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Saiba mais sobre o curso de Medicina Veterinária da UFRGS

Gostar de animais é um dos pré-requisitos para estudar Medicina Veterinária, mas, se esse realmente não for um dos seus pontos fortes, não desanime! Ainda que uma das principais funções do veterinário seja a medicina e o cuidado com animais, a área envolve vários outros campos de atuação, como pesquisa, farmácia, testagem da qualidade de […]

Por Malú Damázio
Atualizado em 24 fev 2017, 15h41 - Publicado em 7 out 2014, 17h49

Gostar de animais é um dos pré-requisitos para estudar Medicina Veterinária, mas, se esse realmente não for um dos seus pontos fortes, não desanime! Ainda que uma das principais funções do veterinário seja a medicina e o cuidado com animais, a área envolve vários outros campos de atuação, como pesquisa, farmácia, testagem da qualidade de alimentos de origem animal, e até mesmo produção de ração.

Para quem se interessa pela profissão, o curso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pode ser uma boa escolha. A graduação é em período integral e tem duração mínima de 5 anos e meio. A Faculdade de Veterinária de Porto Alegre (RS), onde é ministrado o curso – avaliado pelo Guia do Estudante com cinco estrelas –, recebe semestralmente 50 alunos. O ingresso se dá pelo processo seletivo da própria universidade, em que é possível utilizar a nota do Enem.

Confira mais informações sobre a carreira de Medicina Veterinária na Guia de Profissões do GE

Assim como a maioria dos cursos superiores, a graduação Medicina Veterinária na UFRGS tem os primeiros anos voltados para a formação teórica. Em um primeiro momento, os estudantes fazem matérias como Anatomia, Bioquímica e Fisiologia e, a partir do quarto semestre, as disciplinas práticas começam a aparecer: estudo de patologias, diagnóstico, visitas ao Hospital Clínico Veterinário da capital gaúcha e atendimento a animais farão parte da rotina dos alunos.

Saiba mais sobre o curso de Medicina Veterinária da UFRGS

 (Imagem: Thinkstock)

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Para saber um pouquinho mais sobre o ensino da Medicina Veterinária na UFRGS, o GE conversou com Carolina Berlitz, aluna do quarto semestre. Carolina conta que o que mais a atrai no curso é a interdisciplinaridade das aulas e dos campos de trabalho do profissional. De acordo com o site da própria instituição de ensino, o veterinário pode atuar nos campos de saúde animal, clínica veterinária, saneamento ambiental, medicina veterinária preventiva, saúde pública, inspeção de produtos de origem animal, zootecnia, produção e reprodução animal, ecologia e proteção ao meio ambiente. Confira o depoimento da estudante:

“A veterinária surgiu para mim como uma surpresa: nunca havia pensado em seguir essa profissão e ainda digo para mim mesma que foi destino. Estava em dúvida entre Administração, Biologia, Oceanografia e Relações Públicas. Até que, pelo Sisu, surgiu Veterinária em uma cidade perto de onde eu morava e pensei: por que não?

Quando entrei na graduação da UFRGS, conheci a profissão e o tamanho de oportunidades que ela continha. Existem diversas áreas para serem estudadas: as medicinas, clínicas e cirurgias (mais voltadas para o ambiente hospitalar), a produção de todos os tipos de animais (desde peixes, coelhos e aves até cavalos e bovinos), a habituação de animais selvagens em cativeiro e no ambiente natural. Há também questões legais, como o licenciamento ambiental, a saúde pública (no controle de vetores e de zoonoses) e a inspeção sanitária de produtos derivados de animais. A área comercial abrange tanto produtos de pets quanto aparelhos de diagnóstico e indústrias, e a pesquisa acontece em todas as áreas tentando aprimorar os conhecimentos. A lista é grande. De acordo com o Conselho Federal de Veterinária, as atividades em que estiverem envolvidos animais e inter-relações e seus produtos somente serão realizadas com um profissional veterinário na equipe. O campo é vasto e sempre são requisitados trabalhadores para novas vagas.

