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Enfermagem: 11 perguntas e respostas sobre o curso

Coordenadoras da Unoeste e UCSal contam para você como é a graduação

Por Lisandra Matias
Atualizado em 6 jun 2018, 17h22 - Publicado em 6 jun 2018, 13h43
(sturti/iStock)

Um dos principais cursos da área da Saúde, Enfermagem pode ser definido como a ciência do cuidar. Para conhecer mais sobre essa graduação e esclarecer as dúvidas mais comuns dos estudantes, convidamos duas coordenadoras de curso para responder a 11 perguntas: as professoras Maria Nilda Camargo de Barros Barreto, da Unoeste, em Presidente Prudente (SP), e Tânia Baraúna, da Universidade Católica do Salvador (UCSal).  Acompanhe as entrevistas:


1-
Qual o perfil do aluno de Enfermagem?

Profa. Maria Nilda – O aluno de Enfermagem é um jovem que quer ajudar as pessoas. Ele encontra na profissão de enfermeiro uma forma científica e profissional de realizar esse desejo. A empatia e compaixão fazem parte dos atributos necessários para a profissão.

Profa Tania  Gostar de cuidar dos outros é a característica principal. Também precisa ser alguém que se comprometa diariamente com a qualidade de vida e o bem-estar. Por fim, é indispensável ter uma dose de visão estratégica para saber tomar as decisões certas sob pressão.


2-
Como um aluno de Ensino Médio pode saber se ele tem o perfil  para o curso?

Profa. Maria Nilda – A pergunta que os jovens devem fazer para pensar na Enfermagem como profissão é se ele quer trabalhar em contato com pessoas, tanto aquelas que estão necessitando de cuidados, como junto a outros profissionais de saúde, como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas etc. Exercer a profissão de enfermeiro exige disposição para trabalhar em equipe e habilidade de comunicação.

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O estudante vai construindo uma imagem de alguém que vai estar perto de pessoas em momentos delicados (nascimentos) e difíceis (doenças graves) e vai se perguntando como seria se ele fosse trabalhar nesses ambientes.


3- Como está estruturada a graduação?

Profa. Tânia – O curso  é desenvolvido, no mínimo, em 4 anos e meio (9 semestres). A carga horária total é de 4.040 horas, distribuídas em atividades teóricas, práticas e estágios curriculares supervisionados na rede hospitalar e na rede básica.

Profa. Maria Nilda – O curso envolve conhecimentos da estrutura e funcionando do corpo humano (20%), processos de saúde/doença (20%) e assistência de enfermagem, incluindo  gestão de equipes e ambientes (60%). As atividades práticas devem ser no mínimo 40% do curso e realizadas em laboratórios, com simulações, e em instituições de saúde.

4- Quais as principais disciplinas básicas?

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Profa. Maria Nilda –Dentro das disciplinas básicas estão Anatomia e Fisiopatologia, para entender  a composição e funcionamento do corpo humano e como as alterações acontecem e podem levar ao desenvolvimento de  doenças. Também estudam Ciências Sociais, Saúde Ambiental e Epidemiologia como base para compreender o que pode interferir nas condições de saúde da população, como condições de moradia,  estrutura familiar , clima e meio ambiente onde se vive.

Profa. Tânia – Alguns exemplos são:

Farmacologia básica: Aspectos da farmacocinética e farmacodinâmica das principais classes de medicamentos e suas formas farmacêuticas (vias de administração, absorção, distribuição e eliminação).

Bioquímica básica: Estudo das propriedades da água das proteínas, enzimas, carboidratos, lipídios e hormônios, correlacionando o funcionamento celular e os principais mecanismos relacionados com o organismo humano.

Biomorfofuncional: Estudo dos conhecimentos básicos de forma integrada dos sistemas tegumentar, esquelético, muscular, articular, nervoso, cardiovascular etc.

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5- E as disciplinas específicas? Poderiam nos dar alguns exemplos?

Profa. Maria Nilda –O foco principal das disciplinas específicas é aprender a identificar situações que exigem cuidados de enfermagem e como realizá-los. Assim, o estudante aprende a cuidar de recém-nascidos a idosos, passando por crianças, adolescentes, mulheres e grupos específicos, como pessoas vítimas de trauma, cirurgias e doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

Profa. Tânia – Alguns exemplos são Prática em saúde do idoso, Enfermagem na Atenção Básica (estuda o processo saúde-doença voltado aos grupos prioritários com base na integralidade do cuidado dos princípios SUS) e Cuidado ao paciente crítico (estudo das principais afecções no indivíduo adulto com agravamento clínico agudo).


