Com base na proposta da semana passada (acesse aqui), os estudantes deveriam escrever uma dissertação sobre o tema “A realidade da escola inclusiva no Brasil”. Leia abaixo uma das redações enviada por um de nossos leitores e veja, em seguida, a análise feita pelos professores da plataforma de correção Imaginie.
No livro Memórias Póstumas de Brás Cubas [1] o personagem principal relata um dos seus casos amorosos com Eugênia, que, entre diversas qualidades, ficou conhecida pela deficiência, sendo chamada de coxa pelo narrador. Fora das ficções de Machado de Assis, a questão dos portadores de necessidades especiais ainda possui desafios na atualidade, entre eles [2] a dificuldade da educação inclusiva no Brasil.
Um dos fatores que impedem a inclusão efetiva é a falta de infraestrutura nas escolas. Isso porque as instituições de ensino, em sua maioria, não possuem instalações físicas adequadas – como rampas de acessibilidade – e, ainda, os profissionais mostram-se despreparados para assistirem os deficientes. Nesse sentido, crianças e jovens com necessidades especiais são prejudicados por não terem condições primordiais para se manterem no ambiente escolar, propiciando, assim, uma consequente evasão desses alunos.
Além disso, uma outra problemática inerente à questão é a permanência do preconceito nas escolas, expressado por meio de piadas e de exclusão do convívio. Isso ocorre porque há uma limitada tolerância em relação às diferenças, tornando os que não estão de acordo com os padrões sociais marca de algo que deve ser evitado ou debochado, fruto de uma mentalidade discriminatória enraizada no Brasil. Por conseguinte, sendo vítimas constantes de preconceitos, os deficientes físicos podem desenvolver transtornos psicológicos, como problemas de [3] auto-estima e depressão, o que corrobora com o processo de exclusão no país.
A questão da inclusão, portanto, ainda é um desafio no meio educacional brasileiro. Para solucionar o impasse, é necessário que, por meio de uma [4] parceira público-privada entre o MEC e empresas especializadas, sejam instalados novos materiais e estruturas adaptadas para uma maior acessibilidade nas escolas. Ainda, o MEC deve organizar seminários pelo país com palestras ministradas por psicólogos e psicopedagogos direcionadas aos alunos, pais e funcionários para se debater a inclusão social e, com isso, minimizar os preconceitos. Assim, os deficientes terão mais um meio de superação, a educação, que [5] segundo Kant é um valioso instrumento para a melhoria do Homem, já que [6] para o filósofo [7] “O ser humano é aquilo que a educação faz dele”.
Quer ver a análise da sua redação publicada no blog na semana que vem? Então desenvolva o texto com base na proposta desta semana, Desafios da mobilidade urbana sustentável, até domingo (7). Atenção: não serão corrigidas redações com outros temas! |
Análise da proposta:
A proposta de redação pede a produção de um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema A realidade da escola inclusiva no Brasil. Esse gênero de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações e o objetivo central é convencer o leitor de seu ponto de vista.
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo deve possuir introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução o candidato deve contextualizar o tema abordado e já assumir um ponto de vista. No desenvolvimento, apresentar os argumentos. O candidato precisa ficar atento para não copiar os textos motivadores na hora da argumentação, e se utilizar citações, é necessário usar aspas e identificar o autor. Como o objetivo é convencer quem está lendo, espera-se do candidato um bom embasamento e capacidade de persuasão. Além disso, a construção do texto precisa ser coesa e coerente, respeitando uma ordem lógica. Ao concluir, é necessário apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos e que seja possível de ser realizada.
>> Veja aqui algumas dicas para melhorar sua redação
Análise da redação do aluno:
O aluno precisa tomar cuidado com a pontuação inadequada, pois pode prejudicar o entendimento do texto.
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: O estudante cometeu muitos erros de pontuação.
[1] Deve-se usar vírgula aqui.
[2] Deve-se usar vírgula aqui.
[3] A grafia correta, de acordo com a Nova Regra Ortográfica da Língua Portuguesa, é “autoestima”.
[4] Neste contexto, o correto seria “parceria”.
[5] O trecho “segundo Kant” deve vir entre vírgulas.
[6] O trecho “para o filósofo” deve vir entre vírgulas.
[7] Uso inadequado da letra maiúscula.
Competência II – Compreender a proposta: Para garantir nota máxima, procure utilizar um repertório sociocultural produtivo, isto é, analisar a questão proposta sob diferentes prismas considerando a sociedade em que vivemos e nossa cultura.
Competência III – Selecionar e relacionar argumentos: Para argumentar convincentemente, é preciso abordar os diversos ângulos do assunto, as causas, os precedentes históricos, as consequências, as evidências etc.
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:
Use conectores (mas, portanto, entretanto, contudo, no entanto etc.) para estabelecer relação entre as orações. A falta de pontuação adequada pode comprometer a estrutura textual.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema: É necessário apresentar, pelo menos, duas propostas de intervenção bem detalhadas com os seguintes requisitos:
- O que pode ser feito para solucionar o problema abordado?
- Quem o fará
- Como isso será feito?
Nota: 780