Análise de redação: Compartilhamento de boatos na internet
Veja a correção e os comentários dos professores para uma das redações enviadas pela proposta de 6 de março
Com base na proposta do dia 6 de março (acesse aqui), os estudantes deveriam escrever uma dissertação sobre o tema “Riscos de compartilhar mentiras e boatos na internet”. Leia abaixo uma das redações enviadas e veja, em seguida, a análise feita pelos professores da plataforma de correção Imaginie.
A incerteza das informações virtuais
[1]Segundo o filósofo Habermas, os meios de comunicação seriam fundamentais para a conquista da razão comunicativa. De fato, com o advento de aparatos de tecnologia sofisticada, como os telefones móveis, em conjunto com a internet, foi possível a comunicação atravessar fronteiras, sem a necessidade de deslocamento humano. Contudo, todo esse desenvolvimento nem sempre é bem utilizado, visto que muitos indivíduos têm feito do “mundo virtual” um palco de boatos e mentiras, o que pode trazer más consequências para a sociedade.
Não obstante Sócrates tenha afirmado, em uma de suas parábolas, que uma informação deve passar pelas “três peneiras”, sendo a primeira a da verdade, a sociedade não tem feito isso. [2]Em virtude do compartilhamento de falsas notícias, muitos mal-entendidos sérios têm sido gerados. Foi o que aconteceu recentemente com o médico Dráuzio Varella. Ele foi vítima da mentira de uma internauta, que o acusou de afirmar que o exame de mamografia poderia gerar câncer. Essa informação errônea pode induzir a não realização do exame.
[2]Ademais, muitas pessoas, sobretudo artistas, são vítimas dos falsos óbitos. No início deste ano, por exemplo, a atriz Laura Cardoso foi dada como morta nas redes sociais, de forma que familiares e amigos sofreram pela suposta morte, até que a verdade foi descoberta. Além do desconforto gerado, alguém com problemas cardiovasculares poderia ter sido hospitalizado. Isso evidencia a gravidade dos boatos.
[3]Por conseguinte, o fator crucial para inibir a propagação de falsas notícias é a construção de uma sociedade mais crítica, capaz de investigar as fontes das notícias que lê, e mais disposta a denunciar autores de mentiras na internet. Para isso, os entes do governo devem investir, nas instituições que lhes conferem, em folhetos e palestras, que visem a conscientizar sobre os riscos de divulgar informações não verídicas. E é importante que as consequências jurídicas sociais sejam explicitadas.
>> Veja algumas dicas de redação
Análise da redação do aluno
O texto foi bem escrito e o aluno soube discutir o tema com um bom vocabulário e argumentos sólidos.
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: Mostrou domínio da norma culta e não cometeu desvio grave.
Competência II – Compreender a proposta:
[1] Compreendeu a proposta de forma satisfatória e desenvolveu bem o texto, contextualizando o tema e o ponto de vista.
Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:
[2] Soube selecionar os argumentos e fatos relacionados ao tema, citando um importante filósofo, assim como o médico Dráuzio Varella em defesa de seu ponto de vista.
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação: Articula o texto de forma satisfatória e usa conectivos diversificados.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:
[3] Elabora bem a proposta de intervenção, possível de ser realizada e que respeita os direitos humanos. Porém, poderia ser mais detalhada e incluir outros agentes e ações. A proposta de intervenção precisa ser mais desenvolvida e detalhada, para aumentar a nota na competência V.
Nota: 920