6- No que consistem as
atividades práticas?

Profa. Maria Nilda – Temos várias, como aprender como entrevistar e fazer exame físico em recém-nascido, crianças e adultos para identificar quais cuidados de enfermagem eles precisam; realizar procedimentos como curativos e administração de medicamentos e vacinas; orientar futuras mães como amamentar e cuidar de seus filhos;  cuidar de pessoas que fizeram cirurgias e aprender a realizar prevenção de doenças, como aids, câncer e doenças do coração. As atividades práticas também incluem aprender a educar a população para uma vida mais saudável.

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7- Quais as maiores dificuldades encontradas pelos alunos (sobretudo pelos ingressantes)?

Profa. Maria Nilda – A dificuldade principal dos alunos ingressantes é entender que aprender uma profissão de nível superior exige muito estudo e treinamento prático, que envolve ter tempo e disposição para enfrentar esse desafio. Contatos iniciais com pacientes podem gerar temor e apreensão, mas logo são superados pelos alunos.

Profa. Tânia – Preocupação em se inserir no mercado de trabalho, assumir seu papel de enfermeiro e retribuir à sociedade seus serviços profissionais.

8- De que parte do curso os estudantes costumam mais gostar?

Profa. Maria Nilda – Os alunos gostam mais das atividades práticas, realizando cuidados e tendo contato com pacientes. Ambientes como pronto-socorro, UTI e   maternidades são os mais aguardados pelos estudantes ao longo do curso.

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Profa. Tânia – Os estágios supervisionados, pois oferecem a oportunidade do exercício da prática profissional durante a graduação, possibilitando que os estudantes vivenciem realidades diversas nos serviços, se apoderando dos problemas locais de saúde da população e se inserindo nas relações de trabalho multiprofissional.


9- Há obrigatoriedade de trabalho de conclusão de curso? Em geral, como ele é feito?

Profa. Maria Nilda – O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é obrigatório no curso de Enfermagem. Ele é feito no formato de pesquisa científica, com investigações dentro dos ambientes de prática, e na sua maioria sobre temas relacionados à  atuação do enfermeiro (suas atribuições ou ambientes de trabalho) e à assistência de enfermagem.

Profa Tânia – Ele deve ser elaborado individualmente pelo aluno e ser apresentado no formato de artigo científico, seguindo o rigor das normas técnicas da produção científica. Os conteúdos curriculares que ajudarão no desenvolvimento do trabalho são oferecidos nos 7°e 9° semestres.


10 – É preciso fazer estágio para se formar?

Profa. Maria Nilda – No último ano, é necessário cumprir uma carga horária mínima de estágio curricular supervisionado (20% da carga horária total do curso). No estágio, o aluno atuará junto a um profissional enfermeiro, supervisionado pelo professor. Ele vai realizar o planejamento dos cuidados aos pacientes, atuando diretamente nas situações mais complexas e coordenando a equipe de enfermagem do local do estágio. Em geral, ele acontece em instituições hospitalares, dentro de suas unidades, como pronto socorro, unidades de internação, maternidade, centro cirúrgico, UTI e nas unidades básicas de Saúde.

Profa Tânia – Sim. O estágio curricular tem um total de 900 horas, assim distribuídas: 720h em área hospitalar e 180h na Rede Básica de Saúde. Exemplos: Estágio supervisionado de Enfermagem em Clínica Médica, Enfermagem Pediátrica, Enfermagem Psiquiátrica e Saúde mental, Enfermagem em Clínica Cirúrgica, Enfermagem em Saúde Coletiva.


11- Como está o mercado de trabalho para quem faz Enfermagem?

Profa. Maria Nilda – O mercado de trabalho para os enfermeiros cresce continuamente. A área da saúde é prioritária para os governos, e o enfermeiro é um dos profissionais mais requisitados. As áreas que mais disponibilizam vagas para enfermeiros são na Atenção Básica, porque fazem parte das equipes de Saúde da Família. Atualmente também aumentam oportunidades nas áreas de urgência e emergência, com a implantação de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e serviços de resgate em todo país. Atendimentos em oncologia e cuidados paliativos também têm crescido devido ao desenvolvimento de tratamentos nessa área.

Profa. Tânia – Temos um déficit de enfermeiros no país e no mundo. Além das atuações clássicas em promoção, prevenção, assistência e reabilitação da saúde individual e coletiva, o profissional pode atuar em planejamento, gerência e gestão dos serviços de saúde públicos e privados; pesquisas científicas, com vistas à melhoria da saúde da população; e formação e profissionalização dos trabalhadores de enfermagem.

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