Quando se trata dos vestibulares, em especial do Enem, interpretação de texto é tudo. Isso porque não é só na prova de História ou Linguagens que você vai precisar ler os enunciados e interpretá-los para chegar na alternativa correta. O mesmo também vale para as provas de Química, Biologia e especialmente Matemática – que você já sabe, mas não custa reforçar, é uma das que mais valem nota no Enem.
Já pensou lembrar exatamente da fórmula, conseguir resolver o cálculo, mas errar a questão porque interpretou errado o que o enunciado pedia e assinalou outra alternativa?
Para não correr esse risco nas provas deste ano, eu te ensino neste texto como evitar erros por falta de interpretação.
Auto-explicando o enunciado
Sabe aquela questão que ocupa quase meia página do caderno de provas do Enem? O primeiro passo para não errar por falta de atenção é começar pelo fim. Isso mesmo. Você não vai ler o enunciado todo, mas vai deslizar lá para o final da questão, onde de fato ela dá o comando do que precisa ser feito. Às vezes isso está até em uma única linha. O que a questão está pedindo: para calcular o “y” do vértice? Quer saber determinado ângulo?
Só depois de realmente compreender o que está sendo pedido você vai voltar para o início do enunciado e para ler por completo. E não é qualquer leitura! Precisa já circular e grifar os dados mais importantes – que provavelmente serão necessários para o cálculo.
Auto-explicando a resolução
Hora da resolução! Antes de partir para os cálculos, é importante anotar no espaço onde a questão vai ser resolvida os principais dados – sim, aqueles que você circulou e grifou. É neste momento que você vai perceber, por exemplo, se alguma medida vai ser convertida. Acredite ou não, a prova pode colocar intencionalmente uma alternativa errada com o resultado encontrando por quem fez as contas sem converter unidades.
E na etapa de resolução você também pode aplicar a ideia de se “auto-explicar” sobre as etapas: antes de partir para a conta em si, pare por um instante e pense qual percurso você vai fazer até chegar no resultado. Quais equações vai usar, quais medidas vai converter. Isso organiza o pensamento e facilita a resolução.
Praticar para acertar
Aqui, é claro, vale o conselho de sempre: praticar com provas de anos anteriores. E não estou falando só de provas do Enem: dá para treinar para o exame com provas de outros vestibulares que também exigem muita interpretação, como o Encceja ou a Unesp.
Ao praticar a interpretação e essa ordem de resolução você chega mais preparado para o dia da prova.
E a título de curiosidade, tem uma explicação científica por trás dessa técnica: quando você tenta explicar algo, você aumenta a dificuldade daquilo. Ler uma questão é simples. Agora tente explicá-la de uma forma que outras pessoas seriam capazes de entender…
Explicar é mais difícil. Ao aumentar a dificuldade dessa tarefa, o que você está fazendo, na prática, é aumentar a carga cognitiva e o esforço de processamento do seu cérebro. Isso, consequentemente, te faz prestar mais atenção.
Onde tem mais atenção, tem menos erros.
Susane Ribeiro foi aprovada em engenharia aeronáutica no ITA, em medicina na USP e na Unicamp e criou o Método Sniper de Questões. Ela tem um canal no YouTube onde dá dicas para estudar melhor e manter a motivação.