É bom aproveitar oportunidades de estágio para conhecer e descobrir que área mais lhe agrada. Na UFRGS, por exemplo, há um hospital em que são aceitos alunos da graduação para acompanhar as rotinas e procedimentos conforme o decorrer do curso. Às vezes precisa-se de um tempo e experiência até acompanhar as cirurgias, por exemplo, mas é muito tranquilo de se realizar o estágio com as aulas. O atendimento é tanto na área de pequenos animais (cão, gato), silvestres (selvagens/exóticos como aves e répteis, bem como pinguins, macacos e diversos tipos de aves) e grandes animais (de campo). A minha universidade tem uma área de formação acadêmica bem forte, então existem vários laboratórios (interdisciplinares também) que oferecem bolsas para participação, tanto em projetos de pesquisa científica quanto projetos de extensão (auxílio e prestação de serviços à população).

Eu optei por realizar estágio noturno em um hospital particular em Porto Alegre. Estou há quase um ano lá e aprendo muito.  No início era bem complicado ficar acordada durante a noite inteira e ter aula no dia seguinte, mas a gente se acostuma e gosta. Não há sensação melhor do que ver um paciente que está acompanhando de pertinho, ver os exames, as cirurgias, fazer cada curativo e depois vê-lo voltar para casa bem. Alguns proprietários até mandam fotos dos seus bichinhos para mostrar como ficaram bem. É gratificante. Vale muito a pena aproveitar oportunidades como essas, pois acredito que apenas conhecendo a rotina e as dificuldades diárias irei me achar em alguma especialidade.

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Saiba mais sobre o curso de Medicina Veterinária da UFRGS

(Imagem: Thinkstock)

A UFRGS é uma baita universidade. O curso é muito amplo pela quantidade de áreas a serem estudadas e bem extenso, porque cinco anos e meio é bastante tempo. A carga horária é puxada, porque, como o curso é integral, basicamente a gente vive na faculdade de manhã cedo até a noitinha. No meu grupo de colegas aproveitamos ao máximo o ambiente universitário. As instalações são muito boas e cada um tem o seu estágio na faculdade. Trocamos muitas informações, estudamos juntos e o chimarrão rola solto durante as aulas. E, claro, as festinhas da faculdade no final das aulas sempre melhora o humor depois de uma semana de provas. Os primeiros semestres são um pouco complicados: as disciplinas básicas são tão difíceis que parecem tentar nos desviar do curso. Mas como ser um bom veterinário sem ter quase morrido para passar pelas cadeiras de Anatomia e Bioquímica? No fim tudo passa, as cadeiras específicas chegam, aprendemos a auscultar, a fazer um bom diagnóstico, a ver os rótulos de inspeção no supermercado e saber como esse processo é importante para a nossa saúde. E, com os estágios, também damos valor ao que vimos nas primeiras aulas do curso.

A recepção dos calouros na veterinária era algo que me deixava nervosa antes de entrar, pois eu ouvi barbaridades sobre o tal evento. A situação, como em várias outras recepções, tem mudado bastante. Temos vários trotes e todos são convidados a participar. O mais interessante é o trote solidário em que a nova turma se divide para buscar alimentos, medicamentos e outros auxílios para doar a um abrigo ou ONG. Na primeira semana de faculdade, somos apresentados aos nossos colegas do curso e da futura profissão, tendo várias festas para nos conhecermos. A universidade também tem um apoio muito forte e próximo dos alunos novos, dos momentos de matrícula ao acompanhamento das aulas.

Para quem está pensando em fazer veterinária, mas não está certo de que é a profissão certa, eu aconselho a se informar com os profissionais da área, assistir aos documentários que tratam do assunto, como os do Animal Planet, e visitar sites como o do Conselho Federal e de revistas veterinárias. Mas o que eu posso garantir é que, mesmo para quem estiver inseguro com a decisão, esse é um dos cursos mais abrangentes que eu conheço e há um mundo de opções e oportunidades ligados a ele. Eu ainda não sei qual será o meu rumo dentro da profissão – pode ser fazendo pesquisa no meio da Amazônia ou na parte de gestão de uma indústria, por exemplo. O que sei é que não me imagino mais fora da veterinária: ela virou o meu mundo!”.

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