Com base na proposta do dia 27 de maio, os estudantes deveriam escrever uma dissertação sobre o tema “Desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil”. Leia abaixo uma das redações enviadas e veja, em seguida, a análise feita pelos professores da plataforma de correção Imaginie.
Tema: Desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil
O filósofo Francis Bacon, em um de seus conceitos, afirma que o comportamento humano é contagioso – torna-se enraizado e frequente à medida em que se reproduz – o que pode ser observado no grande número de usuários de drogas no Brasil, levantando a questão da necessidade de tratamento dos dependentes. Todavia, tal procedimento não é realizado de forma efetiva, dificultando a adequada reinserção do dependente na sociedade e, com isso, a execução de sua cidadania. Nesse âmbito, analisa-se que essa problemática é sustentada, sobretudo, pela insuficiência nas políticas públicas e na procura por cuidados médicos. [1]
Hodiernamente, os investimentos governamentais que se referem ao abuso de substâncias químicas estão focadas na punição como solução, tomando como base a política de “guerra às drogas”. Entretanto, tal preferência acarreta na insuficiência de verbas destinadas à esfera do tratamento, dificultando tanto os aspectos quantitativos – número de centros, profissionais, medicamentos – quanto os qualitativos – pesquisas científicas, qualidade estrutural – de instituições para assistência a, por exemplo, alcoólatras e usuários de crack e cocaína. Com isso, os dependentes enfrentam obstáculos para minimizar o problema e, assim, o corpo social não funciona harmonicamente como deveria, conforme o sociólogo Émile Durkheim. [2]
Outrossim, a falta de socialização e sociabilidade – princípios básicos de convívio coletivo de acordo com Durkheim – e a individualidade típica da sociedade moderna – conforme Zygmunt Bauman – são fatores que submetem o homem a angústias – financeiras, psicológicas, sociais – levando-o a recorrer às drogas como refúgio. Diante disso, a sociedade ainda mantém um preconceito com os usuários, considerando-os patológicos e preferindo isolá-los. Consequentemente, não há tanto a consciência individual como o incentivo coletivo para que haja a procura de tratamento, o que impõe limites à efetividade desse mecanismo. [2]
[3] Tendo em vista os argumentos supracitados, observa-se a necessidade de medidas que mitiguem os desafios do tratamento de dependentes químicos no Brasil. Portanto, o Governo deve, por meio de programas assistenciais como o já criado em 2018, destinar mais verbas para a área de saúde dos viciados, a fim de haja a construção e manutenção de centros de tratamento em todos os polos regionais do país. Ademais, é essencial que instituições sociais, como a Igreja – por meio de palestras – e ONGs – por intermédio de publicidades em revistas, jornais ou televisão – conscientizem a população acerca da importância de incentivar os dependentes a procurarem tratamento, para que, desse modo, tais pessoas possam ser reinseridas na sociedade. [4][5][6][7]
Avaliação por competência:
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:
[6] Bom domínio da norma culta.
Houve um exagero no uso de travessão, que poderia ser substituído pela vírgula.
Competência II – Compreender a Proposta:
[1] Tese bem explícita! O aluno também apresenta, já na introdução, um panorama dos argumentos a serem desenvolvidos.
[5] Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.
Competência III – Selecionar e relacionar argumentos:
[2] Ótimo argumento, muito bem fundamentado.
[3] O aluno reafirma a tese na conclusão!
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:
[4] O aluno, de maneira geral, domina os elementos coesivos.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:
[7] Ótimas propostas!
Nota: 960