Se você pensa em fazer Engenharia de Produção, provavelmente, já pesquisou e descobriu que o curso, além de envolver o ciclo básico da Engenharia, também tem muitas matérias de humanidades, economia e da área de Administração. O engenheiro de produção é responsável por gerenciar os recursos materiais, financeiros e humanos de uma empresa visando aumentar sua produtividade. Sua função se assemelha muito a do administrador, mas a base de estudo em Engenharia faz com que esse profissional tenha conhecimento aprofundado sobre o mecanismo industrial. Por ter uma formação diversa, o engenheiro também pode atuar em outros campos além da indústria como, por exemplo, em consultorias, com a organização de planos de carreira, em gestão de qualidade, no varejo e na área de economia empresarial.
Hoje vamos conhecer o curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), avaliado com cinco estrelas pelo Guia do Estudante. A cada semestre, 36 novos alunos ingressam na graduação integral da UFRGS, que, assim como as demais Engenharias, tem duração mínima de cinco anos. A entrada na universidade se dá através do Sisu. Para os estudantes de baixa renda, a federal oferece apoio à permanência estudantil, com auxílios desde moradia, subsídio para transporte e material escolar, e alimentação no Restaurante Universitário – que custa só R$1,30 para qualquer aluno!
(Imagem: Thinkstock)
Ao longo do curso, os estudantes estarão em contato com disciplinas das áreas exatas e sociais aplicadas. Mecânica, Álgebra Linear, Programação Computacional, Física e Desenho Técnico são algumas das matérias vistas no início do curso. No entanto, as temáticas mais aplicáveis, como Economia dos Transportes, Engenharia de Tráfego, Ergonomia, Sociologia, Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho e Custos da Produção também serão estudados pelo aluno do curso da UFRGS, após o fim do ciclo básico da Engenharia. A grade curricular completa pode ser acessada aqui.
Para saber mais sobre a graduação da federal do Rio Grande do Sul, conversamos com a estudante do sétimo semestre Cristhine Borges. Ela conta que o enfoque do curso da UFRGS é o empreendedorismo e lembra também que os alunos podem se especializar em diversas áreas de atuação estudadas ao longo da faculdade. Para quem pensa em seguir carreira em Engenharia de Produção, mas ainda está indeciso, Cristhine reforça que a universidade oferece anualmente, em maio, a feira de profissões Portas Abertas. “É a oportunidade das pessoas experimentarem um pouco do curso e tirarem todas as suas dúvidas possíveis. A gente só tem certeza da profissão que queremos quando a vivenciamos um pouco mais”, destaca.
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GUIA DO ESTUDANTE: Como e por que você decidiu fazer Engenharia de Produção? O curso atendeu às suas expectativas?
Cristhine Borges: Quando eu estava no ensino médio, as opções de curso que eu cogitava variavam desde licenciatura em Física até Direito, ou seja, eu gostava das matérias de humanas, porém também sempre fui apaixonada pelas exatas. Dessa forma, resolvi pesquisar sobre cada curso que a UFRGS oferecia, a fim de encontrar o curso que fosse a minha cara e que convergisse entre humanas e exatas. Assim conheci a Engenharia de Produção, que vem até hoje superando minhas expectativas.
GUIA: Como é o curso da UFRGS? A grade curricular tem enfoque em alguma área de atuação?
Cristhine: O curso de Engenharia de Produção na UFRGS é relativamente novo, portanto possui disciplinas muito inovadoras e com assuntos atuais, como por exemplo, empreendedorismo. Empreender significa saber identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo. E este é o enfoque da Engenharia de Produção na UFRGS, formar engenheiros que pensem fora da caixa. Eu sinceramente não esperava encontrar isso, pois, quando se fala em engenharia, pensamos em algo muito teórico, metódico e calculado, já no nosso curso fugimos um pouco desta definição, mas sem abandoná-la, afinal, continua sendo engenharia.
GUIA: Você pode se especializar em alguma área? A infraestrutura dos laboratórios e equipamentos é boa?
