Leitora conta como o livro “O apanhador no campo de centeio” a conquistou

Já aconteceu de você ler um livro por obrigação e acabar se apaixonando pela obra? Foi o que aconteceu com a leitora Maria de Fátima Ferreira da Costa, 17 anos, de Palmeira dos Índios (AL). Em um texto bem literário, ela conta como foi essa experiência envolvendo o livro “O apanhador no campo de centeio”, do escritor americano J. D. Salinger.
Uma bela história, uma incrível lição
“Estou escrevendo porque sempre gostei de histórias e ao me deparar com esta acabei por obrigar-me a minimizar – ao menos por ora – a miséria desta maldita timidez que há muito persiste em encobrir quaisquer pensamentos úteis que ousem tentar escapar desta minha mente tempestuosa.
Li sem querer e acabei por querê-lo, admito até, pois me parecia mais uma inutilidade qualquer, outro livro absurdamente entediante incluso na lista de tarefas de alguma instituição educacional. Felizmente, ao passo que permiti perder-me nas páginas que o compunham, percebi que a inútil era eu mesma e meu senso de opinião precipitado, não o livro, nunca o livro.
Entre os porquês desta minha escolha, venho-lhes com o principal, eis que ‘O apanhador no campo de centeio’ surpreendeu-me por não ser outra história alheia destinada ao desfecho imponente de mais algum casal de amantes desafortunados tragicamente separados por… Maldições? Protagonistas compulsivas? Escritoras serial killers talvez… Ou outras tranqueiras inconvenientes que teimam em nos aprisionar dentro de seus próprios universos fantasiosos, como pássaros meramente presos em algum tipo de gaiola ficcional.
Ouso então dizer que gostei por ser algo real, por ter sido uma sucessão de equívocos que nos trazem a uma história cotidianamente simples, mas deliciosamente imprevisível; a de um adolescente que aparenta ser o maior sacana, já criado pela humanidade, sentimentalista irônico e espirituoso, que utiliza sua cretinice indescritivelmente sádica como principal tática de sobrevivência aos descasos costumeiros da vida.
Um verdadeiro manual de sobrevivência que nos leva ao autoconhecimento tanto do leitor quanto do personagem. Uma bela história, uma incrível lição.”
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