavra “capitão” vem do latim capitaneus, que era um título dado a chefes militares. E caput, em latim, significa “cabeça” – por isso o termo sempre esteve relacionado à ideia de liderança e comando.
Com o tempo, a palavra passou a ser usada também para descrever o comandante de um navio ou o responsável por uma capitania (como nas capitanias hereditárias do Brasil Colonial).
“Por outro lado, a palavra capitão, por carregar a ideia de ‘liderança, comando e responsabilidade’, é frequentemente usada em sentido metafórico ou simbólico para representar essas ideias”, conta o professor André.
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Exemplos para não errar nunca mais
Algumas frases que mostram como usar a palavra “capitães” na vida real — e nas suas redações também:
- A vida exige que sejamos capitães de nós mesmos;
- “Capitães da Areia” é um romance de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, escrito em 1937;
- Os “capitães” organizaram as tropas antes do amanhecer, cada um responsável por um pelotão específico;
- Os alunos mais engajados foram escolhidos como “capitães” das equipes na aula de educação física;
- Na travessia das tempestades da vida, somos todos “capitães” de nossas próprias embarcações.
Citação literária clássica!
E, claro, não podia faltar um trecho de um clássico da literatura brasileira com o plural de “capitão”.
Olha só este trecho da obra “Capitães de Areia” de Jorge Amado, citado pelo professor André:
“É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus cinco anos. Hoje tem quinze anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. Não há venda, quitanda, botequim que ele não conheça.”
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