Cristhine: São infinitas as áreas que um engenheiro de produção pode se especializar, a UFRGS mesmo oferece especializações em ergonomia, transportes, cadeia de suprimentos, logística, gestão da produção, gestão da qualidade etc. Mas um engenheiro de produção pode se enfocar na área de Civil, Elétrica, Mecânica, Química…
A infraestrutura do nosso curso é considerada a melhor das engenharias da UFRGS, todas as salas dispõem de computadores para os alunos e agora temos um novo laboratório com simulações de fábrica para auxiliar no estudo da automação e informatização das máquinas.
GUIA: O curso tem um viés mais teórico ou prático? Tem muito cálculo?
Cristhine: Nosso curso busca ser o mais inovador possível e isso também está relacionado com o formato de aula. Hoje em dia sabemos que o método “professor fala e passa slides, enquanto o aluno apenas ouve” já não é mais tão eficaz como antigamente. Tendo isto em vista, desde 2013 os professores, com o apoio dos alunos, estão realizando uma reforma acadêmica, buscando por aulas mais dinâmicas e práticas, com maior participação e envolvimento dos alunos. Mas, claro, impossível fugir da ‘calculera’ do ciclo básico (físicas e cálculos), estatísticas e muitas outras que vemos ao longo do curso.
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GUIA: Em que um engenheiro de produção pode atuar? Você já tem ideia de que campo de trabalho quer seguir quando se formar? Já fez estágio?
Cristhine: As principais áreas de trabalho e que estão em alta são as áreas de Planejamento da Produção, Gestão da Tecnologia, Gestão da Qualidade e Gestão de Processos. Meu sonho é seguir na área acadêmica, porém, conforme eu vou conhecendo os diversos ramos da Produção, mas me interesso em trabalhar prestando consultoria, quem sabe no futuro eu não una os dois?! Estou estagiando desde o terceiro semestre do curso, atualmente estou na área de planejamento e controle da produção e me sinto realizada neste posto, Confesso que no início não foi fácil conciliar aulas com estágio, mas agora já me acostumei com essa correria e diminui um pouco o ritmo da faculdade, apesar de demorar um pouco mais para me formar, acho imprescindível a realização de estágios durante o curso, pois a teoria sem a prática, de nada vale.
GUIA: O engenheiro de produção gerencia uma empresa para aumentar sua produtividade. Nesse ponto, qual a diferença da função do engenheiro para a do administrador?
Cristhine: Acredito que o engenheiro seja mais “mão na massa” do que o administrador. A Administração tem um foco maior na organização, em processos empresariais, recursos financeiros, infraestrutura… Já a Engenharia de Produção tem uma visão mais ampla, é a Administração com conhecimentos tecnológicos e de custos, que garantem não só a produtividade, mas também a qualidade.
GUIA: Ah, Cristhine! Houve alguma experiência acadêmica, em projetos de extensão, ou até em estágios, que foi importante para você? Você pode contar pra gente? (=
Cristhine: Eu faço parte do Diretório Acadêmico da Produção (DAProd), já fui secretária, presidente e hoje atuo como vice-presidente. No DA tenho inúmeras oportunidades de desenvolvimento pessoal, de conhecer melhor os professores, os alunos, contatos externos, o funcionamento da Universidade, também ganhamos reconhecimento pelos nossos esforços e no ano passado tivemos o privilégio de ajudar a realizar o Congresso Lean em Porto Alegre, que contou com a presença de mais de 500 pessoas.
Costumo dizer que nós precisamos viver ao máximo essa experiência de estarmos numa das melhores Universidades do Brasil e num dos cursos mais bem conceituados. Devemos aproveitar esta oportunidade para fazermos a diferença nas nossas vidas, e não apenas cursar os cinco anos de graduação e sair com um diploma na mão. Não basta cursar Engenharia de Produção na UFRGS, precisamos VIVER a Engenharia de Produção na UFRGS.