(Imagem: Thinkstock)
A dúvida desta semana foi enviada pela leitora Raiana Sicchieri. Ela quer ingressar na graduação de Direito, mas está insegura porque tem medo de que o mercado de trabalho esteja saturado:
“Estou muito na dúvida em cursar Direito. Tenho certo receio sobre o mercado de trabalho, pois acho que está “inchado” e tenho medo de não conseguir emprego. Gostaria de algumas orientações. Obrigada.”
O profissional formado em Direito pode atuar no campo de advocacia e em suas subáreas, como Direito do Consumidor, Penal, Constitucional, Internacional, Eleitoral, Processual, Empresarial, Civil, entre outras. A carreira jurídica também é uma opção: ao segui-la, o bacharel pode se tornar advogado público, juiz, promotor de Justiça ou delegado de polícia.
Conversamos com Luciana Coelho, estudante do mestrado em Direito da Universidade de Brasília (UNB). Luciana pretende seguir a carreira acadêmica e se tornar professora universitária, mas também já teve experiência tanto na área jurídica, como em advocacia. Foi Chefe de Divisão de Cooperação Jurídica Internacional no Ministério da Justiça e também trabalhou com Direito privado em ONGs voltadas à defesa dos direitos humanos. Ela garante que, a cada dia, descobre novas oportunidades profissionais.
Confira o depoimento:
“Olá Raiana! Como a existência de controvérsias e desentendimentos é algo inerente à sociedade, sempre haverá espaço para o profissional do ramo jurídico. São inúmeras as oportunidades existentes e há uma necessidade cada vez maior de mão de obra especializada. Logo, uma aptidão básica para o aluno do curso de direito é gostar de ler e outra é nunca se acomodar e sempre buscar se reciclar.
Entre as oportunidades existentes, há o campo dos concursos públicos, que englobam desde a Magistratura, Ministério Público, Procuradorias, Advocacia da União, etc. até os cargos de analistas e técnicos dos tribunais, agências reguladoras e outras instituições. Ressalto ainda que o curso de direito é muito útil para outros concursos que não são exclusivos da área jurídica como, por exemplo, gestores, diplomatas e analistas administrativos do executivo. Por exemplo, eu trabalhei como Chefe de Divisão de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal no Ministério da Justiça, função administrativa na qual, por suas especificidades, era desejável que o profissional fosse formado em Direito ou em Relações Internacionais.
Também há muito espaço para o profissional do Direito na área privada, representada, sobretudo, pela advocacia e pelas consultorias e no terceiro setor (sociedade civil e ONGs). Eu já trabalhei em duas ONGs com direitos humanos e foram experiências muito interessantes.
A globalização e a nova organização mundial abriram um campo muito grande para o profissional da área jurídica que deseja se especializar no direito internacional e no comércio internacional, casos em que será necessário o conhecimento de outros idiomas. Dessa forma, existem muitas oportunidades de trabalho em Organizações Internacionais – inclusive algumas delas em parcerias entre Organizações Internacionais e o governo brasileiro – e as empresas bi-, multi- e transnacionais necessitam cada vez mais de advogados especializados em comércio internacional.
Outro campo que cresce bastante no Brasil é o magistério com dedicação exclusiva, ou seja, profissionais que se dedicam exclusivamente ao ensino jurídico, bem como à pesquisa. Atualmente, eu pertenço a esse último grupo, pois faço mestrado na Universidade de Brasília em Direito Internacional e, cada vez mais, vejo que o Brasil precisa de professores com dedicação exclusiva que possam criticar o sistema judiciário vigente e propor teorias e mecanismos de possam aperfeiçoá-lo. No mesmo sentido, cada dia mais, descubro novas janelas profissionais abertas!”
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Viu, Raiana? Ainda bem que o campo jurídico é bastante amplo e você não precisa se preocupar tanto com concorrentes no mercado de trabalho. Por mais que existam muitos profissionais formados em Direito, a abrangência da área garante que seja oferecido um número suficiente de oportunidades de emprego; basta correr atrás! Bom que agora dá para seguir a carreira sem medo de estar pisando em falso, né? (=
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