Sabe aquela sensação de alívio por ter finalmente esgotado o conteúdo de matrizes e ter feito dezenas de exercícios? Ou então quando você entende todos os tipos de divisão celular e pode seguir em frente sem nunca mais olhar para trás? Bom, se você é do time que gosta de colocar todos os pontos nos “is” antes de partir para outro conteúdo, tenho uma notícia ruim. Você pode estar estudando do jeito errado.
Há uma série de pesquisas afirmando que a melhor maneira de estudar um assunto é de forma espaçada. Esgotar toda a teoria ou mesmo a prática de exercícios em um só fôlego pode resultar em… esquecimento. Se você resolve estudar em uma única tarde tudo sobre cálculo estequiométrico, por exemplo, e fazer uma bateria de exercícios, é provável que dali a dez meses, quando for fazer os vestibulares, dê um branco e você sequer se lembre da teoria básica.
Agora, se você opta por começar a ver a teoria daquele assunto em determinado dia e retomá-lo em uma ou duas semanas é como se praticasse uma revisão. A mesma coisa vale para os exercícios. Vem que eu te explico melhor!
Espaçamento da teoria
Para quem estuda em cursinhos ou mesmo na escola, espaçar a teoria dos conteúdos é um pouco mais fácil – o currículo escolar já faz isso por você. Mas quem estuda em casa precisa ter um autocontrole maior para não mergulhar de uma vez só nos conteúdos. O ideal é dividir o conteúdo em algumas frações e dar um intervalo de pelo menos algumas semanas entre elas. Também é válido intercalar um assunto com o outro – estudando uma parte de geometria plana e outra de logaritmo, por exemplo.
Espaçamento das questões
A gente sabe que não é só de teoria que se fazem os estudos: é possível adotar o espaçamento também na hora de resolver questões. Não tem fórmula pronta, mas você pode colocar esses espaços de tempo de acordo com a lista de exercícios que tem disponível. Encontrou uma lista com cem exercícios de Movimento Uniformemente Variado? Não resolva tudo de uma vez! Faça 10 questões, pare por pelo menos uma semana, e depois retome. Assim, aos poucos, você mantém o conteúdo fresco na memória. E da mesma forma que a teoria, aqui você também pode ir intercalando com outros conteúdos.
Cronograma do espaçamento
Agora você já sabe como adotar o espaçamento na teoria e na resolução de questões. Mas como saber exatamente o momento de fazer essas pausas? Os artigos que tratam deste tema ensinam que o espaçamento precisa sempre ser medido em função do objetivo. Aqui, os objetivos são as provas dos vestibulares, então a conta sempre vai envolver quanto tempo falta até elas.
Vamos supor que você tem dez meses de preparação e precisa estudar logaritmo durante este tempo. Por se tratar de um assunto mais complexo, vale fazer pelo menos cinco revisões. Dividindo o tempo que você ainda tem (10 meses) pela quantidade de revisões, você precisaria retomar este assunto a cada dois meses. Simples, certo?
Mais uma vez: não tem fórmula pronta. Quando se trata de um assunto mais simples não necessariamente você vai fazer cinco revisões. Duas ou três podem bastar. O que precisa manter em mente é que o número de revisões vai ser dividido pelo tempo disponível. Assim, você está aplicando a prática espaçada de estudos.
Susane Ribeiro foi aprovada em engenharia aeronáutica no ITA, em medicina na USP e na Unicamp e criou o Método Sniper de Questões. Ela tem um canal no YouTube onde dá dicas para estudar melhor e manter a motivação.